Você trabalha com som automotivo, entende do assunto, adora o que faz, mas está desanimado, pois acha que o mercado está difícil e concorrido? Acha que a disputa de preços com lojas da Internet e os magazines está diminuindo perigosamente a sua margem de lucro ou tende a transformar a sua empresa de varejista em mera instaladora? Depois de fazer as contas, você acha que não está sobrando o suficiente e está pensando em mudar de ramo?
Calma! A situação pode não estar como seria desejável, mas antes de desanimar ou tomar alguma decisão, talvez esteja na hora de você saber que existem algumas opções dentro do mercado de audio automotivo ainda pouco exploradas e que valem a pena avaliar.
Por exemplo, um segmento do mercado onde as margens são bem mais folgadas, a competição muito mais escassa e a maioria dos consumidores tem carteiras bem providas que permitem encarar faturas que podem chegar aos R$120 mil.
Sonho? Conto de fadas? Não, estamos falando do High End (se pronuncia “rai end”), o elitizado e ainda pouco conhecido segmento de som automotivo que privilegia um som de alta qualidade e definição, personalizado de acordo com as preferências do cliente.
Cada vez mais procurado pelos donos dos carros mais caros, que normalmente são pessoas mais maduras e com um bom poder aquisitivo, o High End, embora não seja uma solução que possa ser adotada por todos que atuam no varejo de car audio, pode oferecer boas oportunidades em muitas cidades brasileiras.
Nosso entrevistado da edição anterior, Adilson Oshiro, da Top’s Hi Tech Components, que atua tanto como lojista como distribuidor e tem o segmento High End de car audio como foco prioritário, explica algumas das razões de tê-lo escolhido e porque continua apostando suas fichas nele.
“Este é um mercado mais nobre, que a gente sente que é o que menos oscila. É um mercado em que não se vende muito em termos de volume, mas no qual as vendas todo mês são ao menos iguais, praticamente, quando não crescem”, afirma Adilson.
Ele destaca que, ao contrário do mercado de som tradicional, no qual a concorrência das lojas virtuais é cada vez mais intensa, no High End ela é nula, pois a simples compra de produtos não basta para se obter um som de alta qualidade e definição.
Segundo ele, o mercado High End exige soluções personalizadas, que resultam da soma de produtos e serviços: projeto, equipamentos e instalação. E isso não tem como ser feito pela Internet.
Adilson enfatiza que nesse segmento, mais do que em qualquer outro, a qualidade de mão de obra é muito importante para o resultado final do projeto e todo o potencial dos equipamentos só será bem aproveitado se a sua instalação for perfeita.
De acordo com a sua opinião, está cada vez mais fácil vender produtos de car audio de qualidade, pois as pessoas passam muito mais tempo no carro e têm muito mais tempo para escutar um bom CD no carro do que em casa. E esse é um argumento que vale a pena ser utilizado pelo lojista na hora que o cliente está na sua frente.
“O motorista perde muito tempo no trânsito, está cada dia mais complicado. Então, se tem de ficar dentro do carro, ele quer ter esse conforto, essa satisfação a mais. Lá, ele tem tempo e pode escutar o que ele quiser, no volume que quiser, o que nem sempre acontece em casa. Por isso, essa linha mais nobre é muito mais fácil de vender, porque quando a gente explica que ele passa muito mais tempo no carro, ele entende, sabe que é verdade”, explica Adilson.
Tudo isso possibilita que o lojista ganhe em todo o processo e não só com a venda dos equipamentos, já que também pode adicionar a sua margem de lucro na elaboração do projeto e na instalação dos produtos.
Além disso, atuar nesse segmento não é fácil, o que reduz bastante o número de empresas disputando os clientes numa mesma cidade. Com menos concorrência tanto de lojas físicas quanto das baseadas na Internet, o varejista pode praticar uma margem de lucro mais folgada.
O tipo de equipamentos utilizados também ajuda. Num projeto de som High End é recomendado que cada um dos componentes usados seja de alto padrão, específico para som de alta qualidade e definição, do player aos alto-falantes, passando por amplificadores, cabos e capacitor.
Como explica o dono da Top’s HiTech, investir em bons alto-falantes e amplificadores mas fazer a sua conexão usando cabos que custam R$30,00 no varejo não combina. E na maioria das vezes o próprio usuário acaba querendo usar cabos de marcas como a Stinger, que ssão vendidas por até dez vezes mais.
“A etiqueta, a grife também pesa”, explica Adilson, que complementa: “marcas como essa são associadas a alta qualidade e alto valor agregado. E o próprio cliente gosta de citá-las ao mostrar o som do carro para os amigos. E quem entende já pensa: se o cabo é bom, imagina o resto…”.
Em resumo: como o consumidor está comprando produtos de marcas sofisticadas e “de griffe”, acaba concordando em pagar mais por isso. Ao mesmo tempo, esses produtos não são facilmente encontrados para comparação de preços pela Internet ou mesmo em outras lojas especializadas em som automotivo.
Portanto, a margem de lucro praticada pode ser mais folgada de ponta a ponta, desde o projeto personalizado até na sua instalação, passando pelos alto-falantes, amplificador (ou amplificadores, nos projetos mais sofisticados), cabos, caixas, enfim, cada um dos componentes utilizados.
Aprendendo a chegar lá
Evidentemente, a coisa não é tão simples e quem desejar disputar a atenção do consumidor do som High End vai precisar estudar e praticar muito, se aprofundando no significado de conceitos como ambiência, brilho, coloração sonora, equilíbrio espectral, precisão tonal, dinâmica, ataque, picos e vales de curva de resposta de freqüência, damping e cancelamento acústico, entre outros.
Vai precisar aprender que para cada carro existe um projeto, resultante do modelo e acabamento do carro, do gosto musical do cliente e do volume em que ele quer escutar a música. São muito diferentes os sistemas para quem gosta de música instrumental e para quem gosta de escutar rock.
Quem gosta de música instrumental, o foco tem de ser em fidelidade e médios, enquanto quem gosta de rock, precisa de um grave mais pesado. Em cada caso, o tipo e posição de caixas de som é diferente.
A personalização do projeto e da instalação chega a detalhes como substituir os acabamentos que alojam os tweeters na parte dianteira do veículo, para que o som seja dirigido para o motorista. Muitas vezes é preciso moldar artesanalmente os acabamentos.
Também vai precisar mudar o jeito de vender. Em vez de vender equipamentos e serviços, vai ter de aprender a vender valor. Em vez de discutir preço, vai precisar passar para o consumidor a informação sobre o que o produto vale. É preciso fazê-lo entender que ele está comprando é satisfação, em vez de só um produto.
Adilson explica que nesse segmento, mais do que em qualquer outro, a demonstração tem um papel muito importante para orientar e convencer o consumidor. Quando o cliente chega na loja, ele ou seus vendedores procuram fazer um teste comparativo entre dois alto-falantes tocando numa caixa, para descobrir qual é que mais agrada ao cliente.
“Normalmente, um dos falantes é da linha “básica” e o outro, da linha “High End”, ele explica. E complementa: “esse tipo de produtos não dá para comprar só com os olhos, você tem de escutar. Por isso montamos três carros de demonstração, que procuramos deixar num estacionamento perto da loja para o cliente poder escutar e comparar o resultado dos produtos instalados. Um dos carros tem uma instalação básica, outro uma intermediária e o terceiro uma “top”.
“Hoje, um cliente gasta cerca de R$2 mil para fazer uma instalação básica na loja, um intermediário R$15 mil e o “top” R$80 mil ou até mais”, revela Adilson. Ele conta que embora nas instalações básicas o mercado seja concorrido, nas intermediárias e top a concorrência é muito pequena.
Segundo ele, a presença feminina na loja procurando som de qualidade é cada vez maior. “Elas precisam de uma venda mais trabalhada, pois não têm tantas informações sobre produtos e marcas em relação aos homens, mas depois que se explica e elas escutam a demonstração, compram com a mesma segurança do homem”, explica.
1 – A primeira é que o foco do som deve ser o motorista e os demais ocupantes do veículo e não quem está fora. Pode-se dizer que o som High End é exatamente o contrário do pancadão. Nada de som “para fora”. A música deve ser ouvida só por quem está dentro do carro;
2 – A segunda é que o que deve ser destacado para quem está no veículo é a música e não os equipamentos instalados no veículo para reproduzi-la. Isso não quer dizer que os equipamentos não tenham importância. Muito pelo contrário! Mas eles só devem ter destaque na hora do projeto e da compra, ficando em segundo plano na hora de ouvir música;
3 – A terceira é que os equipamentos de som, principalmente alto-falantes, não devem ser percebidos. Nada de o ocupante do veículo ouvir uma música e conseguir perceber onde estão instalados os falantes ou pensar “ah, agora entrou o woofer ou o tweeter do lado esquerdo (ou direito)”;
4 – A quarta é que o som High End exige equipamentos específicos, com características diferenciadas. São equipamentos mais sofisticados e caros, muitos deles importados e de marcas às vezes menos conhecidas pelo grande público, mas que permitem que o lojista pratique margens de lucro mais folgadas;
5 – A quinta é que para se obter um som de alta qualidade e definição não basta só instalar bons equipamentos. É preciso fazer um projeto específico para o veículo de cada cliente, considerando não só o tamanho do habitáculo e a acústica interna, mas principalmente as preferências do proprietário, como por exemplo, tipo de música que gosta de ouvir e nível de volume preferido.
EM RESUMO…
Seguindo essas premissas básicas, o motorista e demais ocupantes do carro devem ter a impressão de que estão ouvindo uma apresentação ao vivo do cantor, conjunto, banda ou orquestra, no mesmo ambiente, podendo distinguir cada instrumento e sua localização e até pequenos detalhes, como uma respiração do vocalista ou o ruído dos dedos passando pelas cordas de um instrumento de cordas ou pelas teclas de um piano.
Por: Amadeu Castanho Neto
Fotos: Divulgação
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Sempre fui fã de som de qualidade, nem precisa ser muito potente, nada é mais prazeroso.
mas ainda não inventaram o ''meu ''aparelho automotivo.
Em casa, ouço musicas num Home theater e um Blu ray Sony que le arquivos WAV e formato DTS.
Baixo musicas (WAV) de sites especializados no formato audio DTS 5.1, o som é incrivelmente perfeito, mas sentado num sofá quietinho.
Sempre imaginei um player automotivo fazendo isso, que vc fica sentadinho no mesmo local por horas as vezes.
Meu Pioneer ja lê arquivos WAV, so falta o DTS e uma saida configuravel 5.1 pras 6 saidas RCA dos aparelhos.Na minha cabeça isso seria tão simples pra um fabricante...
Parabens a revista e suas reportagens.