Já imaginou como seria poder pilotar uma Ferrari de Fórmula 1 sem ter de se espremer dentro daquele cockpit apertado? Melhor ainda, contando com o conforto de assentos de couro estofados, ar condicionado, uma suspensão mais macia e até lugar para um(a) acompanhante?
Sonho de muita gente, esse misto de carro de competição e de uso urbano existe e tem nome: La Ferrari, ou “a” Ferrari, um superesportivo criado para ser o supra-sumo daquela que talvez seja a marca mais mítica e desejada da indústria automotiva mundial.
O design é impactante, ao mesmo fluido e agressivo, misturando elementos nitidamente extraídos dos monopostos da Fórmula 1 – como o aerofólio frontal e diversos pontos da traseira – com outros mais “comportados”, que evocam outros modelos “de rua” da marca do cavalinho rampante de Maranello.
Para poucos
Criada para ser uma máquina apenas para poucos e afortunados proprietários, como se não bastasse a produção limitada a apenas 499 unidades e o preço de tabela da ordem de 1,75 milhão de dólares, sem nenhum opcional, a fábrica ainda limitou a venda da La Ferrari apenas para uma lista de candidatos pré-selecionados.
A Ferrari não confirma, mas circula a informação de que, para entrar na lista, não bastava ter uma conta bancária daquelas para banco suíço nenhum reclamar. O candidato ainda precisava atender a uma série de exigências, entre as quais ser dono de ao menos cinco outros exemplares da marca.
Descrita pela Ferrari como o seu projeto mais ambicioso, a La Ferrari é o primeiro carro de produção da marca a ser equipado com uma solução híbrida derivada da Fórmula 1, o sistema Hy-Kers, que combina um clássico motorzão a gasolina de 12 cilindros em V, com potência de 800 cv a 9.000 rpm., com um motor elétrico capaz de gerar mais 163 cv.
Uma Ferrari com motorização híbrida? Como assim? Pois é, nem tudo na vida é perfeito. Fazer o que? É a moda. De qualquer forma, o dono de uma La Ferrari sempre vai poder optar por usar só o motorzão a gasolina.
Como na Fórmula 1
A integração com uma Ferrari de Fórmula 1 não se limita aos detalhes aerodinâmicos que garantem ao superesportivo um inédito coeficiente de penetração aerodinâmica de apenas 2,99 (o mais baixo já obtido por um veículo de produção), aos 963 cv de potência ou ainda ao sistema recuperação de energia Hy-Kers. De longe, esse é o modelo de linha da marca italiana que faz com que o motorista se sinta mais próximo de um piloto.
Apesar de acolchoado e forrado com couro, a posição do motorista é o a que mais se aproxima da de um monosposto da marca, com a parte superior do corpo reclinada e pernas e braços mais esticados. Para melhorar a sensibilidade ao comportamento dinâmico do veículo, o assento foi fixado diretamente no chassis monocoque de fibra de carbono.
O volante é ajustável tanto na profundidade quanto na altura. Os pedais de freio e o acelerador também se ajustam para garantir que as pernas do condutor estejam no ângulo correto para permitir um controle absolutamente preciso.
Além de ter tudo isso à sua disposição, cada um dos 499 afortunados donos de uma La Ferrari ainda ganharam uma vantagem adicional. Transformados em objeto de desejo, cada um dos poucos exemplares já produzidos vale pelo menos o dobro dos cerca de 1,3 milhão de dólares pagos para a fábrica!
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação
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