O setor automotivo passa por momento delicado internamente e isso não é segredo para ninguém. Mas para algumas empresas a chamada crise nem chegou perto, talvez pela estrutura montada, pelo amplo nicho de mercado ou pela força da marca. Outras estão encontrando no mercado externo a saída para manter os negócios aquecidos e a fábrica em constante produção.
Para se ter uma ideia da importância desse tipo de representação hoje, o mercado de exportação é o único que anda na contramão dos números negativos. Ao contrário de outros índices, a evolução das vendas externas dos fabricantes de veículos caminha para salvar o ano como único número positivo de desempenho do setor em 2016. De janeiro a julho os embarques somaram 272,2 mil unidades, em robusta alta de 20% sobre o mesmo período de 2015. Julho, isoladamente, também foi bom, com 45,5 mil veículos exportados e forte expansão de 61% em relação ao mesmo mês do ano passado, e avanço de 5% ante junho.
Os números são tão bons que a associação das montadoras instaladas no País, a ANFAVEA, sustenta sua projeção de que o volume total anual exportado chegue ao fim de dezembro acima de 500 mil unidades, em expansão de 21% a 22% ante o exercício anterior. Assim como no Brasil o número de emplacamentos é considerado um parâmetro para o setor de acessórios, os ótimos números que retratam a exportação de automóveis também retratam um bom momento para as indústrias de som e acessórios que atuam no exterior.
Por isso, o representante entrevistado nesta edição é INTERNACIONAL. Jude Nicholas atua como representante de som automotivo há cerca de 10 anos e propaga o nome de algumas marcas brasileiras por o Continente Americano. “Estou presente em todos os países da América do Norte, Central e Sul, além do Caribe. Atuo desde o Canadá até a Argentina”, afirma Jude.
Eu ainda não tinha participado de um evento com a estrutura do ENAN, que inclui exposição e um foco tão grande nos negócios.”
E a prova de que o momento para exportar é bom, é que o representante Jude Nicholas, que já atuava com algumas marcas brasileiras tradicionais como a Banda Amplificadores, aumentou seu leque de opções e, depois de ter participado do ENAN 2016 (Encontro Nacional AutoMOTIVO de Negócios) e conhecido outros players do mercado, aumentou seu portifólio, e hoje também atua com a Hard Power. Além dessas duas marcas, Jude ainda representa Massive Audio, Expert Electronics, Infratron e QVS. Segundo o representante, as empresas brasileiras são muito bem recebidas no exterior. “Os consumidores estrangeiros consideram os produtos brasileiros muito diferentes dos produtos de outros mercados. Os brasileiros inovam mais, apresentam mais novidades que os asiáticos, por exemplo”, afirma.
Dentro do nicho de som automotivo, especialidade de Jude, a preferência dos consumidores internacionais é pelos amplificadores. “A credibilidade do Brasil, quando se fala em amplificador, é bem alta”, mas ele ressalta que, apesar do interesse do público também pelos alto-falantes, o valor do frete interfere negativamente, prejudicando um pouco a concorrência brasileira no exterior.
Para ter sucesso com o mercado internacional, segundo Jude, é preciso ter bons produtos, que eles estejam disponíveis, tenham bons preços e garantia. “Cada vez mais empresas brasileiras se aventuram no mercado internacional, mas é preciso ter seriedade para este trabalho. Oferecer bons produtos e garantia é primordial. Sua marca se fortalece quanto o consumidor percebe que existe uma boa estrutura por traz do produto e que ele pode contar com ela”, afirma.
Quando esteve em São Paulo, no ENAN, percebeu a força do mercado brasileiro e ainda afirmou que o evento poderia ser maior e abrir mais espaço ao mercado exterior. “Foi muito importante participar. Fiz ótimos contatos que, inclusive, resultaram em importantes parcerias. Nós, que atuamos fora do Brasil, conhecemos eventos de negócios lá fora mas eu ainda não tinha participado de um com a estrutura do ENAN, que inclui exposição e um foco tão grande nos negócios”.
Os distribuidores internacionais prezam pela rapidez e pela qualidade. Um fornecedor brasileiro não pode se demorar numa resposta ao cliente.”
Lá fora, Jude afirma que está acostumado com grandes feiras como a CES. “A CES, para mim, é a maior e mais importante feira mundial do nosso setor. Lá conhecemos tendência, tecnologia, inovação, além de conseguirmos ainda efetuar negociações. Se a empresa tiver condições, a CES é uma ótima vitrine para as empresas brasileiras que querem exportar seus produtos”, afirma.
Ainda sobre o que considera importante numa empresa que pretenda exportar produtos para outros países da América, o representante salienta a questão do atendimento. “Os distribuidores internacionais prezam pela rapidez e pela qualidade. Um fornecedor brasileiro não pode se demorar numa resposta ao cliente. Ele precisa estar disponível para o pós-venda, assim como em todo o processo de negociação. O cliente precisa confiar na marca e essa confiança não vem apenas com produtos de qualidade mas, também, com atendimento rápido”, finaliza.
Texto: Denise Andrade
Imagens: Equipe AM
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