A escolha do fornecedor e dos materiais na hora de encomendar uma fachada ou luminoso da loja pode evitar muitos problemas para o lojista
Uma fachada caprichada ou um luminoso chamativo podem ter papel importante para atrair clientes para uma loja. Outros fatores também pesam, como localização, visibilidade a média e curta distância, nome, facilidade de estacionamento, publicidade, imagem projetada, boca-a-boca, publicidade, etc.
A fachada ou luminoso de identificação da loja, porém, costuma não merecer a devida atenção do empresário, tanto antes de inaugurar a loja quanto depois que ela está em funcionamento, exceto quando ela passa por uma reforma geral ou quando mudanças na comunicação visual externa das lojas vizinhas ou concorrentes o obrigam a fazer uma atualização no visual.
No entanto, de acordo com o especialista João Luís Miranda Gonçalves, diretor da Alvor Luminosos, uma das maiores e mais tradicionais empresas de manutenção de luminosos e comunicação visual do país, fazer isso pode ser arriscado.
Ele explica que tomar alguns cuidados básicos na hora de definir o fornecedor e fazer a compra é tão importante quanto manter fachadas e luminosos sempre limpos e bem cuidados, tanto para garantir que o consumidor tenha uma imagem positiva da loja quanto para evitar problemas técnicos e de segurança.
Segundo ele, a comunicação visual normalmente é o primeiro contato que o consumidor tem com a loja e que “embora possa parecer que não, a sabedoria popular acerta ao dizer que a primeira impressão é a que fica.”
E complementa: “comunicação visual externa comprada sem os devidos cuidados ou mal cuidada acaba durando pouco e custando muito mais caro que deveria para o lojista”. Segundo ele, “se a compra e instalação dos materiais for bem feita, já é meio caminho andado.”
Para isso, é importante escolher um fornecedor sério e experiente, investir algum tempo vendo trabalhos similares já executados por ele e conversando com os donos de empresas que ele já atende. Também é importante comparar os preços e serviços de vários fornecedores, se possível até visitando suas empresas para uma vistoria visual.
Ele explica que há empresas muito boas em fabricar certos tipos de luminosos ou fachadas, mas sem experiência, mão de obra especializada, equipamentos ou até capital de giro quando é o caso de projetos mais sofisticados ou de maior porte. E isso pode ser notado em uma visita de inspeção.
Outra providência que deve ser tomada é exigir de cada fornecedor um projeto com orçamento detalhado especificando tipo, quantidade e marca de materiais usados, além de preço total, prazo de fornecimento instalado e prazo de garantia dos produtos e da mão de obra de instalação.
No caso de projetos que usem lonas vinílicas impressas ou adesivadas, essa garantia deve ser específica, pois há quem use tintas de segunda linha para impressão e adesivos pouco resistentes. É muito mais comum do que se imagina,ver imagens impressas serem borradas pela chuva ou letras adesivadas descolarem sob calor intenso.
Verificar se a fachada ou luminoso proposto atende a legislação municipal também é importante, pois a multa pode ser alta e é sempre cobrada da loja. É recomendável pedir que um engenheiro de confiança verifique isso e examine os materiais especificados e os projetos apresentados.
No que diz respeito aos preços, o diretor da Alvor Luminosos ensina que não existem milagres e recomenda muito cuidado com preços baixos demais e orçamentos que especificam o uso de insumos de qualidade, mas sempre inserem em seguida a expressão “ou similar”.
Segundo ele, materiais sofisticados como revestimento em chapas do “composite” de alumínio Alucobond e letras em aço escovado nem sempre são garantia de uma comunicação visual externa de qualidade. Principalmente se forem similares mais baratos e fabricados com materiais inferiores.
Outro aspecto que deve ser levado em conta é se a comunicação visual externa combina com a loja, seus produtos, serviços e preços praticados, pois uma aparência muito sofisticada embute o risco de acabar espantando possíveis fregueses, que podem achar que a loja cobra muito caro.
Encerrando, João Luis arrisca uma sugestão para quem vai encomendar uma nova fachada ou modernizar a existente: incluir no projeto painéis eletrônicos de texto iluminados por LED’s para poder anunciar ofertas de produtos e serviços.
Ele explica que são produtos relativamente baratos, que chamam a atenção, têm operação fácil, raramente exigem manutenção e que podem ser vistos à distância durante o dia. Mas dá um conselho: “ao inserir ofertas, usar frases curtas e exibi-las piscando em vez de fazer o texto correr, pois normalmente o consumidor está em movimento e não tem tempo de ler a frase toda.”
Evolução de luminosos e fachadas
A comunicação visual externa do comércio passou por várias mudanças nas últimas décadas. Antigamente, os nomes das lojas eram pintados nas paredes ou em placas de madeira ou ainda em chapa metálica. A seguir, passaram a ser usadas estruturas fechadas, as “caixas de luz”, com iluminação interna com lâmpadas fluorescentes e revestidas externamente com “bacias” acrílicas. Luminosos mais sofisticados usavam iluminação com tubos de gás neon.
Com o aparecimento das lonas vinílicas, mais baratas e duráveis, as bacias acrílicas começaram a ser abandonadas e substituídas. Para fachadas e luminosos maiores, começaram a ser usadas estruturas metálicas simples ou em forma de cubo, recobertas por lonas adesivadas ou impressas eletronicamente, solução que é usada até hoje.
Essas lonas recebem ilhoses metálicos que permitem que elas sejam presas à estrutura com cordões ou fixadores de nylon aparentes ou escondidos na parte traseira. A iluminação normalmente é feita por refletores externos, que têm manutenção fácil e rápida.
Uma opção de comunicação visual externa mais sofisticada é usar placas de “composite” de alumínio com letras metálicas em relevo (chamadas de “letras caixa”) pintadas ou lixadas. Essas mesmas letras podem ser instaladas sobre fundo de lona ou até de alvenaria e ladrilhos, com bons resultados visuais.
Por: Amadeu Castanho Neto
Fotos: Divulgação
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