Distribuidores continuam a revelar seus pontos de vista

Quando começamos a publicar uma série de artigos mostrando as opiniões de executivos de distribuidoras de acessórios não imaginávamos que iríamos receber um volume de respostas tão grande e com opiniões tão diretas.

Esse é um excelente sinal e, a exemplo do que revelou a primeira edição do Fórum de Som e Acessórios Automotivos, no ano passado, os executivos do nosso mercado se cansaram de “apanhar calados” e querem contribuir com as suas opiniões para melhorá-lo.

Publicamos agora as opiniões de quatro outros executivos de distribuidoras de diversos portes, estabelecidas em diferentes pontos do País, com atuação regional e nacional.

Nilton Oliveira, Jacó Duarte, Cássio Heinzen e Erick Barros

Eles são Nilton Rocha de Oliveira, Diretor de Produtos e Suprimentos da Pellegrino Distribuidora, empresa de atuação nacional; Cássio Heinzen, da Center Lopes, distribuidora paulista especializada em acessórios para pick-ups; Erick Barros, da Potenza, de Natal, RN e Jacó Luiz Duarte, da DRT Som e Acessórios, de Santa Catarina, ambas de atuação regional

Eles respondem sobre as suas expectativas para este ano, sugerem melhorias para o mercado de equipamentos de som e acessórios automotivos que merecem ser lidas com muita atenção, listam uma variada lista de produtos destinados a serem campeões de venda e dão sugestões para os lojistas. Confira:

 

Qual é a sua expectativa para o mercado em 2015?

Nilton Oliveira, da Pellegrino

Nilton Oliveira (Pellegrino) – A venda e produção de veículos devem ficar nos mesmos níveis de 2014. Por isso, acreditamos que o importante para esse ano é aumentar nossa eficiência, estar ainda mais perto de nossos clientes para fortalecer nossas relações e garantir qualidade em nossas interações e negócios.

Cássio Heinzen (Center Lopes) – Nossa expectativa para o mercado automotivo é de muita dificuldade. O setor automotivo esta passando por um momento delicado de baixas vendas, juros altos. Diante disso, como somos uma empresa sólida no mercado há mais de 15 anos, não faremos loucura; vamos continuar trabalhando, atendendo bem nossos clientes para passar este momento de crise. Quem fizer loucura não irá resistir até o final da crise que está prevista para este e o próximo ano.

Erick Barros (Potenza) – Expectativa de um ano de grandes desafios causados pela economia estagnada, dólar em alta, inflação, entre outros problemas. Aos que se preparam para momentos difíceis, essa é a hora de mostrar seu potencial e passar por essa “turbulência”. O empresário que pensa como a formiguinha, que passa o verão colhendo seus frutos para o momento difícil que é o inverno, sobreviverá. Deixar de comprar não é a solução, pois no momento em que o mercado voltar ao normal quem teve o pensamento mais pessimista verá o otimista sair na frente. Um frase que expressa bem isso é: “Enquanto uns choram, outros vendem lenços”.

Jacó Duarte, da DRT Som

Jacó Duarte (DRT Som) – Nossa expectativa é que 2015 será igual ou mais difícil que 2014, em função do cenário político e econômico que estamos atravessando. Não há perspectivas positivas de o governo reconhecer que as empresas estão sendo inviabilizadas pela carga tributária e pela maré negativa que os governantes criaram.

 

O que seria preciso mudar para melhorar o mercado de equipamentos de som e acessórios automotivos?

Nilton Oliveira (Pellegrino) – Para melhorar o mercado de som e acessórios seria importante desburocratizar os processos de garantia e investir mais na especialização da mão-de-obra. Essas melhorias fariam com o que a qualidade dos serviços prestados fosse ainda maior.

Cássio Heinzen, da Center Lopes

Cássio Heinzen (Center Lopes) – Seria necessário um incentivo do Governo reduzindo a carga tributária para obtermos condições melhores de trabalho. Está impraticável.

Erick Barros (Potenza) -Erick Barros (Potenza) – Uma conscientização de todos em relação a elaboração de preços, tributação, comercialização e melhor conhecimento do ramo, pois estamos em um tempo onde informação é tudo. O aventureiro tem vida curta!

Jacó Duarte (DRT Som) –  Primeiro, a criação de uma lei que respeitasse os apaixonados por som automotivo, pois som automotivo é LAZER E RENDA. Não estou defendendo os maus usuários de som. Precisamos é ter definições claras e justas, do que se pode e do que não pode, pois hoje se consegue fazer um evento em uma cidade e na outra não, um juiz libera e outro não, um soldado apreende o som e o carro e outro, com bom senso, administra a situação a um bom nível. Segundo, que Fabricantes e Importadores respeitassem a cadeia de distribuição e a política de preços: Fábrica (importador)/Distribuidor/Lojista e E-commerce/“Instalador”. O instalador é o elo mais frágil, mas o mais importante, pois em nosso segmento a aplicação é fundamental para o bom resultado dos produtos. O E-commerce jamais poderia ter preço melhor que um lojista. O lojista/instalador é o formador de opinião, dependemos dele para ter uma marca forte. Estamos querendo forçar estes lojistas e instaladores a serem apenas prestadores de mão-de-obra…Isso está errado!

 

Se pudesse dar um conselho para os varejistas, qual seria?

Nilton Oliveira (Pellegrino) – Meu conselho é que eles se mantenham atualizados, preparados para as novas tecnologias que surgem e a cada dia. Além de estar preparado, é importante que eles se relacionem com fornecedores que sejam capazes de lhes dar suporte para que seus negócios cresçam.

Cássio Heinzen (Center Lopes)  – Que trabalhem com os pés no chão; trabalhem com produtos de procedência garantida para que possam ter garantia e estendê-la então para seus clientes/consumidores finais.

Erick Barros, da Potenza

Erick Barros (Potenza) – No mínimo façam um curso no Sebrae. Saibam qual é o seu custo operacional, saibam fazer a elaboração de preços. Invistam em atendimento, em qualidade de serviço. Afinal, preço nem sempre é tudo.

Jacó Duarte (DRT Som) –  O varejo deveria se especializar mais em vender. Vender sua mão-de-obra especializada, investir mais tempo na venda que na compra, ou seja, na argumentação na venda, para poder agregar valor aos produtos e à sua mão-de-obra.

 

Na sua opinião, qual tipo de produto deve ser o campeão de vendas neste ano na sua empresa?

Nilton Oliveira (Pellegrino) – Como a Pellegrino trabalha com um amplo portfólio que passa por alarmes, equipamentos de áudio e vídeo, entre outros, e que esperamos expandir ainda mais durante o ano, acreditamos que o crescimento será linear; não haverá um produto com grande destaque.

Cássio Heinzen (Center Lopes) – Nosso foco é um pouco diferente de muitos distribuidores. Na linha de pick-ups, que é o nosso caso, a linha de ferragens, capotas marítimas e protetores de caçamba são de suma importância.

Erick Barros (Potenza) – Diria 3 linhas em especial: película de controle solar, alto-falantes Bravox e acessórios para pick-ups.

Jacó Duarte (DRT Som) – Os campeões de vendas serão a parte de iluminação e as capotas marítimas, todos fornecedores desenvolvidos em 2014 e 2015 no ENAN.

 

CORREÇÃO

No primeiro artigo desta série, publicado na edição de fevereiro desde ano, chamou a atenção de alguns leitores o termo pessimismo atribuído ao mencionar as expectativas para este ano do empresário Luiz Nascimento, diretor da distribuidora paulista Danfab, conhecido pelo seu otimismo. Na verdade, a resposta do entrevistado foi que este seria um “ano difícil”.

 

Dê a sua opinião

Você é distribuidor e também quer dar a sua opinião? Basta responder as quatro perguntas desta matéria e enviar por e-mail para jornalismo@revistaautomotivo.com.br que suas respostas serão utilizadas em outras matérias desta série.

 

Texto: Amadeu Castanho Neto

Imagens: Equipe AutoMOTIVO

 

fabio codellos

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