Blu-ray: saiba mais sobre a “revolução” que já está por aí
A tecnologia Blu-ray é a próxima geração que vem substituir os DVD’s. O Blu-Ray possui o mesmo aspecto de um CD ou DVD normal, mas a diferença está na capacidade do laser que faz a leitura do disco.
Com a disseminação das TV’s de plasma e LCD de 32” e 42” e a consolidação da transmissão full HD das emissoras via cabo e abertas, a próxima “febre” deve ser a dos Blu-ray players: aparelhos de digital vídeo disc com a novíssima tecnologia de “raio azul” da Sony, capazes de armazenar até 25 GB por face de leitura no mesmo tamanho de CD’s e DVD’s tradicionais, gerando imagens de até 1920×1080 linhas – em contraste com o sistema atual (DVD), que chega somente até 720×480 linhas.
A grande evolução com os discos Blu-ray é, realmente, a sua capacidade de armazenagem: enquanto um DVD normal armazenava somente 4,7GB, um disco Bluray chega à impressionante marca de 25GB, ou cinco vezes mais que o anterior! E ainda há também os discos de “camada dupla”, que conseguem suportar o dobro de arquivos ou seja, 50 GB.
Blu-ray players – antes caros, agora mais acessíveis
Já existem no mercado players e títulos no sistema Blu-ray. Aqui, no Brasil, essa tecnologia já é realidade e, por isso, os títulos de filmes e jogos já começam a ser encontrados nesse formato. Até o ano passado, os aparelhos eram muito caros e raros, coisa que já vem mudando rapidamente neste ano de 2009. Com a disseminação, espera-se que aumentem o número de títulos (filmes) disponíveis no novo sistema.
A “invasão vermelha”, que ninguém vai poder segurar
A “invasão vermelha” – chegada dos fabricantes genéricos chineses ao mercado Bluray ou BD, que o Blu-Ray Disc Association têm adiado o máximo possível – trará uma onda de Blu-ray barato aos Estados Unidos e ao resto do mundo na forma de players de 99 dólares, provavelmente até o Natal deste ano nos EUA.
No Brasil, sua chegada é prevista para 2010. A Associação segurou o quanto pôde a liberação da tecnologia Blu-Ray para a China, sabendo que – quando a tecnologia e o licenciamento fossem disponibilizados aos fabricantes de lá – players sem marca e baratos
inundariam o mercado, forçando o corte de preços dos aparelhos de empresas como Sony, Pioneer e Samsung.
A “guerra dos formatos” ainda não acabou Na verdade, o Blu-Ray Disc Association – entidade com 90 membros e cujos administradores são a Apple Computer, Dell, Hewlett Packard, Hitachi, LG Electronics, Mitsubishi Electric, Panasonic (Matsushita Electric), Pioneer Corporation, Royal Philips Electronics, Samsung Electronics, Sharp Corporation, Sony Corporation, TDK Corporation, Thomson, Twentieth Century Fox e Walt Disney Pictures –, foi criada para promover o formato e administrar a liberação da tecnologia ao mercado. No caso dos chineses, ela “liberou” a licença de uso da marca para que os fabricantes genéricos de lá produzissem Blu-ray players por baixo custo.
Mas não por motivos meramente altruísticos: acontece que grandes marcas como Sony, Pioneer e Samsung sabiam que, quando isso acontecesse, players de marcas menores “pipocariam” no mercado sem dó nem piedade, forçando a baixa de preços (e, consequentemente, a redução dos lucros das “pobres empresas” do consórcio).
Mais uma vez (assim como aconteceu na guerra dos formatos Blu-ray versus HD-DVD), a Warner foi a corporação que “forçou” a decisão – pois em março deste ano, ela decidiu investir também no CBHD – que, para quem não sabe, é o formato chinês de alta definição.
Dessa forma, para não perder terreno num mercadinho de “apenas” um bilhão de consumidores, o Blu-ray entrará com tudo nos quintais da terra do extremo oriente, favorecendo assim não só a China mas, também, a saudável concorrência no mundo inteiro.
Após escolha do Blu-ray, players de DVD têm os dias contados
Transição equivalente à troca do videocassete pelo DVD, em 1997 os aparelhos de DVD são indiscutivelmente populares no Brasil – a maioria das famílias de classes baixas consegue comprar um por menos de R$ 100.
Mas, justo agora que a tecnologia se popularizou, está chegando a hora de aposentá-la. Os novos discos Blu-ray vão não só substituir os DVD’s como trazer excelência à qualidade de áudio e vídeo. Para o consumidor, a notícia não é tão boa: vai ter de trocar os players de casa e gastar dinheiro com os discos. E isso já aconteceu: os brasileiros – e o mundo – viveram a mesma situação no final da década de 1990, quando o primeiro aparelho de DVD foi lançado no País (1997).
Videocassetes perderam a serventia e as fitas VHS foram de vez para os maleiros. A revolução de então, além da qualidade da imagem e de outras vantagens da era digital, trouxe o hábito de comprar e guardar filmes e shows em casa.
Para carros: equipamentos de Blu-ray (BD) já invadiram o universo automotivo, e a tendência é de queda nos preços, da mesma forma que os equipamentos domésticos.
Preço, ainda um obstáculo. Mas por pouco tempo
No mercado brasileiro, hoje, um disco virgem Blu-ray custa, em média, entre R$ 20 e R$ 30. Um DVD comum não passa de R$ 2. O preço de um player de Blu-ray, em lojas online e comércio especializados varia entre R$ 999 e R$ 2 mil, enquanto que um DVD player é encontrado a menos de R$ 100. A grande vantagem visível, fora a qualidade de imagem e vídeo, é que os novos tocadores de alta definição são compatíveis com os “antigos” DVD’s.
O problema vai começar de verdade quando as produtoras e distribuidoras de filmes passarem a utilizar apenas o Bluray e obrigarem os consumidores a terem um tocador compatível (hoje, por exemplo, quase não se encontra mais fitas VHS para vender).
Mas os consumidores não precisam se desesperar: até “pegar” entre os consumidores, o Blu-ray vai precisar de alguns anos, como o DVD. Durante esse tempo, o preço abaixa, como qualquer tecnologia nova em processo de amadurecimento. No final, quando o Blu-ray estiver popularizado, barato e já tiver revolucionado a vida de todos, surgirá outro formato. E tudo começa de novo.
Veja como os formatos domésticos de vídeo evoluíram:
1895: Com o cinema, os filmes de 8mm e 16mm começaram, evoluindo até os de 35mm com banda sonora (anos 30).
1975: Sistema de gravação Betamax, que criava o conceito de videotape (gravação prévia) e replay (reprise) para a TV – para quem não sabe, toda a programação de TV anterior a este ano – incluindo propaganda comercial – era feita ao vivo, na frente das câmeras.
1976 (1980 no Brasil): Surgia o VHS, sigla para Vídeo Home System que – como o próprio nome diz – trazia a tecnologia de videotape para dento das casas; podia-se, agora, gravar o programa de TV que desejasse e guardá-lo em uma videoteca particular, ou então programar a gravação para um determinado horário, sem prejuízo de um passeio, podendo depois assisti-lo em qualquer outro momento.
1978: (1987, no Brasil): Surgia o Laser Disc (LD), que era do tamanho de um LP (disco de vinil), mas que armazenava um filme inteiro. Durou pouco, tanto aqui quanto lá fora, por ser caro e raro.
1989: Surgia o CD (Compact Disc) de 700 MB, que disseminou-se largamente pela indústria fonográfica e, em seguida, pela indústria de informática, com o advento e barateamento dos gravadores de CD, passando a ser utilizado como mídia de armazenagem de dados e até de filmes de baixa qualidade. Seu advento é, até hoje, considerado o responsável pela franca decadência da indústria musical, em função da pirataria e ampla disseminação de tecnologia barata de gravação.
1995: Na seqüência do CD veio o DVD (Digital Vídeo Disc), uma melhoria da tecnologia de armazenagem do CD: de mesmo tamanho, uma mídia de DVD armazena 4,7 GB de dados, possibilitando a inserção de filmes (com legendas variadas, menu e demais efeitos) em um único e prático “disquinho”. Foi a “pá-de-cal” no sistema VHS, que passou a ser substituído na grande maioria das redes de locadoras de filmes.
Blu-ray: A última atualização do sistema iniciado com o CD, ele integra as novas tecnologias de alta definição (high definition) de transmissão de imagens em sistemas de 1920 por 1080 linhas, chegando a armazenar até 25 GB de dados por face de leitura.
Texto: Fábio Codellos
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