Mitsubishi GR-HEV um concept peso pesado

Avançando na sua aposta em veículos com propulsão alternativa, a Mitsubishi apresentou durante o último Salão de Genebra uma pick-up concept de design marcante, batizada de GR-HEV Concept Sport Utility Hybrid Truck, que utiliza motorização híbrida, com um motor elétrico e outro movido a biodiesel.

Uma das propostas da Mitsubishi é provar que é possível desenvolver e utilizar motorização alternativa não só em veículos de passageiro de pequeno porte, mas também em pick-ups e SUVs de maior porte. Esse é o caso da GR-HEV, uma pick-up de uma tonelada, segmento em que a montadora tem uma boa participação no mercado europeu e em outros mercados importantes, como Brasil.

A empresa tem um longo envolvimento com a pesquisa de veículos que utilizam combustíveis alternativos e se impôs o compromisso de que 20% da sua produção seja de veículos elétricos até o ano 2020. Atualmente, a pesquisa da Mitsubishi envolve três diferentes tipos de soluções de veículos híbridos: PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle), EV (Pure Electric) e HEV (Hybrid Electric).

Visual é destaque

Embora as grandes novidades estejam na solução de motorização, é o visual da GR-HEV que mais chama a atenção, seja qual for o ângulo de visão. Embora oficialmente seja uma pick-up cabine dupla de quatro portas, o visual do concept tem muitos elementos que remetem a carros e SUVs.

Algumas sacadas de estilo são ótimas, como por exemplo os faróis disfarçados na bonita grade

frontal, as longas laternas traseiras posicionadas na vertical que vão do final do para-choques até a lateral ou o perfil prateado, que começa quase na base do parabrisas, percorre toda a extremidade da capota e termina como santo antonio no começo da caçamba.

Os bonitos espelhos retrovisores laterais prateados e o recorte arrojado das portas traseiras também merecem destaque. A caçamba elevada, lembrando as últimas gerações da Chevrolet El Camino, é outro elemento visual muito agradável e que faz com que a GR-SEV lembre ainda mais um SUV.

A pintura preta da coluna “B”, no meio da cabine, faz com que ela praticamente não seja percebida, ajudando a formar um belo conjunto com os vidros escuros e ajudando a alongar a silhueta do modelo. No interior da cabine, nada lembra de que esse é o concept de uma pick-up.

Em resumo, o projeto da GR-HEV é praticamente perfeito, daqueles que dá vontade de ver logo rodando nas ruas. Talvez o único ponto que destoe da qualidade do restante do projeto são as rodas, que no mínimo podem ser chamadas de pouco inspiradas.

Motorização

No que seus técnicos batizaram de Dual Design, a solução da Mitsubishi Motors envolve o emprego de um motor diesel de 2,5 litros movido a biodiesel e um motor elétrico montado na parte frontal, acoplados a um câmbio automático, tudo controlado por um sistema eletrônico.

Essa solução hibrida, batizada de HEV, além de ser mais simples e mais barata que as soluções EV e PHEV, tende a ser mais adequada a pick-ups, pois proporciona mais torque com índice de emissão de poluentes muito baixo.
Outras vantagens da solução são resposta imediata, acelerações melhores, picos de torque mais elevados, menores índices de ruído na aceleração e no funcionamento em velocidades mais altas.

Uma ótima sacada é a possibilidade de usar o motor elétrico como gerador 110V-230V ou para tocar um potente guincho de 100V.

A tração é permanente nas quatro rodas e usa a renomada tecnologia Full-time 4WD com Super All Wheel Control (S-AWC) da Mitsubishi, que garante tração e estabilidade em qualquer tipo de piso e condição.

Sucessora da L200?

A Mitsubishi não esconde que a GR-HEV foi projetada como uma evolução da sua bem-sucedida pick-up L200, o que um exame mais atento de suas linhas logo confirma. Um exercício simples de imaginação permite antever até um SUV derivado do mesmo projeto.

Portanto, que ninguém se assuste se em breve ao menos as linhas desse concept forem adotadas por um modelo de produção. No entanto, se um dia a pick-up GR-HEV vai chegar à linha de produção é uma incógnita. E se isso vier a acontecer, a venda ou produção do modelo no Brasil é outra conversa, verdadeiro exercício de futurologia. Mas não custa sonhar, não é?

 Por Amadeu Castanho Neto

Fotos: Divulgação