Na nossa edição de julho, examinamos a evolução das frotas de veículos e vimos que ela está concentrada nas 15 maiores regiões metropolitanas, onde rodam 47,9% do total dos automóveis e veículos comerciais leves emplacados no país.
No entanto, no que diz respeito ao crescimento da frota, vimos que enquanto essas regiões registraram uma expansão de 90,2% no período de 2001 a 2012, a cidades menores cresceram muito mais, chegando a até 143% no caso das com até 5.000 habitantes.
Estudos e pesquisas recentes ajudam a entender melhor essa tendência. Uma pesquisa do SEBRAE e do instituto Data Popular joga mais luz no que a nossa análise já permitia perceber: o novo Eldorado está nas cidades do Interior, que já respondem por 38% do consumo de todo o Brasil, que gasta anualmente nada menos que R$827 bilhões.
Ou seja, de cada $10 gastos no país, R$4 já são gastos no Interior. Esse cenário confirma a existência de um ambiente promissor para os pequenos negócios, na medida em que metade da população brasileira vive no interior e que essas regiões vêm apresentando um crescente desenvolvimento econômico.
Potencial para crescer
Durante a sua palestra na abertura do ENAN 2014, o Professor Marins já fazia observação semelhante, relacionado o PIB de estados e regiões brasileiras ao de importantes países estrangeiros.
Segundo Barretto, a pesquisa mostrou que os consumidores no interior definem suas compras principalmente com base no preço e na qualidade e dão menos importância à marca, o que favorece as empresas menores que se preparem para oferecer bons produtos e serviços.
O Brasil tem 4.619 municípios fora das capitais e regiões metropolitanas, com um total de 94,3 milhões de habitantes, o equivalente a 49% da população do país. A grande maioria (74%) desses moradores do Interior vive em áreas urbanas, e apenas 26% vivem em áreas rurais.
Entre os trabalhadores, 77% ganham até dois salários mínimos (nos grandes centros, só 64% estão nessa faixa de renda). “Embora a renda no Interior seja menor, o consumo vem sendo favorecido pelo desenvolvimento das cidades e pelo aumento da circulação de dinheiro nos municípios”, destaca o presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles.
Os 94,3 milhões de habitantes de cidades fora das capitais e regiões metropolitanas gastaram R$ 51 bilhões com veículo próprio em 2013, entre compra de veículos, manutenção e compra de acessórios.
Ainda segundo a pesquisa do Sebrae, 6,9 milhões deles declararam que desejam comprar um carro em 2014. Ela também destaca que os consumidores destas regiões definem suas compras mais com base em preço e qualidade do que em função da marca.
Entre os fatores apontados como responsáveis pelo crescimento do poder de consumo no Interior estão o aumento dos empregos formais, a retenção de talentos e o aumento real no salário mínimo, que permite que os moradores não precisem mais emigrar em busca de emprego e educação.
A pesquisa permite perceber que s moradores do Interior são majoritariamente urbanos: 74% estão em áreas urbanas e só 26% no campo. Outro dado importante é o otimismo: dos 94,3 milhões de brasileiros que moram no Interior, 70% responderam que a vida melhorou no último ano e que acreditam que estarão mais ricos dentro de dez anos.
Crescimento acima da média
Não é só no crescimento da frota que as cidades do Interior estão se destacando. Muitas delas estão registrando crescimento populacional e econômico acima da média nacional,
No período de 2006 a 2011, enquanto a média de crescimento do PIB Nacional foi de 75%, em Atibaia ele cresceu 103%; em Jundiaí, 93%; em Taubaté, 81% e em Araçatuba, 80%. Segundo relatório da Pyxis, a maioria das cem cidades brasileiras com maior Índice de Potencial de Consumo (IPC) está no Interior do país.
Noutro estudo, divulgado recentemente pela empresa de consultoria Boston Consulting Group, só as famílias de classe média das cidades do interior do País formarão um mercado consumidor de mais de US$ 600 bilhões em 2020, o equivalente a mais da metade do crescimento do consumo no país até o final da década.
Segundo o estudo, batizado de ‘Brazil’s Next Consumer Frontier: Capturing Growth in the Rising Interior’, os consumidores do Interior serão fatores importantes para o crescimento de setores como o automotivo.
Outro Brasil
O estudo destaca que as famílias de classe média do Interior têm cerca de 20% a mais de renda disponível do que as das capitais e regiões metropolitanas e que os padrões de consumo, os gastos e as atitudes consumidores no Interior são diferentes dos verificados nas grandes cidades.
Também aponta que embora os consumidores de classe média e das classes de maior poder aquisitivo estejam tão interessados em gastar a sua renda cada vez maior com produtos das categorias que lhes interessam mais, as empresas não estão atendendo às suas necessidades nem em sintonia com os seus hábitos de compra.
O estudo recomenda a adoção de campanhas de marketing local, o fortalecimento de canais eletrônicos e até o desenvolvimento de modelos de negócios inovadores para que as empresas atingir realmente as necessidades desses consumidores emergentes da classe média do interior do País.
A chegada da prosperidade
O BCG aponta que a prosperidade, antes restrita quase sempre às capitais e regiões metropolitanas, está chegando ao Interior. Um dos sinais é o surgimento de novos e importantes “clusters de consumo” com raio de 100 quilômetros em torno de cidades como Jequié, na Bahia, Açailândia, no Maranhão e Montes Claros, em Minas Gerais, com gastos domiciliares anuais de pelo menos US$5 bilhões.
O estudo traz mais informações positivas: o número de famílias de classe média para cima deve crescer até 13% por ano até 2020 no Interior, enquanto que nas cidades com pelo menos um milhão de habitantes, a maioria situada no Sul e no Sudeste do país, deve ficar entre 2% e 5%.
No ano 2000, 34,7% da população do Interior pertencia à classe média e às classes de maior poder aquisitivo. Dez anos depois, esse percentual já tinha crescido para 38,4% e até 2020 deve alcançar 40,5%.
Ainda segundo o estudo, o mercado de consumo do Interior está crescendo com a mesma velocidade e tão atrativo quanto o das grandes cidades. O consumo deve crescer 30% até 2020, quando as cidades do Interior responderão por 48% do consumo incremental do país.
Nesse período, sua participação no bolo do consumo passará de 24% para 28%, o que equivalerá a um mercado da ordem de US$633 bilhões.
E, para felicidade do nosso mercado, até 2020 os consumidores do Interior serão responsáveis por 40% das compras de automóveis.
Por: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação
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as edições são maravilhosas, excelentes produtos referente automoveis em geral.
Muito obrigado pelo seu comentário, Wilson.
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