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O que é um som de alta QUALIDADE e DEFINIÇÃO?

 

Áudio é um produto muito subjetivo e esclarecer de forma clara e adequada a um consumidor o que é esse “melhor” o ajuda a entender o resultado que será entregue. Consumidores querem mais que produtos: querem que o sistema de reprodução toque música com muita emoção, intensidade, envolvimento e gere prazer, muito prazer.

Qualquer gênero musical é ótimo desde que o sistema de reprodução ajude. Se o sistema de reprodução for muito fraco, qualquer música perde sua emoção. E música é emoção, independente de gênero e volume. Mesmo em volume baixo, a emoção deve ser estimulada. Isto é o que se chama de alto desempenho musical.

Conheça a seguir alguns termos relacionados ao som de alta qualidade e definição:

QUALIDADE DE ÁUDIO

HIGH END: Termo utilizado para produtos que empregam tecnologia de ponta extrema, à frente da tecnologia atual.
Trocado em miúdos: Tecnologia de outro mundo

COLORAÇÃO SONORA: Em sonorização, é o excesso em determinadas freqüências, tornando a reprodução artificial, irreal e sem fidelidade. É como um prato com tempero em demasia – é enjoativo e atropela o sabor dos ingredientes. O bom alto-falante deve ser neutro e reproduzir a música exatamente como ela é quando em FLAT (Bass, Mid e Treble ajustados no Zero). Caso o consumidor, a critério de seu gosto pessoal, queira adicionar coloração (mais grave, mais agudo, etc.) equalizável, ele tem como base a reprodução neutra. Há falantes e amplificadores cuja coloração sonora vai além de ganhos em freqüências e o timbre passa a ser demasiadamente artificial e sintetizado.
Trocado em miúdos: Cansei, tá enjoativo… não soa natural.

EQUILÍBRIO ESPECTRAL: É o equilíbrio proporcional entre as faixas de freqüências de uma música. Ao erguer ou diminuir o volume, as freqüências sub-grave, grave, médio grave, médio agudo e agudo devem subir e diminuir proporcionalmente em todos os falantes do carro: direito, esquerdo, frontal e traseiro + subwoofer. Alto-falantes de baixo custo normalmente apresentam um tweeter muito presente em volumes baixos comparado ao médio (mid-bass) e, quando em volume alto, o tweeter satura, perdendo definição, e o médio soa arisco demais, tirando a articulação musical.
Trocado em miúdos: Tem grave/agudo demais. Tá berrando muito. Abaixe o volume um pouco por favor.

PRECISÃO TONAL: Este é o critério número 1 quando se fala de emoção. É a precisão do tom de cada nota, timbre. O quão real os instrumentos e vozes soam comparados ao executado ao vivo. É também conhecida como assinatura sônica, a identidade exclusiva da sonoridade de cada voz humana, instrumento musical e afins. É um dos pontos mais valorizados por audiófilos. É o que faz um saxofone não soar como um trompete ou uma gaita. Até música eletrônica soa diferente. Em outras palavras, é a chamada alta-definição do áudio.
Trocado em miúdos: O som tá embaçado, parece que tem um nevoeiro… Abaixa o volume um pouco por favor.

DINÂMICA: Usando mídias de qualidade, com boa gravação, toda música tem várias dinâmicas, sendo elas divididas em micro, média e macro. A micro dinâmica é notada através de detalhamentos, um leve suspiro, o arrastar do dedo sobre o piano, o som do abrir da boca do cantor, entre outras informações musicais ocultas. Projeta mais realismo, presença e autenticidade. A macro dinâmica é a capacidade de “aceleração instantânea” quando a música alterna volumes baixos e altos, com comutação ultra rápida. Deve ocorrer sem saturação, fadiga ou distorção dos falantes, com rapidez e ataques plenos e intensos.
Trocado em miúdos: Engraçado, não tá empolgando não. Aumenta mais o volume (mas já está muito alto!!)

ATAQUE: É a velocidade, a rapidez com que as notas e instrumentos são executados, a intensidade deve ser precisa, sem embolar.
Trocado em miúdos: Sem “pegada”

PICO NA CURVA DE RESPOSTA DE FREQUÊNCIA: Em determinadas freqüências, o som fica forte demais. Em alto-falantes de baixa qualidade, chega-se a ter mais de 10dB de diferença de volume em determinadas freqüências. Isso equivale a um volume 3x acima de como foi gravado originalmente. O bom alto-falante deve ser linear, não apresentar picos nem vales em sua curva de resposta de freqüência.
Trocado em miúdos: Essa sanfona tá muito alta mas o contra baixo eu nem ouço direito!!

VALE NA CURVA DE RESPOSTA DE FREQUÊNCIA: O oposto do pico: o som fica baixo demais em determinadas freqüências.
Trocado em miúdos: Mal consigo ouvir a sanfona, mas o grave do baixo tá tremendo tudo!!

SIBILÂNCIA: O tweeter soa ardido, raspa em algumas freqüências de agudo. Os cariocas tendem a falar com sibilância. Ao invés de falarem “As casas das moças são bonitas”, pronunciam “Ash casash dash moçash são bonitash”. Ou o prato da bateria, que ao invés de soar como “tsss tsss” soa como “tsh tsh tsh”.
Trocado em miúdos: Cara, tá doendo meus ouvidos, parece que tem um gato escaldado. Abaixa o volume um pouco, por favor.

BRILHO: Todo mundo já ouviu uma música que parece que tem algo bloqueando o alto-falante, como um tapete sobre ele, pois a música soa apagada, sem vida, pálida, a “1 km de distância”. Uma música com brilho é muito mais envolvente e apresenta todo o conjunto dos itens descritos acima sem gerar coloração sonora. Cones e tweeters de alta qualidade são desenvolvidos para reproduzirem o brilho natural dos instrumentos, sem excessos e agudos saturados. Tecnicamente, chamamos um áudio sem brilho de “velado”.
Trocado em miúdos: Nossa, dá até arrepio esse som, muito envolvente!

DAMPING: É o freio do amplificador sobre o alto-falante. Batidas musicais muito rápidas tendem a se embolar caso o amplificador não conte com um bom damping e o alto-falante seja duro demais. Portanto, é um critério que se aplica tanto ao amplificador quanto ao alto-falante. Assim como o carro acelera e freia, o alto-falante deve excursionar gerando ondas musicais e parar no tempo da música, sem continuar a vibrar pela sua inércia. Alto-falantes high-end nem sempre precisam de amplificador com fator damping alto para apresentarem um áudio controlado e preciso. Já alto-falantes de construção pobre no geral, pedem um amplificador com maior poder de controle (damping) para compensar, até determinado limite, a falta de qualidade.
Trocado em miúdos: Os instrumentos estão tocando tudo um em cima do outro, embolou num mingau só.

CANCELAMENTO ACÚSTICO: No carro, há materiais internos que absorvem ou refletem as ondas musicais. O banco de estofado, por exemplo, tende a absorver as ondas, enquanto o vidro tende a refleti-las. Lataria de porta que vibra muito (sempre no sentido oposto ao alto-falante – lei da ação e reação) também gera cancelamento acústico. Não é essencial para muitos e também varia muito de carro para carro.
Trocado em miúdos: Boto ganho, aumento o volume, o falante tá esgoelando e o som parece que não aumenta…

AMBIÊNCIA: Há músicas gravadas em estúdio e outras em estádio, ao ar livre. Há bandas que gravam determinadas músicas em estúdios grandes, com pé direito alto para ter um efeito de eco proposital. Outros gravam em salas de concerto. A ambiência deve ser notada de forma clara ao ser reproduzida pelos seus falantes. Em algumas músicas, tem-se a percepção que a cantora está sussurrando aos seus ouvidos, tamanho o realismo. Ou, que você está no show ao vivo.
Trocado em miúdos: Caramba, parece que estou lá!!

PRAZER: O prazer musical pode ser traduzido em várias palavras: profundo, provocante, mágico, envolvente, intenso, emotivo, emocionante, nostálgico, realista, intrigante, surreal, instigante, entusiasmante, etc. O mais importante é que esses prazeres estejam presentes conforme o gênero musical e sejam sentidos em sua plenitude.

Reinaldo Miyazaki é Diretor da Audiophonic, especialista em som automotivo e colaborador da Revista AutoMOTIVO
consultores@revistaautomotivo.com.br

Denise Andrade

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  • Parabéns era tudo q eu ouvir de som pena que eu não tenho condição pra montar um som de alta qualidade

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