Indústria automotiva será transformada por consumidores e executivos

A maioria dos pesquisados (72%) concorda que as montadoras passarão a gerar mais receitas com a prestação de serviços na próxima década.

Para aqueles que estão de acordo com esta questão, 94% concordam plenamente que avaliar a participação no mercado com base em vendas unitárias é um método que será revisto nos próximos anos.

Essas são algumas das conclusões da Pesquisa Executiva Automotiva Global (GAES), Capítulo Brasileiro (Global Automotive Executive Survey, Brazilian Chapter, em inglês), conduzida pela KPMG em parceria com a AutoData, com a participação de 256 executivos e 1.004 consumidores de todas as regiões do País.

“Realizada há vinte anos em âmbito global, estamos inaugurando a primeira edição dessa pesquisa com foco total no mercado brasileiro. O objetivo é apurar tendências, desafios e oportunidades no processo de construção do futuro ecossistema de mobilidade brasileiro, destacando quais caminhos devem ser trilhados considerando nossa realidade nacional, nossas dimensões continentais, particularidades educacionais, científicas e logísticas, e diversidades culturais, sociais e econômicas”, afirma Ricardo Bacellar, Líder do setor Automotivo da KPMG no Brasil.

A pesquisa também revelou, em relação a veículos elétricos, que surpreendentes 90% dos consumidores gostariam de ter automóveis desse tipo à disposição para compra no Brasil.

Contudo, apenas 46% dos executivos concordam parcialmente que há viabilidade desta oferta no Brasil e somente 42% concordam parcialmente que há viabilidade de produção local.

Os executivos também foram questionados se é imperativo repensar o papel da rede de concessionárias na construção do futuro ecossistema de negócios da indústria.

Para quase a totalidade (98%) dos respondentes, a resposta é afirmativa, mesma opinião de 72% dos representantes de concessionárias.

“As questões mais desafiadoras estão associadas com a necessidade de reinventar, repensar, reconstruir e reorganizar as estruturas existentes, inclusive identificando novos fluxos de receita para os varejistas”, afirma Bacellar.

A pesquisa da KPMG também ouviu consumidores, com 96% deles concordando que chegam às concessionárias com a decisão de compra praticamente tomada com base em informações obtidas na Internet.

Por outro lado, 93% desse público concorda que, após pesquisar na Internet, preferem fechar negócio em uma concessionária para verificarem detalhes do veículo e negociarem preço e condições de pagamento.

Em relação à decisão de compra do próximo veículo, 50% dos consumidores objetivam um carro novo e 36% desejam um usado. Dessa amostra, quase metade (45%) pretende fazê-lo nos próximos dois anos.

“O consumidor está cada vez mais empoderado e esclarecido por conta do farto acesso ao conteúdo proporcionado em tempo real pelas mídias sociais. Ele não é mais agente passivo das inovações determinadas pela indústria e assumiu o protagonismo dos movimentos do mercado”, afirma Bacellar.

A pesquisa também reúne conclusões sobre demandas atuais, como as tecnologias de transformação, o aperfeiçoamento da eficiência energética de motores à combustão, a adequação ao Programa Rota 2030, a adoção de tecnologias de redução de custos e as tecnologias na gestão e integração de fornecedores.

Além disso, estão contemplados na pesquisa aspectos sobre os veículos elétricos, as tecnologias nas redes de concessionárias, as parcerias com startups, os serviços de marketplace nos veículos e os serviços próprios de gestão de frotas e locação de veículos.

Sobre a pesquisa

Entre os meses de fevereiro e março de 2019, 256 executivos e 1.004 consumidores residentes em todas as regiões do Brasil responderam aos questionários disponibilizados na Internet.

Mais da metade dos executivos entrevistados (53%) ocupam cargos de alta gestão (Conselho de Administração, Presidência, Vice-Presidência e Diretoria).

Quanto ao nicho de atuação, sobressaiu a participação das montadoras (37%), seguidas pelos sistemistas (19%), concessionárias (11%) e fornecedoras tiers 2, 3 e 4 (10%).

Em relação aos resultados financeiros, mais da metade (53%) dos respondentes atuam em companhias com receita anual superior a R$ 1 bilhão.

Sobre os consumidores entrevistados, a grande maioria deles (70%) mora na região Sudeste, 61% têm renda média em comparação com pessoas do seu entorno e 96% têm grau de formação superior ou pós-graduação.

Em relação à faixa etária, a maioria tem entre 25 e 40 anos (60%).

Felipe Negri Vicentini

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