Em entrevista rica sobre o setor de acessórios automotivos, Ronaldo Silvio Santos, representante de importante distribuidora há 16 anos, conta suas experiências e características do mercado.
Revista AutoMOTIVO: Sempre atuou em São Paulo, já esteve em outros Estados?
Ronaldo Silvio Santos: Sempre atuei em todos os estados. Considerando que o Estado de São Paulo sempre foi a Locomotiva.
R.A: Conte-nos um pouco de sua trajetória no mercado até os dias de hoje
Ronaldo: No inicio dos anos 80, tive a oportunidade de participar do quadro de funcionário da Ford Brasil. Com muito orgulho posso informar: poucos têm a oportunidade de serem premiados por gerenciar durante 13 anos uma distribuidora Ford, onde o proprietário é Roberto Carlos Braga, e ser escolhido o melhor do Brasil em 1995. Guardo na memória as orientações que recebi para sempre procurar participar de cursos e palestras para seguir caminho na carreira profissional.
Nesta mesma época vários comentários eram feitos pelos palestrantes e especialistas, como exemplo:
– Os grandes grupos de distribuição de peças automotivas e reposição de peças e latarias originais, para sobreviver, teriam que num futuro próximo passar a comercializar 20% de acessórios, buscando sempre uma rentabilidade sadia;
– Naquela época (década de 80) existiam ótimos profissionais, mas também existiam os que atendiam satisfatoriamente e os maus profissionais, nos anos 90 ainda existiriam empregos para os ótimos e bons profissionais e para os que atendessem satisfatoriamente, e a partir do novo século o mercado passaria a ser cada vez mais exigente. Somente os melhores estariam trabalhando.
“O sol nasceu para todos, e para aqueles que trabalham a sombra.” – Ronaldo Silvio Santos
R.A: Então o perfil do profissional mudou?
Ronaldo: Acredito que o profissional do mercado jamais deve parar de investir em sua imagem e conhecimento. Se continuar investindo jamais será considerado apenas mais um. Atualmente, por exemplo, retornei à faculdade, mais especificamente ao curso de Pedagogia, e muitos acham estranha a escolha deste curso, ao que respondo a estranheza com uma comparação simples: em qualquer tipo de prédio ou mesmo uma casa, o que preciso fazer para que ele fique firme e com uma estrutura correta é reforçar o alicerce, sem ele qualquer prédio cai.
Acredito que com a Pedagogia possa descobrir a melhor forma de comunicação com os clientes, descobrir os pontos fortes e fracos. A minha maior descoberta foi a de que cada profissional tem seu estilo único, não pode ser copiado e a frase “tudo se copia nada se cria”, não se encaixa no profissional de relacionamento. Quanto mais conhecimento conseguimos acumular, mais percebemos que falta muito para aprendermos.
O meu trabalho desde o inicio é demonstrar que sou o Ronaldo da Distribuidora, mesmo sabendo que tenho um cargo comercial, com o tempo descobri que o cliente não procura um cargo específico, ele procura alguém que represente o relacionamento dele com aquela empresa, alguém que transpareça humildade, conhecimento e respeito profissional.
R.A: Mudando um pouco de foco, e os fabricantes, o que podem fazer para melhorar o setor comercial?
Ronaldo: Acredito que para uma comercialização sadia e transparente, o fabricante para fortalecer sua marca, deva atender magazines, distribuidores e grandes varejistas considerados importantes na formação de opinião do mercado. Como distribuidor o mercado é amplo. Temos vários segmentos e clientes para comercializar, mantendo a segurança e credibilidade da marca.
Vender o produto para o consultor e colocar a disposição todo o conhecimento. Sem dúvida o conhecimento gera ótimas vendas.
R.A: Quais as características do mercado Paulista?
Ronaldo: Este mercado é muito imprevisível, temos que tomar muito cuidado, principalmente com produtos onde o consumidor esta muito exigente e conhecedor de seus direitos. Os consumidores aprenderam a questionar preço, qualidade de produto e prazo. Mesmo assim, continua considerando em primeiro lugar o seu carro, continua sonhador e bastante ousado.
R.A: Qual e o acessório automotivo você considera top de vendas?
Ronaldo: Esta resposta é fácil. São todos os que você acredita. Pode acontecer de um cliente conhecer o seu trabalho pelo sucesso de um de seus fornecedores, mas o acessório de momento não deve ser considerado no índice de vendas.
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