A venda de carros novos vem registrando alta histórica no Brasil nos últimos dois meses. Em agosto as vendas cresceram em média 130% em relação ao mesmo mês de 2021, apontam dados da Federação
Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ainda que a marca histórica possa ser motivo de um alívio para o setor automotivo, na comparação ainda não estamos tão bem assim como se
supõe. Mas analisemos os dados. Se comparado ao mesmo período de 2019 (213.416 unidades vendidas em agosto), o resultado de hoje mostra queda de 42,47%.
Analisando o período de janeiro a julho, saímos de um patamar de 60 mil para mais de 122 mil unidades emplacadas por mês. É mais do que 100% de crescimento. Isso ajuda a recompormos o impacto negativo da pandemia sobre o setor e como o Brasil vem reagindo e os obstáculos que resistem a esse crescimento.
Ao longo de 2020 as mais de 7.300 concessionárias do país fecharam, as fábricas ficaram sem produzir uma unidade por 1/3 do ano e a mesma pandemia obrigou o fechamento do comércio e o isolamento social, durante longo período. Depois a produção foi retomada, mas ainda não normalizada, enquanto as peças retornam quase ao fornecimento normal mesmo após o recente lockdown na China. E há outros pontos a serem ponderados neste cenário de recuperação.
A queda dos combustíveis é uma delas e tem levado a um aumento da demanda por deslocamentos e consequente força a uma recuperação mais rápida bem como aquece as vendas de veículos. A redução nos preços já chegou a 30% na maioria das cidades. A retomada da economia normal é outro fator positivo e a queda da inflação tende a aquecer o consumo conforme temos visto mês a mês nas revisões de previsão do PIB para este ano ajustado de 0,3% em janeiro para quase 3% em agosto.
E os usados? Como fruto desse aquecimento das vendas de novos o mercado de usados naturalmente se recupera. Fruto da maior oferta a tabela FIPE já caiu 10% desde o ciclo iniciado em abril. Em alguns
modelos a queda já chegou a 12% em algumas marcas e modelos. É só reparar que as grandes locadoras de veículos já iniciaram a temporada de ações de venda para renovação de frota. Apesar disso, os preços nas lojas ainda resistem na queda. Outro fator é o financiamento bem caro com taxas superiores a 2,5% ao mês, por conta da alta da SELIC e da restrição ao crédito imposta pelos bancos por conta do risco elevado.
Tão logo as taxas cedam um pouco e as instituições financeiras derrubem um pouco a régua para ceder empréstimos para aquisição de veículos os preços poderão cair um pouco mais. Tudo dependerá do
rumo da economia sem esquecer que o mercado sempre atende ao equilíbrio entre oferta e demanda. Com mais carros novos no mercado é normal que o usado perca valor mas circule mais aquecendo a
economia.
Luiz Evandro Ferrari, especialista em marketing automotivo
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