Destaque

Ford entra no jogo com o Territory

Crossover médio tem espaço interno e se destaca pela tecnologia mas preços estão distantes da proposta

Entre a versão topo de linha do EcoSport (Storm por R$ 110,9 mil) e o Edge ST (R$ 299 mil) a Ford padecia de uma ausência total no segmento dos crossovers médios. Mas este hiato tende a ser preenchido com a estreia do Territory. Em destaque além do visual atualizado, do bom espaço interno e dos itens tecnológicos, a Ford tentará ingressar em uma seara onde estão competidores fortes como o líder Jeep Compass, Volkswagen Tiguan AllSpace, Chevrolet Equinox, Peugeot 3008 e Mitsubishi Eclipse Cross.

O Ford Territory chega importado da China em duas versões, a SEL (R$ 167,9 mil) e a Titanium (R$ 187,9 mil). É um produto adequado ao porte dos seus competidores com 4,58m de comprimento. 1,93m de largura, 1,67m de altura e tem 2,71m de entre-eixos. Em termos de motorização a novidade estreia o 1.5 turbo de 150cv com 22,9kgfm de torque (entre 1.500 e 4.000rpm) associado ao câmbio CVT com suspensão indepedente do tipo McPherson na dianteira Multilink na traseira, controle de estabilidade e tração, seis airbags e freios a disco nas quatro rodas com uma extensa lista de itens de série.

Como tecnologia é seu ponto forte a versão mais equipada tem controle de cruzeiro adaptativo, alerta de saída de faixa e fluxo cruzado, multimídia de dez polegadas entre outros itens.

No dia a dia 

A revista AutoMOTIVO teve contato com a novidade dias antes da estreia oficial, no início de agosto, para avaliar a versão topo de linha Titanium. O interior é claro com destaque para o teto solar panorâmico elétrico, os bancos em couro largos e confortáveis e o elevado console central com superfície em preto brilhante. Neste sentido a qualidade impressiona: botões, o toque frio dos metais e o couro tornam a vida a bordo confortável mesmo com detalhes um pouco fora de moda como a superfície que imita madeira e duas soleiras traseiras que mostravam sinal de destaque. Espaçoso, o Territory tem bons 2,71m de entre-eixos e chega a ser possível cruzar as pernas no banco de trás. O porta-malas tem 348 litros mas é possível acomodar até 420 litros usando o segundo nível do compartimento o que é adequado diante dos competidores mas fica devendo uma abertura elétrica.

Motor suficiente 

Com partida por botão o motor 1.5 turbo é acionado com suavidade e arranca com facilidade logo a partir das 1.500rpm. Ponto alto é a suspensão com rodar confortável e bom curso de amortecedores e molas e a direção elétrica é muito leve para as manobras. O câmbio CVT é confortável no anda e para do trânsito mas bastou entrar na estrada que a coisa mudou um pouco. Não que o Territory não seja potente mas ele é adequado sem surpresa. Ao exigir potência o CVT demora um pouco mais para entregar velocidade e a partir das 4.000rpm o motor fica devendo desempenho e entrega ruído alto na cabine. A proposta de um carro familiar não é aceleração mas com seus 1.632kg de peso e 150cv, falta um pouco de fôlego em ultrapassagens. 

Equipamentos

Na versão Titanium testada estão disponíveis itens como carregamento sem fio de celular, Câmera 360 graus com visualização panorâmica, Piloto automático adaptativo com Stop and Go, frenagem automática, alerta de ponto cego e mudança de faixa e sistema de estacionamento automático. Multimídia de dez polegadas com aplicativo, direção elétrica e outros itens são oferecidos de série no Territory.

Origem chinesa

O Ford Territory não tem origem indiana (como o Ecosport) ou norteamericana (como o Edge ST). O modelo é derivado do Yusheng S330 fabricado pela Jiangling Motors na China. Por lá ele é conhecido desde 2016, quando o crossover surgiu com estilo parecido com o do Land Rover Evoque. O motor 1.5 é de um projeto originário da Mitsubishi com a austríaca AVL, porém turboalimentado e com vários aprimoramentos. Matérias divulgadas por outros veículos de imprensa afirmam que o carro era encontrado na China por cerca de R$ 70 mil (antes da pandemia) mas a versão oferecida por lá não está disponível no Brasil onde ele traz controles eletrônicos de estabilidade e tração, controle de cruzeiro adaptativo, teto solar panorâmico elétrico e acabamento aprimorado. Ainda assim o preço de R$ 165 mil colocam o Territory acima do preço de seus principais concorrentes o que tornará naturalmente difícil de emplaca-lo em um segmento tão concorrido dos crossovers médios.

Marcos Camargo

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