2013: Um ano para ser lembrado

Finalmente chegou 2014, o ano da Copa. O que podemos esperar além de futebol como principal assunto das conversas e noticiários, a revelação de gastos que certamente vão superar as previsões mais pessimistas, alguns escândalos e muitos vexames?

Pessoalmente, ao menos no que diz respeito ao mercado de equipamentos de som e acessórios automotivos, acredito que podemos esperar muita coisa boa. Mas para poder explicar por que acredito nisso, tenho de antes fazer um rápido flashback e lembrar alguns pontos relevantes de 2013.

Futuramente, talvez o ano passado venha a ser conhecido como o ano da virada, ou o ano em que a indústria automotiva do país chegou à maturidade. Tivemos certeza de que o Inovar-Auto era pra valer e acompanhamos um número inédito de anúncios de investimentos em fábricas de novas marcas e construção e ampliação de fábricas das que operavam no mercado. No total, foram anunciados perto de R$80 bilhões em investimentos.

Montadoras de renome, como Land Rover, Mercedes-Benz e BMW, que não costumam ter fábricas em qualquer mercado, anunciaram que fabricarão seus carros no Brasil. A Audi voltou ao país. O governo deixou de zerar o IPI e a volta do imposto não teve os efeitos desastrosos previstos por muitos.

Equipamentos de segurança como air-bags e freios ABS foram confirmados como obrigatórios para 100% dos carros zero quilometro nacionais, ajudando o tornar o consumidor mais sofisticado e exigente. Uma série de modelos mais antigos e bebedores deixou de ser fabricada.

O que vem por aí

Tudo isso vai acabar repercutindo favoravelmente no nosso mercado. E o que vem por aí? O que podemos esperar de 2014? Para começar, muitos lançamentos.

Além de ser ano de Salão do Automóvel, este ano promete, com o lançamento de muitos modelos novos e importados que vão exigir muito trabalho de fabricantes, distribuidores e varejistas para garantir que haja acessórios para eles quando o consumidor retirá-los das concessionárias e for equipá-los.

Além disso, a inauguração de novas fábricas promete dar fôlego novo a muitas marcas. É o caso da planta da Nissan no Rio de Janeiro, que vai livrá-la do jugo das cotas de importação, permitir a expansão da variedade de modelos oferecidos e ainda por cima vai liberar espaço produtivo nas instalações da Renault no Paraná. É também o caso da Fiat, com sua nova fábrica em Pernambuco.

Para enfrentar as novidades que chegam, muitas montadoras vão introduzir novas gerações (e não só meras versões atualizadas) dos seus modelos. É o caso da Honda, só para citar um exemplo, que vai introduzir uma nova geração do bom-de-vendas Civic e do Fit. Quem sabe, até do City, mais para a frente.

Mercado de acessórios

E no nosso mercado? Para começar, o primeiro trimestre promete ter muitas novidades lançadas durante o cada vez mais concorrido ENAN, evento da AutoMOTIVO exclusivo para distribuidores e seus fornecedores.

Apesar de ainda haver muita gente reclamando, um número cada vez maior de empresários deve se debruçar sobre novas oportunidades de negócios em nichos como acessórios para caminhões e ônibus, som automotivo “High End” e som para barcos. O primeiro é assunto de reportagem que você encontra nesta edição. Não deixe de ler!

Ao mencionar os empresários que só reclamam, não posso deixar de lembrar do que ouvi ao entrevistar o Gildo Colino, da SK Automotive, para outra matéria que você também encontra nesta edição.

Ao analisar as razões que levaram ao fechamento, quebra ou venda de tantas distribuidoras conhecidas depois da adoção da substituição tributária – e lembrando da sua própria experiência -, ele disse uma frase que não consigo deixar de associar a certos empresários: “Você acha que quando uma coisa está dando certo, sempre vai dar certo. E isso foi uma falha nossa. A gente não se preparou para essa mudança radical que teve e foi como uma bomba para o nosso mercado. Foi vaidade nossa pensar que o mercado estava mudando, mas nós entendíamos muito dele e saberíamos continuar trabalhando. A gente não se preparou para essa grande mudança que teve”.

Os números

Este mês, em vez de ficar esmiuçando quem emplacou mais ou menos carros ou comerciais leves no exercício passado, gostaria de fazer algo diferente e examinar com você o tamanho do mercado de usados.

Ao longo do último ano, tenho insistido nestas análises que esse mercado também é importante para o segmento de acessórios e som automotivo. Afinal, para cada veículo zero emplacado, 2,5 usados trocam de dono.

E entre esses donos há muita gente que chega “babando”, doida para impor os seus padrões, se afirmar e mostrar para os amigos, vizinhos e colegas de trabalho que finalmente chegou lá. Ter um carro próprio é sonho de muito tempo. E não basta ter carro. Ele tem de ser equipado. Precisa ser diferenciado, personalizado.

Para esses consumidores, talvez mais do que para qualquer outro, carro não é só meio de transporte. É patrimônio, fonte de status e meio de realização. É por esses motivos, por exemplo, que as lojas de periferia vendem tanto, seja em termos de volume como em valor de ticket médio.

Só entre janeiro e novembro do ano passado, mais de oito milhões e meio de automóveis e veículos comerciais leves usados mudaram de dono. Para ser mais exato, foram 8.569.489, de acordo com o RENAVAM.

Isso representa 22,98% da frota circulante (total de veículos licenciados) dessas duas categorias no país, que em novembro era de 37.293.316 unidades. Para efeito de comparação, no mesmo período foram emplacados 3.240.020 veículos zero quilometro dessas duas categorias.

Então, quantos dos veículos que a sua loja atende por mês são usados? Como fazer para aumentar o volume de vendas para donos de usados? Talvez uma idéia a ser testada seja oferecer equipamentos “à base de troca”, pagando uma quantia simbólica pelo usado e a abatendo do preço final.

Por: Amadeu Castanho Neto

Fotos: Divulgação

fabio codellos

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