Como orientar o cliente quanto ao engate de reboque?

Saiba tudo sobre a legislação polêmica do engate mas fique tranquilo: ele é permitido e ainda faz sucesso nas lojas

Ainda hoje muitos clientes têm dúvida sobre como utilizar e se pode instalar um engate no veículo. Usado principalmente para rebocar trailers, carretinhas e até suportes o item é considerado como uma solução estética e também evita pequenas batidas que podem ocorrer principalmente em estacionamentos na rua e vagas apertadas. 

Vale lembrar que o engate é permitido por lei mas é preciso atentar-se para as regras de fabricação deste produto. Ele precisa atender a Resolução 197 do Contran que dispõe sobre os chamados “dispositivos de acoplamento mecânico para reboque (ou engate) deve ser utilizado somente em veículos com peso total bruto (PTB) de até 3.500 kg conduzidos, obviamente, por motoristas habilitados na categoria B”. Desde então o INMETRO foi o órgão responsável por estabelecer regras para instalação do engate e das especificações de produção deste acessório. Basicamente ele deve ter esfera maciça em aço para o tracionamento de reboque, tomada e instalação apropriada para conectar o veículo rebocado, dispositivo para fixação de corrente de segurança, ausência de superfícies cortantes e sem dispositivo de iluminação. Vale lembrar que as carretinhas ou trailers devem cumprir uma regulamentação própria e o não cumprimento como não ter documento próprio, iluminação e dispositivos de segurança são passíveis de multa.

E as vendas estão crescendo?

Do ponto de vista das lojas a venda de SUVs e pick-ups fez aumentar a procura por engates automotivos. Há, no mercado, uma série de fabricantes que cumprem a regulamentação vigente de modo a tranquilizar o cliente. “O cliente tem viajado mais de carro e busca engate para acoplar carretinha e levar a moto da trilha, o jet ski, um suporte para as bicicletas da família mas a primeira pergunta que vem é se o mecanismo é proibido”, diz Joatan Ramos, proprietário de uma loja de acessórios na região sul de SP. Já Ícaro Simões, proprietário da oficina Casa Lub também na capital paulista, relata que as vendas do acessório caíram em função da queda nas vendas de carro zero. “No meu caso caiu muito porque antes atendia muitas camionetes pequenas como Strada, Fiorino e Saveiro e com a pandemia agora que o cliente voltou a aparecer buscando esse equipamento”, diz.

E mesmo nesse momento incerto há novidades no mercado. “Estamos incrementando nossa linha de engates removíveis, fazendo a adaptação necessária para os suportes de bicicleta que são fixados no engate. Em breve teremos uma variedade maior de reboques disponíveis para esse segmento”, explica Raul Junior da Mult Engates.

Para Junior as vendas caíram como o mercado de forma geral. “Não temos como sair ilesos dessa nova realidade. Além da diminuição do volume geral de vendas de automóveis a falta de insumos e os aumentos constantes de matéria prima tem dificultado bastante o nosso dia a dia”, revelou. O empresário revela que  a diversificação da linha de produção que agora abrange protetores, soleiras e travas de estepe e pedal, é uma estratégia fundamental neste momento. 

Carros que não podem receber engate e reboque

A tendência de fabricar carros mais leves para maior eficiência de consumo de combustível levou vários fabricantes a proibirem a instalação do acessório. O consumidor deve estar atento às indicações do manual. 

Atualmente o Toyota Corolla, Chevrolet Onix e Onix Plus, Honda Civic e City (além do WR-V e HR-V) e modelos das marcas Maserati e Ferrari não devem receber o acessório sob pena da perda de garantia. Dessa forma, mesmo que o engate atenda aos requisitos do Inmetro e do Contran, o consumidor deve ficar atento a essa questão que pode resultar em problemas no futuro. 

Por essa questão de estrutura (mais reforçada em crossovers e pick-ups), os carros pequenos requerem cuidado extra do instalador quanto à fixação do acessório indo muito além de apenas uma questão legal.