Foi no dia 13 de Março, exatamente há 3 meses que então governos estaduais anunciavam sem aviso prévio que devido a pandemia do coronavírus, era preciso que todos ficassem em casa. Sem maiores informações ou com um plano transparente e claro para o comércio e fábricas, as atividades deveriam ser paralisadas. O caos estava instalado. Foi assim com a MULT Acessórios, fábrica instalada no bairro da Moóca em São Paulo, e que há mais de 15 anos, tem o engate e protetor de cárter entre seus principais produtos e complementam a linha com soleiras personalizadas, travas de estepe e outros acessórios. Estivemos com Ana Carolina Hardt, sócia da empresa que nos contou como está lidando com uma situação que, segundo ela, a nada se compara.
“Vinhamos numa crescente, o mercado estava melhorando. 2020 era um ano promissor. Fizemos investimentos em maquinários, novos produtos, afinal era início de ano, as vendas estavam aquecidas e logo teríamos o ENAN – Encontro Nacional Automotivo de Negócios realizado pela revista AutoMOTIVO. Estávamos preparados para atender a todos os clientes do país e prospectar novos, nos preparamos. Compramos novos maquinários. De repente, o mundo virou de cabeça pra baixo. Nossos produtos são vendidos a distribuidoras que repassam a lojas e concessionárias. Não dá para mudar essa operação do dia pra noite e temos muitos colaboradores, representantes que dependem de nós. As lojas até abriram em alguns estados mas as concessionárias só estão retomando agora. Fomos de uma venda expressiva a praticamente zero do dia pra noite. Penso que o governo deveria ter tido o mínimo de planejamento e informação, mas a falta dele condenou o comércio e gerou uma série de prejuízos que poderiam ter sido evitados, e nós fabricantes estamos tendo que lidar com diversas situações preocupantes. A grande maioria das fábricas de Som e Acessórios produzem linhas específicas, sem uma grande diversificação, como as de Alto falantes por exemplo. Se a venda de veículos ou eventos param, alto falantes não saem, só pra exemplificar um setor.
O problema já vinha desde o final de 2019 em outros países, então houve o carnaval normalmente, além de outros eventos esportivos. Posso imaginar o que vocês também tiveram que lidar (se referindo ao adiamento do ENAN as vésperas da montagem e seria realizado entre 16 e 19 de março), com o adiamento de um evento deste porte, que não é mais só nacional, há compradores de fora do país que vem pro ENAN, toda estrutura organizada, pronta para ser montada. Algumas pessoas não se colocam no lugar dos outros para imaginar a situação, não faz ideia. A indefinição é uma tortura e é o que mais assola a quem produz. Veja, tínhamos 80 funcionários. Então o faturamento vai a zero, além da inadimplência por parte de muitos clientes. Então o governo federal anuncia o programa de ajuda para preservar os empregos. Entretanto, pelo menos para o mercado de acessórios automotivos, isso não funciona muito bem, pois se nós optarmos por esse plano, não poderemos demitir depois caso o mercado não dê sinais de recuperação. E o governo do Estado de São Paulo entrou numa briga política com o governo federal, jogou o problema para o presidente e nada fez além do #fiqueemcasa. Ficamos 1 mês totalmente parados, começamos a retomar em Abril.
No dia 20/04 a Mult após ficar fechada por um período reabriu suas portas em esquema de redução de jornada de trabalho. Esse acordo se encerra no dia 18/07, então durante esse período nossos trabalhos devem ser mantido dessa forma , independente de nossa vontade, pois é necessário mantermos os acordos pré estabelecidos ,e um distanciamento social seguro dentro da empresa.
Estamos juntamente com isso aplicando alguns protocolos de segurança para tentar manter que nossos funcionários fiquem protegidos e com saúde ( pois uma contaminação com o vírus dentro da Mult nos forçaria a interromper as atividades).
De qualquer maneira estamos nos empenhando ao máximo para atender a todos e trabalhando para minimizar os atrasos que eventualmente possam ocorrer com alguns pedidos.
Em Maio iniciou-se uma demanda e agora estamos trabalhando com 30% da produção. Penso que deveria ter sido feito um lockdown de 15 dias, separado o grupo de risco e então haver ação por parte do Estado, bem como uma previsão para retomada consciente implantando as normas sanitárias logo em seguida. Quem aguenta 3 meses parado? E a indefinição continua… Vários clientes e outras fábricas demitiram funcionários, algumas fecharam e no nosso caso não foi diferente. Esperamos poder contrata-los novamente em breve. E isso porque não dependemos de insumos importados. Imagine os fornecedores que importam, além de tudo, tendo que lidar com um dólar a quase R$ 6,00.
O medo foi instalado. O consumo foi lá pra baixo. A pandemia é realmente séria, tenho amigos em estado grave. Ninguém sabe o que vai acontecer. Mas a economia parada faz um estrago sem precedentes. Agora é lidar com a nova realidade. Nos resta nos adaptar ao novo. Agora já estamos produzindo novamente e estamos nos adequando. Grande parte das distribuidoras voltaram a trabalhar e agora as lojas e concessionárias estão retomando. Esperamos que uma vacina seja criada logo, e que a curva da pandemia caia. Então torcer para que o governo se entenda e encontre novas fórmulas para a retomada da economia e coerência, bom senso com quem emprega. Só assim, as coisas devem voltar ao “quase normal”.
Site da empresa: www.multengates.com.br
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