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Varejo em foco

AutoMOTIVO vai às lojas e destaca experiências positivas do varejo especializado

O mercado de som e acessórios automotivos vem passando, nos últimos anos, por grandes mudanças, o que de certa forma incentiva o lojista a se reinventar constantemente. Quem não se mantém informado e atento às demandas do consumidor atual tende a perder espaço e reclamar da crise. A crise econômica brasileira existe sim, mas o pior momento dela já passou. Quem se manteve ativo às mudanças e novidades que vieram, agora, que é o momento da retomada, vai estar à frente da concorrência.

Pensando nisso, a AutoMOTIVO apresenta uma nova editoria: “Varejo em foco”, onde publicará entrevistas com lojistas de todos os portes e estruturas de negócio para que possam identificar as necessidades e dificuldades dessa categoria, assim como evidenciar tendências e inovação.

A Revista visitou três lojas localizadas na Zona Leste da Cidade de São Paulo (região do Tatuapé). Apesar de estarem próximas uma da outra, têm características muito diferentes, o que ficará evidente nas entrevistas. Acompanhe a seguir:

Foco no Hi-End

A Tops Hi-Tech que está estabelecida na região há 24 anos, possui cinco funcionários e é especializada em som de qualidade, ou “Hi-End” como é conhecida pelos amantes deste tipo de sonorização automotiva.

Adilson Oshiro, proprietário da loja

Para Adilson Oshiro, proprietário, muitas coisas evoluíram, mas a tecnologia dos produtos e o atendimento mudaram mais. “Os produtos chegam cada vez mais tecnológicos o que demanda treinamento e informação. O que reflete no atendimento, que precisa ser mais seguro, já que o cliente já chega sabendo o que ele quer instalar no carro”.

Como a loja é especializada, não sofre com a questão dos carros saírem da concessionária cada vez mais equipados. “Essa linha de produtos hi-end agrega qualidade ao automóvel, porque mesmo que os carros saiam com um som de qualidade, não é o suficiente para atender o cliente que tem um bom ouvido”, afirma Adilson.

Como tendência, Adilson identifica uma crescente entre os produtos que oferecem qualidade: “Há dois, três anos isso estava mais baixo, o público estava mais focado em trio. Mas agora percebo o mercado de qualidade voltando a ascender”.

Já sobre as dificuldades, a maior ainda é a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada: “Os treinamentos ministrados pelas fábricas ajudam muito e poderiam aumentar. Hoje falta mais informação na linha digital dos carros. O pessoal tem bastante dificuldade, precisaria de mais informação nessa parte”, finaliza.

Garantia faz os clientes voltarem à loja

Com 21 funcionários e 30 anos de atuação no mercado e na mesma região, a Young Sound se tornou referência na cidade de São Paulo. Possui um público bastante diversificado e um dos diferenciais da loja é estar atenta ao seu consumidor: “Adequamos a área de vendas com vendedoras mulheres, para atender ao público feminino e isso acabou alavancando no geral. Mesmo assim, meu consumidor é bem diversificado. Hoje atendo jovens, homens e mulheres em uma quantidade igual”, afirmou Fernando Perez, gerente.

Fernando Perez, gerente da Young Sound

Entre os produtos mais procurados na loja estão as multimídias. “Aparelhos mais completos com TV, DVD, GPS, Bluetooth, câmera de ré, e a parte de desbloqueio de vídeo em movimento”, conta Fernando, salientando ainda que o consumidor hoje busca tecnologia. “Questão que ajuda a driblar o fato dos carros saírem mais completos de fábrica, por exemplo, o Corolla. Hoje a linha top dele sai com TV de fábrica mas, devido as leis internacionais de trânsito, ele sai com o vídeo em movimento bloqueado. Então mesmo mais completos há um déficit no que se refere a equipamentos, é aqui que entramos oferecendo equipamentos diferenciados”.

Sobre as dificudades enfrentadas, Fernando lista algumas: “A crise econômica que dificultou o fechamento de um orçamento, se compararmos com tempos atrás. Hoje existe muita pesquisa, e ainda precisamos brigar com internet, Santa Efigênia, nosso maior problema. Há ainda a questão da mão de obra qualificada, existem bons funcionários, mas existem funcionários que ainda precisam de uma qualificação melhor para esse setor”.

A fidelidade às marcas com as quais trabalha também ajuda a loja com uma outra questão. Segundo Fernando, uma tendência que estava crescendo, a das pessoas comprarem as coisas fora e trazerem para a loja só para adquirir a mão de obra, agora está mudando. “As pessoas estão voltando a adquirir dentro da loja e realizar a instalação aqui mesmo, porque a garantia que se fornece aí fora não é a mesma que a gente fornece aqui, como loja física. Há equipamentos que eu consigo oferecer de 1 a 3 anos de garantia. Aí fora, quando se compra, geralmente é 6 meses no máximo”.

Carros novos e equipados, não são um problema

A Maresom é a loja de menor porte entre as três entrevistadas (apenas dois funcionários), mas com mesma tradição – são 27 anos atendendo no mesmo lugar. O gerente Danilo Santarrosa desenha o perfil da loja: “Não temos um perfil de cliente definido, é bem mesclado. Porque eu atendo tanto morador do bairro, quanto muita gente que vem trabalhar aqui no Tatuapé, que deixa o carro aqui de manhã e vem pegar no final do dia. Então, meu público vai desde jovens com o primeiro carro (Gol, Palio, Celta, Corsa), como o cliente mais maduro com um veículo de 200 e 300 mil como Outlander e Evoque”.

Danilo Santarrosa, gerente e Ewerson, instalador

Quando o assunto é produto mais vendido, os campeões são: Película Antivandalismo, Sensor de Ré e a Película de proteção solar convencional. Mas Danilo percebe uma tendência do consumidor: “Hoje o pessoal está querendo muito espelhamento de celular com o multimídia, tanto pelo Android quanto pelo iOS. Hoje todo mundo vem procurar espelhamento e me perguntam muito sobre a película fotocromática também”.

Essa tendência também faz o gerente da loja lembrar que apesar de serem convidados para treinamentos, na área de multimídia com espelhamento e produtos importados ainda há poucas opções.
Para o lojista de menor porte as dificuldades mudam, para a Maresom o grande problema é espaço: “Hoje eu consigo trabalhar aqui com quatro carros, mas ainda está pequeno para mim. Eu preciso ter um espaço maior, pois a demanda tem aumentado”.

O fato de os carros estarem mais equipados não é problematizado por Danilo, que afirma: “Para mim não tem atrapalhado. Hoje a maioria dos carros novos, importados, não vêm com módulo de subida de vidro, não vem com câmera de ré, não vem com desbloqueio, não vem com película antivandalismo. Dá para colocar em uma porção de carros, você tem que ter uma gama muito grande de acessórios. Se você ficar trabalhando só com som, com alarme e com película de proteção solar você vai perder cliente”.


Texto: Denise Andrade e Felipe Negri
Imagens: Equipe AM

Matéria publicada originalmente na revista AutoMOTIVO, a publicação B2B do mercado brasileiro de som e acessórios automotivos

 

 

Felipe Negri Vicentini

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