Tudo começou há dez anos, uma época em que o mercado automotivo brasileiro só tinha a opção de travas elétricas originais de fábricas. No interior do estado de São Paulo, um lojista de acessórios automotivos tinha dificuldade em obter produtos para equipar os veículos de seus clientes e passou a pesquisar soluções para esse problema.
Alexandre Guedes começou a trabalhar aos 13 anos de idade em uma loja em Bauru, cidade a cerca de 350km de distância de São Paulo. Foi observando, aprendendo, e aos 21 anos já tinha montado a sua própria loja.
Depois de muito pensar, chegou à conclusão de que a melhor solução para o seu problema seria fabricar travas que atendessem às suas necessidades e às de outros lojistas especializados em acessórios.
Travas, Gilson e Alexandre
Uniu-se ao amigo Gilson Donato, que possuía uma injetora e, de lojista, passou a ser fabricante. O primeiro produto desenvolvido, após muita pesquisa, suor e análise de mercado, foram as travas elétricas, já com a marca Tragial, nascida da união das primeiras letras do produto e dos nomes dos dois sócios.
Aproveitando a oportunidade de só existirem no mercado produtos caros e originais de fábrica, a empresa lançou suas primeiras travas elétricas, especificamente para o Fiat Palio, Ford Fiesta Amazon e Chevrolet Celta, que usavam mesmo kit TP4 e TP2.
Depois do primeiro produto, do tipo tecnicamente conhecido como trava de suporte, era hora da empresa começar a expandir o portfólio, passando a oferecer também travas específicas para fechadura.
Crescendo e mudando o foco
A fábrica começou em instalações que ocupavam somente 32m2. Depois cresceu mais 50m2 e, atualmente, a Tragial está instalada em dois prédios, com 1500m2 e outro de 2700m2.
O foco comercial ficou concentrado inicialmente somente no atendimento de concessionárias e lojas conceito. Mais adiante, passou a contemplar também os distribuidores, o que resultou no crescimento acelerado da empresa, que hoje atende mais de 300 distribuidoras de todo o Brasil.
A partir de 2008, só quatro anos depois do início de atividades, a empresa passou a participar de feiras e investir mais em publicidade, num investimento que ajudou a impulsionar ainda mais o seu crescimento.
Foi numa delas que a fábrica lançou o retrovisor elétrico rebatível, aquele que rebate quando se engata a marcha à ré do veículo, produto que logo se tornou mais um campeão de vendas.
Segundo Alexandre, as participações na Automec, no Salão do Automóvel e no ENAN tiveram como resultado a ampliação dos negócios e o amadurecimento da Tragial, promovendo um crescimento amplo e sadio.
A respeito do ENAN, ele faz questão de abrir parênteses para fazer uma observação: “São 3 dias de evento atendendo distribuidores, que geram mais 362 dias fazendo negócios ao longo do ano“.
Qualidade, base de tudo
Ao falar sobre os seus produtos, o diretor da Tragial ensina que a vantagem do artigo brasileiro é na tecnologia e na personalização oferecidas. Enquanto os chineses são genéricos, fabricados para serem usados em qualquer modelo de carro, os nacionais são desenhados conforme o veículo, o que promove o melhor funcionamento de todo o sistema no carro.
A fórmula de sucesso da empresa está baseada em princípio simples mas lógico: “O consumidor tem que ser o maior beneficiado – qualidade acima de tudo”, explica Alexandre. Segundo ele, apesar das oscilações de mercado, os produtos da Tragial estão sempre em alta, já que são itens aliados ao conforto e segurança.
Nova fábrica em Agudos visa montadoras
“Em 2008 começamos a atender a primeira montadora”, comenta Alexandre, que considera isso um atestado de que a empresa estava no caminho certo, uma vitória, uma grande conquista.
De acordo com Alexandre, “Isso deu um padrão grande para a empresa seguir e foi um salto importante para evoluir os negócios e os conceitos de tecnologia e qualidade da Tragial”.
Ele complementa que “Isso nos ajudou a melhorar ainda mais os produtos para o aftermarket também, já que é o setor que está na essência da empresa e temos a intenção de melhorar também este departamento”.
“O atendimento às montadoras foi um capítulo muito importante para empresa. Deste segmento originou-se a fábrica de Agudos, a 15km de Bauru, num espaço de 2700m2 , funcionando há 20 meses, e que vem sendo preparada para atender exclusivamente o OEM, sem esquecer do aftermarket”, destaca Alexandre.
Acessórios para caminhões: Linha Tragial Truck
“Começamos modestos neste segmento, disponibilizando toda nossa linha para veículos pesados, batizada de Linha Tragial Truck, e, em pouco tempo, descobrimos ser este um grande mercado, já que o caminhoneiro está descobrindo a necessidade destes produtos“, explica o diretor da Tragial.
“O motorista fica muito tempo distante do veículo, portanto as travas e vidro elétrico são essenciais para a segurança. O distribuidor também está começando a entender que é um mercado excelente”, ele complementa.
“Essa é uma grande novidade, mais um nicho promissor, uma boa surpresa“, comemora Alexandre, que emenda: “Alertamos algumas distribuidoras, que já estão com equipe para atender os pesados, já que as lojas se utilizam dos mesmos produtos como fios, fita isolante, falantes, players, etc.”
Mercado e distribuição
Finalizando sua
“Cada vez mais, o distribuidor vai precisar se atualizar, fazer planejamento, fazer cálculos, analisar o verdadeiro resultado nas vendas, entender a legislação, forma de tributação, investir em marketing”, continua.
“Mesmo com todas as dificuldades, somos otimistas, estamos crescendo a cada ano numa média anual de 10% e acreditamos, sim, num país melhor. Basta cada um fazer sua parte”, finaliza.
Dados e Números:
Por Fábio Codellos
Fotos: Equipe AM
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