Passados 60 dias do novo governo, o cenário econômico começa a se desenhar de uma forma mais clara e os números apresentados até o momento preocupam os analistas. Com oito semanas de governo, os dados de inflação, previsão de crescimento e expansão de crédito além do investimento vem perdendo tração em um ritmo mais forte desde dezembro, quando se desenhou o mapa do atual governo Lula especialmente na gestão da economia. Além disso, o governo obteve uma licença para gasta além do teto de gastos em R$ 170 bilhões, o que gera a a necessidade de aumento da arrecadação por meio dos impostos ou então redução do nível de gasto público – o que não deve ocorrer segundo analistas.
Os resultados já estão nos primeiros números divulgados sobre o que deve ocorrer com o Brasil neste ano. O PIB – produto interno bruto deve crescer 0,78% segundo o Boletim Focus. É uma desaceleração que vem em sequência há 11 anos. Enquanto isso o crescimento da economia do mundo deve ficar entre 2,7 e 2,9% segundo o FMI. A atividade econômica no país deverá ter incremento de 1%.
O que deve acontecer? A revista AutoMOTIVO ouviu três analistas envolvidos com o mercado de ações e também o mercado financeiro a respeito do cenário econômico.
Claudio Pires, especialista em cenário econômico, alerta: “Se a gente não fizer o dever de casa, do ponto de vista fiscal, nem que seja uma sinalização de que esse ano é uma arrumação de casa e que a partir do ano que vem haverá a perseguição de metas ousadas de superavit, é possível que a gente veja o real continuando a se desvalorizar no tempo, mesmo que a gente tenha uma taxa de juros muito alta, próxima de 14%”. Pires justifica que pontos nevrálgicos do governo como a escolha de Haddad para o ministério da Fazenda (sem ter o perfil para o cargo, pondera Pires), a possível alteração na política de preços de combustíveis e o aumento de impostos, pode ter consequências desastrosas.
Darci Ferreira, economista do setor de serviços, explica que o país vinha numa queda de inflação com aumento do investimento privado mas que agora o cenário vai para uma outra direção. “Infelizmente a moderação prometida nas eleições não se concretizou e parece bem distante do mercado. Basta ver o que membros do governo fazem criticando o mercado como um ente desalmado. Não é. O mercado somos todos nós. É quem vai à padaria, é quem compra no camelô, quem pega o ônibus, quem investe em ações no celular. É um conjunto…”, alerta.
Uma reforma possível com riscos altos
Para os profissionais do comércio, importadores e prestadores de serviço, como é o caso do segmento de som e acessórios, duas questões preocupam e foram analisadas pelos especialistas: dólar e impostos.
Nem tudo são más notícias. O governo sinaliza uma profunda reforma tributária. Seria muito bem-vinda, é que a carga tributária do Brasil não aumentasse. Fazer uma reforma que deixasse a carga mais eficiente, mas não mais alta. […] Em relação à renda variável, se a reforma tributária vier onerando demais o setor produtivo, pode ser que a gente tenha uma desvalorização grande das ações e empresas […] A questão dos dividendos já está bastante posta. Hoje, não há tributação, o que favorece o investimento no mercado acionário. É esperado que haja, mas, por outro lado, não é esperado que venha com alíquotas muito altas”, analisa Pires.
Alex Ximenez, especialista no mercado de ações, analisa o risco: “o mercado verá com bons olhos uma reforma tributária. Se ela não reduzir a alíquota mas simplificar a cobrança já será um grande avanço. Não é o que temos visto na postura do governo por exemplo no tema dos combustíveis, onde se critica que a oneração é para ‘ajudar os pobres e prejudicar os ricos’ pois combustível é logística, e todo produto precisa ser transportado e a inflação em descontrole seria o pior a acontecer neste momento”, avalia.
Dólar
Os especialistas são unânimes em dizer que a situação do dólar hoje tem mais a ver com o cenário externo do que com a política brasileira. “mas pode mudar”, avalia Ferreira. O economista diz que a não reforma, o excesso de gasto público, o desprezo pelo mercado privado e a interferência forte do mercado pode esfriar o interesse dos investidores e desvalorizar o real. “Quem trabalha com importação pode ficar relativamente tranquilo no médio prazo mas atento aos movimentos do governo nos próximos meses. Com mais interferência sem dúvida o investidor foge, o real perde valor e todo produto importado fica ainda mais caro”, diz Ximenez.
Logística se acomoda mas com custos altos
Outro ponto relevante para a economia do nosso segmento é o tempo e o custo logístico. Especialistas afirmam que o “novo normal” serão as intempéries por conta de conflitos como o que ocorre há um ano entre Russia e Ucrânia. Também pode contar com restrições conforme a onda de coronavírus na China, e passa por elevações no preço de combustíveis e uma insegurança jurídica quanto aos impostos de importação. “Infelizmente não parece estar no radar do atual governo rever desonerações e reduzir impostos de importação. Há uma volatilidade no mercado que torna prazos incertos, custos flutuantes e tudo isso para este mercado de importadores é um risco que aumenta o custo dos produtos”, avalia Ferreira.“É oportunidade de trabalhar novos canais, estar atento ao que dá mais resultado, prever custos e incluir custos flutuantes para não ter prejuízo. Aos profissionais desse setor eu diria que é preciso olhar essa onda de demissões no varejo de grandes empresas. O varejo não está em crise mas o modelo tradicional está. Quem se diferencia se destaca”, diz Alex Ximenez.
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