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Estudo da ANFAVEA prevê duas décadas de crescimento

Como será o mercado brasileiro daqui a duas décadas? Quais são as perspectivas? Estará estagnado, com crescimento puramente vegetativo, conforme predizem alguns mais pessimistas com os rumos da economia, ou irá crescer – ainda que com taxas menos explosivas do que as registradas na última década? Um estudo divulgado recentemente pela ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, entidade que reúne as montadoras que produzem veículos no Brasil, joga alguma luz sobre o assunto.

Intitulado “2034 – Uma Visão do Futuro”, o trabalho traça a tendência de crescimento da população, PIB, PIB per capita, taxa de motorização, frota e licenciamento em três opções de cenários: otimista, básico e pessimista.

Evolução da população brasileira até 2034

O estudo começa por projetar o crescimento populacional no País. Utilizando como premissa que seja mantida a atual taxa de crescimento da população, de 5% anuais, o trabalho da ANFAVEA mostra que a população brasileira vai saltar dos atuais 201 milhões de habitantes para 226 milhões em 2034.

Ou seja, daqui a vinte anos, teremos mais 25 milhões de brasileiros. Em outras palavras, o número de consumidores vai crescer. Mas será que esse grupo terá poder aquisitivo para consumir? Afinal, o que nos interessa é poder contar com consumidores que possam investir na compra de equipamentos de som e acessórios automotivos.

Evolução do PIB brasileiro até 2034

De acordo com o estudo, mantendo a curva de crescimento médio de 3% ao ano, o PIB – Produto Interno Bruto do País passará de 2,243 trilhões de dólares em 2013 para US$ 4,036 trilhões em 2034, opção de cenário mais pessimista, em que o crescimento médio anual atinja apenas 2,5%.

Evolução do PIB per capita até 2034

Isso resultaria numa elevação do PIB per capita de US$ 11,2 mil em valores de 2013 para US$ 17,9 mil em 2034. Num cenário mais otimista, com crescimento médio anual da ordem de 2,9% esse valor poderia chegar a US$ 19,6 mil e, numa hipótese pessimista, em que ele seja de apenas 1,9% anuais, o PIB de cada brasileiro seria de US$ 16,2 mil, quase 50% maior do que o atual.

Taxa de motorização

Evolução da taxa de motorização no Brasil até 2034

Outro resultado apontado pela ANFAVEA no estudo é que nos próximos vinte anos a taxa de motorização do Brasil deverá passar dos 5,1 habitantes por veículo registrados em 2013 para impressionantes 2,4 habitantes por veículo, taxa comparável à dos Estados Unidos e às de muitos países europeus hoje.

A taxa de motorização ainda é muito baixa em relação às de outros países

Num cenário pessimista, dentro de duas décadas essa taxa seria de 2,7 habitantes por veículo, enquanto que num cenário otimista poderia chegar a 2,1.  Segundo a entidade, esse resultado foi obtido ao considerar o aumento do PIB per capita projetado no estudo e a tendência mundial de evolução da taxa de motorização.

Taxa de motorização cruzada com PIB per capita

O gráfico Taxa de Motorização X PIB Per Capita permite visualizar a relação entre esses dois fatores: quanto maior o PIB por cidadão de um país (e também seu poder de compra de veículos), menor tende a ser o número de habitantes por veículo.

Ainda segundo o estudo, a frota circulante, que em 2013 era de 39,7 milhões de veículos automotores, deverá crescer 140% até 2034, atingindo impressionantes 95,2 milhões de unidades.

Evolução do licenciamento de veículos até 2034

Num cenário mais pessimista, a frota deve mais do que dobrar nesses vinte anos, atingindo “apenas” 84,6 milhões de veículos. Já num cenário mais otimista, ela deverá ultrapassar 105 milhões de unidades.

No que diz respeito ao licenciamento de veículos, o trabalho prevê que dentro de duas décadas o número de veículos licenciados anualmente no País deve chegar a 7,4 milhões de unidades, caso seja mantido um crescimento médio de 3,7% ao ano durante esse período.

Numa perspectiva mais pessimista, caso seja registrado um crescimento médio de 2,9% anuais, chegaremos a 2034 emplacando 6,3 milhões de veículos por ano, pouco mais do dobro do volume atual.

E numa hipótese mais otimista, com crescimento médio de 4,3% por ano, o volume de licenciamentos pode atingir 8,4 milhões de unidades anuais dentro de duas décadas.

Certeza de futuro promissor

Para o presidente da ANFAVEA, Luiz Moan Yabiku Junior, o estudo da entidade é mais uma prova do potencial brasileiro: “Uma das maiores riquezas do Brasil é o seu mercado interno. Somos um País com dimensões continentais e com uma população que cresce tanto em número quanto em renda”.

“Não tenho dúvidas de que esses são alguns dados que chamam a atenção de grandes empresas, que atraem tantos investimentos para o Brasil e que nos dão a certeza de que o futuro é promissor”, complementou Moan.

Vale fazer uma observação: como temos observado há anos, as montadoras não têm vantagem em mostrar que vão bem. Pelo contrário, se disserem que vão bem, que estão crescendo e ganhando dinheiro provavelmente irão estimular o apetite do Governo Federal e dos sindicatos de trabalhadores.

Portanto, esse estudo deve ser encarado com seriedade e pode servir para orientar o planejamento estratégico das empresas do mercado de equipamentos de som e acessórios automotivos.

Para chegar lá vai ser preciso investir bastante e mudar muita coisa. Cada vez mais nossas empresas terão de se voltar para a profissionalização, para a modernização de processos e equipamentos produtivos, para a formalização e para práticas comerciais e de marketing mais modernas.

Para aqueles que acordarem a tempo e se dispuserem a investir e se atualizar, demanda não deve faltar!

 

Texto: Amadeu Castanho Neto

Gráficos: ANFAVEA

Fonte: ANFAVEA

fabio codellos

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