Apagão no setor?

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Por que há uma falta de produtos no mercado e porque os preços estão subindo: a revista AutoMOTIVO conversou com representantes e fabricantes 

Na retomada da economia após um período de grande paralisação devido à pandemia do coronavírus o setor de som e acessórios e o segmento automotivo em geral passa por uma crise. Mas não se trata de uma crise comum com falta de clientes e produtos nas prateleiras. Não se trata de uma crise de demanda. É uma crise de oferta: há uma falta de produtos de todo tipo. Faltam multimídias, kits de iluminação, aço para fazer engates e estribos, papelão para embalagens e plásticos. Dados de entidades ligadas às cadeias produtivas apontam que é a maior falta de material dos últimos 19 anos.

O problema está afetando a cadeia de distribuição e a falta de produtos já fez os preços subirem. Desde o início da pandemia, em março, importações foram suspensas, o beneficiamento de aço e até altos fornos foram desligados e o processamento de papel foi interrompido por três ou quatro meses. Com a reativação da economia em um patamar acima do esperado a falta de mercadoria é o primeiro efeito. 

Executivos ligados à Anfavea ouvidos pela revista AutoMOTIVO disseram que a entidade esperava uma queda de até 40% na demanda e na prática estamos vendo uma redução de 9% em relação ao pré pandemia. É esse número pode chegar a 7% no fim do ano. Fabricantes afirmam que a falta de embalagens levaram alguns distribuidores a entregar produto sem invólucro para não atrasar ainda mais a entrega. Para distribuidores ouvidos pela nossa reportagem há falta de componentes porque as vendas estão aquecidas e não tem produto. “Isso porque o dólar está alto e mesmo assim os lojistas demandam produtos e simplesmente há falta de muitos deles”, dizem.


Solução?

Como toda cadeia de produção a recuperação é lenta. O efeito do “fique em casa e a economia a gente vê depois” cobrou um alto preço. Em agosto foi reativado o Alto Forno 1 da Usiminas em Ipatinga/MG após 5 meses sem operação. 6.000 pessoas retomaram seus empregos. O mesmo na produção de celulose que foi retomada após quatro meses. Portos retomaram a operação de manipulação dos contêineres enquanto na China a suspensão das atividades foi total durante três meses. 

Mesmo com a queda do PIB brasileiro estimada em 4,55% (inicialmente se previa uma redução de até 12,1%), a recuperação surpreendeu os analistas. O Brasil deve cair em média 1/3 do índice registrado em países desenvolvidos e menos da metade da média dos países latinos. A perspectiva, portanto, é positiva, mas ainda levará um tempo para que tudo se ajuste.

Marcos Camargo

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Marcos Camargo

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