Na tentativa de finalmente conseguir emplacar um modelo bom de vendas no mercado brasileiro, a Renault está introduzindo na sua linha o Kwid, um modelo que a montadora anuncia como o primeiro SUV compacto urbano do Brasil. Apresentado publicamente no final do ano passado, durante o Salão do Automóvel, o Kwid foi definido para ser o novo modelo da Renault para se juntar ao Sandero na briga pelas primeiras posições do ranking de emplacamentos.
Combinando um bom pacote técnico com preços reduzidos em comparação com a maioria dos modelos considerados como de entrada oferecidos no mercado brasileiro, o Kwid começou a ser oferecido com uma inovadora proposta de pré-venda que garantia a reserva por só mil reais, pagos em três parcelas sem juros.
Baseado no modelo do mesmo nome lançado na Índia em 2015, o Kwid utiliza a plataforma CMF-A (Common Module Family), desenvolvida em parceria com a co-irmã Nissan, e apresenta diversos aperfeiçoamentos em relação ao modelo indiano.
De acordo com a Renault, o Kwid brasileiro tem 80% do seu conteúdo composto por peças novas, desde a estrutura e características mecânicas, passando por equipamentos de conforto, conectividade e segurança.
A montadora montou uma equipe de 290 pessoas integralmente dedicadas ao seu desenvolvimento no Brasil, contando com mais de 200 mil horas de desenvolvimento, 35 crash-tests e 1 milhão de quilômetros de rodagem de validação em diferentes condições de uso.
Paralelamente à adaptação do projeto às características de um mercado mais exigente, a montadora não perdeu de vista o fator custo, controlando todos os fatores para garantir que a versão de entrada, a Life, pudesse ser vendida por R$ 29.990 e a mais completa, a Intense, por R$ 39.990, já incorporando um pacote de conectividade. De acordo com a Renault, além de 18 cm de vão livre e ângulos de entrada e saída dignos de um SUV, o Kwid se destaca pela oferta de quatro airbags (dois frontais e dois laterais), pelo consumo reduzido de combustível (15,2 km/l com gasolina) e pelo espaço interno.
Equipado com o motor 1.0 SCe (Smart Control Efficiency) com três cilindros, 12 válvulas e duplo comando de válvulas (DOHC), que produz 70 cv de potência com etanol e 66 cv com gasolina, o novo modelo da Renault é equipado com a transmissão manual de cinco marchas SG1. A garantia é de três anos e a Renault oferece um programa de revisões a cada 10 mil quilômetros com preço tabelado, de R$ 349 para a versão Life e R$388 para as versões Zen e Intense.
Com espaço para equipar
As três versões do Kwid deixam diversas oportunidades para oferecer acessórios para os proprietários do novo modelo. A versão Life, de entrada, é realmente espartana e, apesar dos quatro airbags, é oferecida sem nem mesmo os equipamentos de conforto mais básicos, como acionadores de vidros e trava elétricos.
Mesmo itens como o limpador do vidro traseiro, presentes nas versões mais caras do Kwid, são oferecidos na Life. Tudo isso é ótimo para o varejo de som e acessórios automotivos, que vai ter muitas oportunidades de vender equipamentos para os compradores dessa versão.
Já a versão intermediária Zen incorpora itens de série como direção elétrica, ar-condicionado, travas e vidros dianteiros elétricos e rádio com Bluetooth e entradas USB e Aux. No entanto, como no caso da Life, deixa muito espaço para a venda de acessórios, começando pelo acionamento elétrico para os vidros traseiros e do alarme.
A versão topo de linha Intense, oferecida com o pacote “Pack Connect”, é oferecida com equipamentos como retrovisores elétricos, faróis de neblina cromados, central Media NAV 2.0 com câmera de ré, abertura elétrica do porta-malas, rodas Flexwheel e chave dobrável. Ainda assim, continua sobrando espaço para a venda de acessórios.
A Renault tenta oferecer acessórios, mais não vai muito longe. A oferta básica é de kits como o Fun, que abrange capinha da chave, porta celular e carregador USB ou o Segurança que agrega alarme e sensor de estacionamento. Além dos kits, são oferecidas opções avulsas, como por exemplo câmera de ré, rodas de liga leve de 14”, faróis de neblina e soleiras das portas, entre outros itens.
Em resumo
Provavelmente você pode estar se perguntando como é que a Renault consegue vender um carro por menos de R$30 mil e as outras montadoras não. A resposta mais simples e direta é que isso é resultado da soma de dois fatores: vontade e estratégia.
A montadora optou por diminuir a sua margem de lucro por unidade, mas ganhar no volume, como fazem alguns super e hipermercados. Com isso, ela atrai novos consumidores para a marca e tenta criar seguidores fiéis à marca, que mais tarde podem comprar outros dos seus modelos.
Ao mesmo tempo, colocando mais carros na rua com o seu losango, ela está fazendo publicidade e tem a chance de aumentar o número de consumidores que podem passar a considerar passar numa de suas revendas na hora de trocar de carro. Além disso, ela ainda ajuda a movimentar as concessionárias autorizadas e respectivas oficinas.
Tudo leva a crer que a chegada do Kwid deve ser vista com bons olhos pelo mercado de som e acessórios automotivos, pois ele promete vender bem e oferece inúmeras oportunidades para ser equipado.
Além disso, considerando a campanha da montadora para vender seu novo modelo como um “SUV compacto urbano”, ainda podem ser consideradas novas oportunidades para vender acessórios de pegada fora de estrada para os consumidores que “comprarem” esse conceito.
Mesmo que esses raciocínios fossem irrelevantes, já sabemos que os consumidores brasileiros adoram novidades e que um lançamento desses vai fazer a roda girar, colocando mais carros zero na rua e, ao mesmo tempo, ajudando a aquecer o mercado de usados.
Como a cada veículo que sai de uma concessionária ou que troca de mãos, maior é a probabilidade de venda de equipamentos de som e acessórios, vamos torcer para que a nova arma da Renault tenha todo o sucesso que a montadora projetou!
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação
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