Instalação: Conheça melhor os parâmetros Thielle-Small

Este artigo vem para fechar a série sobre alto-falantes. Já falamos como são construídos, como funcionam e suas particularidades. Agora, nada mais justo, que falarmos dos parâmetros Thielle-Small. Estes parâmetros vão ajudar, e muito, a aproveitar melhor cada tipo de alto-falante a ser utilizado nos projetos do dia-a-dia.

Thielle Small é o nome do criador destes parâmetros, por isso foram batizados assim. Primeiro Neville Thielle (um engenheiro australiano pioneiro no estudo de caixas acústicas Bass Reflex (refletor de graves) desenvolveu o cálculo para o volume ideal e mesmo a frequência de sintonia do duto. Após um tempo, Richard H. Small (um professor da Universidade de Sidney, Austrália) desenvolveu e ampliou o trabalho de Thielle.
O resultado foi a padronização destes parâmetros para o cálculo de caixas acústicas para alto-falantes, muito utilizados nos dias atuais. O conhecimento destes parâmetros é indispensável para um excelente rendimento do alto-falante. Com estas informações é possível extrair o máximo do equipamento sem danificá-lo. Conheça melhor, cada um deles:

Bl: fator de força. A força mecânica produzida pela bobina é em função do produto (Campo Magnético x Comprimento do Fio No Fluxo x Corrente No Fio) [N/A] ou [T.m];

C: Velocidade de propagação do ar – aproximadamente 342 m/s;

Cas: Acusticamente equivalente ao Cms;

Cms: compliância mecânica da suspensão do alto-falante;

Compliância mecânica: é o quanto um determinado corpo se desloca, quando se aplica nele uma determinada força. É dada em m/N ou m/N;

D: Diâmetro efetivo do falante, em metros;

F3: Ponto de menos 3 dB em relação à região de resposta plana em Hertz;

Fb: Frequência de sintonia (ressonância) da caixa acústica vented Box (caixa dutada);

Fc: Frequência de Ressonância do sistema caixa Closed Box (caixa selada frequência de pico);

Fs: Frequência de ressonância ao ar livre;

Frequência de Ressonância: é a frequência de sinal na qual um alto-falante vibra em sua maior amplitude devido às suas próprias naturezas estruturais;

L: comprimento do fio imerso no campo magnético, em metros;

Lces: Indutância elétrica equivalente do Cms, em Henri;

Ms: Massa total móvel do cone;

Mmd: Massa do diafragma, em gramas;

Mms: Massa mecânica móvel do alto-falante mais a carga de ar que ele desloca. É dada em Kg;

Pa: Potência acústica;

Pe: Potência elétrica;

Potência Nominal: Potência eficaz, medida segundo a norma NBR 10303. Aplica-se sinal de ruído rosa, com potência RMS no alto-falante, em câmara anecóica ou semi-anecóica durante 2 horas. O alto-falante não pode apresentar nenhum tipo de problema ( RMS);

Potência Musical: Potência em Watts que o alto-falante deve suportar em regime de programa musical por tempo indeterminado. Admite-se distorção máxima de 5% do amplificador (PMPO);

Q: Amortecimento relativo do falante;

Qa: Q do sistema no Fb, devido a perdas por absorção;

Qec: Q do sistema na ressonância (Fc), devido a perdas elétricas;

Qms: Fator de qualidade mecânico para Fs ao ar livre, considera apenas as perdas mecânicas. Quanto maior o valor de Qms, menos flexível será o conjunto móvel;

Qes: Fator de qualidade elétrico para Fs ao ar livre, considera apenas as perdas elétricas. Quanto menor o valor de Qes, maior a força dinâmica do sistema eletromagnético;

Qts: Fator de qualidade total (mecânico e elétrico), indica o tipo de subwoofer. Este fator abaixo de 0.5 indica que o alto-falante é apropriado para caixa acústica, não devendo ser instalado em tampão. Já acima de 0.5 indica que o alto-falante é do tipo Free Air, recomendado para utilização em tampão e vários tipos de caixa acústica;

R: Ondulaçao do sinal, in dB;

Ras: Acusticamente equivalente ao RMS;

Re ou Res: Resistência ohmica DC, próxima e inferior a impedância nominal do alto-falante, e que pode ser medida por um multímetro em Ohm. Não confunda: esta é uma medição de resistência, e não de impedância;

Revc: Resistência DC da bobina, em Ohms;

SPL: Sound Pressure Level, usualmente medido a 1 watt, com 1 metro à frente do falante;

Sensibilidade: Quanto maior a sensibilidade, maior o nível de pressão sonora obtido com a mesma potência;

Vas: Volume equivalente de ar que tem a mesma compliância do sistema de suspensão do alto-falante (volume acústico do alto-falante). Grandes valores de Vas pedem grandes volumes nas caixas acústicas. O volume Vb da caixa acústica depende também do Qts e Fs. Ao utilizar volumes de caixa menores que os especificados, modifica-se a resposta de frequência, geralmente reforçando uma certa região dos graves, aumentando o Fb e também a excursão do cone do alto-falante;

Vb: Volume interno líquido da caixa acústica, oferecido ao alto-falante. O valor de Vb influi na resposta de graves, na frequência de corte F3, na de sintonia Fb e no deslocamento do cone;

Vd: Máximo volume deslocado pelo alto-falante, medidos em metros cúbicos;

Xmáx: Deslocamento máximo que a bobina apresenta mantendo a mesma propriedade e qualidade do fio dentro do gap do falante;

EBP: Produto de eficiência da largura de banda (Efficiency Bandwidth Product), indica se o alto-falante deve ser instalado em uma caixa acústica selada ou dutada, a fórmula aplicada é simples EBP = FS/QES. Se o resultado for menor que 60, o alto-falante deve ser instalado em uma caixa selada maior, ou deve-se construir uma caixa dutada.

O cruzamento de todos estes parâmetros geram as litragens das caixas que os fabricantes apresentam nas sugestões de construção de caixas acústicas em seus manuais de produtos, mas quando você souber utilizar estes parâmetros, poderá criar uma enormidade de caixas e variáveis tornando assim seu trabalho muito mais diferenciado para seu cliente final.

Serginho e Bila, projetistas da Stop Car Áudio Design. Envie suas dúvidas, sugestões ou dicas. Você poderá estar nas próximas páginas da AutoMOTIVO e ainda concorra a prêmios. Escreva para: consultores@revistaautomotivo.com.br ou poste através do nosso perfil no Facebook.

 

 

Denise Andrade

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