Desde junho diversos indicadores têm mostrado que, vagarosamente, os consumidores estão voltando a confiar nos rumos da Economia e voltando a gastar. Os resultados de julho e da primeira quinzena de agosto apontam na mesma direção, indicando um segundo semestre mais aquecido e um 2.017 com boas vendas. Muito provavelmente você mesmo já deve ter percebido alguns reflexos positivos no seu próprio negócio nos últimos meses, quer seja lojista, distribuidor, representante ou fornecedor, mas ainda não está acreditando, pois, como diz o ditado, “cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça”.
Pelo nosso lado, esse é um tema que exige ainda mais responsabilidade e cautela do que o habitual, então preferimos esperar por mais resultados para poder levar aos leitores da AutoMOTIVO uma análise mais segura. Desta vez, em vez de tirar conclusões, vou compartilhar com você os dados e gráficos das entidades do setor e fazer alguns comentários.
Emplacamentos
O volume de veículos licenciados vem crescendo mês a mês. Em maio, cresceu 2,89%; em junho, mais 2,62% e em julho, outros 5,03%, sempre na média ponderada entre automóveis e veículos comerciais leves. Ao que tudo indica, agosto vai manter essa tendência (Figura 1).
É importante ressaltar que não se trata de quantidade de veículos produzidos e que depois podem ficar no pátio da montadora ou das concessionárias autorizadas. Estes números se referem a veículos emplacados e têm como fonte o Renavam – Registro Nacional de Veículos Automotores, do Denatran.
Médias diárias de emplacamento
O gráfico de médias diárias de emplacamento permite sentir o “pulso” dos emplacamentos, que não só cresceram de junho para julho como ainda voltaram atingir volume próximo (embora não igual) ao atingido em 2.015. Os 8.323,4 veículos que foram emplacados em média por dia no mês de julho podem não se comparar aos 9.973,2 registrados no mesmo mês em 2.015, mas estão muito perto dos 8.823,4 de outubro de 2.015 (Figura 2).
Variação (%) de emplacamentos em relação ao mesmo período do ano anterior
Mês a mês, a variação percentual do volume de emplacamentos em relação aos volumes obtidos no ano anterior vem diminuindo. Depois de começar com uma diferença negativa de 38,8% em janeiro, a projeção da Anfavea prevê que a média chegue a apenas 19% em dezembro (Figura 3).
Usados
Depois de terem crescido 2,32% em junho em relação a maio, as vendas de automóveis e veículos comerciais leves seminovos e usados aceleraram no mês de julho, registrando um volume 9,04% superior. Foram comercializadas 906.799 unidades em julho, contra 831.631 no mês de junho (Figura 4).
Em resumo
Em suas análises, tanto a Anfavea, entidade que representa a maioria dos fabricantes, quanto a Fenabrave, que representa os seus concessionários autorizados, concordam que a perspectiva é de recuperação de vendas, embora ressaltem que, por enquanto, os resultados ainda ficarão longe dos de 2.015.
Os próximos meses devem confirmar essas perspectivas positivas e, caso nada de errado venha a acontecer, em 2.017 as vendas voltarão a acelerar, embora ainda abaixo dos números de 2.015.
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação
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