Na noite anterior à caçada, os aborígines australianos, com quem vivi e estudei durante mais de um ano, fazem a dança da caça onde uma parte do grupo faz o papel da caça e outra parte o dos caçadores.
Nessa dança eles acreditam “caçar” o animal. Após a “caçada” (na dança) eles comemoram, fazem as chamadas pinturas rupestres (desenham o animal caçado nas paredes das cavernas) e vão dormir.
No dia seguinte, se levantam e vão “apanhar o animal”, com os bumerangues e lanças próprios para (agora sim) caçar o animal que acreditam já ter sido devidamente “caçado” durante a dança na noite anterior.
O que a caçada aborígine nos ensina?
Em primeiro lugar vemos que a “dança” é uma preparação mental e física para a caçada (objetivo) e ao mesmo tempo um verdadeiro “treinamento”.
Quando imitam o animal e o ato de caçar, fazem, na verdade um treinamento de simulação da caça verdadeira.
Aí são discutidos os hábitos do animal a ser caçado, o comportamento dos caçadores, as armas e a destreza no uso dos equipamentos (bumerangues e lanças), etc.
Mas o principal é que a dança serve para fixar claramente qual é o objetivo do dia seguinte – caçar aquele determinado animal (e não outro).
Com o objetivo bem determinado, claro e de conhecimento de todos (qual é o animal a ser caçado) e com ações de preparação e treinamento (dança noturna) para conquista-lo, e com as armas certas, não há como não obter êxito na caça!
No dia seguinte, a caçada segue sem nenhuma tensão ou ansiedade pois que a certeza de caçar é tão grande que basta apenas ter dedicação e entusiasmo para se atingir o objetivo final – trazer o animal para a aldeia!
Na empresa e no nosso dia-a-dia é a mesma coisa: um objetivo e metas claros e definidos, instrumentos certos para atingi-los (ou armas adequadas), pessoas certas e habilidades treinadas, dedicação e entusiasmo e, com certeza, atingiremos nossos objetivos, por mais audaciosos que parecem ser.
Os dias atuais de extrema mudança e competitividade exigem que tenhamos claro os nossos objetivos pessoais e profissionais e um total envolvimento e comprometimento com as coisas e com as causas da empresa em que trabalhamos.
Para atingir um objetivo é preciso que não nos economizemos em nossa capacidade de participar dos programas e projetos de qualidade, produtividade, agressão ao mercado, vendas e outras atividades que levem nossa empresa ao sucesso.
Há pessoas que não se envolvem, não se comprometem, com a idéia falsa e errônea de que não se envolvendo e não se comprometendo ficam isentas de problemas.
Nada mais falso! Pessoas que preferem “morrer sentadas” com medo de participar ficam à margem do caminho, nunca são promovidas e são vistas como não-comprometidas.
As pessoas de sucesso são as que não têm medo de se comprometer e as que compreendem que o sucesso exige de nós a coragem para correr riscos, para assumir compromissos e lutar por nossos objetivos.
A diferença fundamental entre ganhadores e perdedores está na medida do comprometimento, do envolvimento, da participação e da capacidade de fazer, empreender.
Você conhece funcionários que ficam procurando maneiras de fazer as coisas pelo caminho menos comprometido e mais fácil?
Você conhece funcionários que ficam o tempo todo olhando no relógio para ver quando terminará o expediente para irem embora o mais rapidamente possível?
Você conhece pessoas que não participam de nada em suas comunidades para não se envolverem em coisas que “dão trabalho”?
Eu conheço muita gente assim e tenho pena dessa gente.
O tempo atual é dos que têm objetivos claros e são comprometidos com aquilo que fazem. Vejo, com pesar, pessoas que se economizam o tempo todo. Parece que não querem “gastar-se”. Não querem “doar-se” àquilo que fazem.
Essas pessoas jamais terão sucesso algum. Jamais experimentarão o prazer de serem avaliadas positivamente. Jamais alcançarão seus objetivos e metas.
Acredite! Tenha foco, se aperfeiçoe, use as armas adequadas, tenha dedicação e entusiasmo e traga para casa o seu “bicho”!
Perguntas relativas ao assunto podem ser encaminhados ao e-mail: consultores@revistaautomotivo.com.br
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