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Tendências no mercado brasileiro de acessórios automotivos

Em estudo inédito apresentado em primeira mão durante a programação do ENAN pelo consultor alemão Stephan Keese, da Roland Berger Strategy Consultants, revelou que o mercado brasileiro movimenta 2 bilhões de reais por ano

Uma das novidades mais aplaudidas durante a programação do ENAN 2013 – Encontro Nacional Automotivo de Negócios, foi a apresentação de um inédito estudo sobre o mercado brasileiro de som e acessórios automotivos elaborado pela Roland Berger Strategy Consultants, uma das mais respeitadas e conhecidas empresas de consultoria de todo o mundo.

Desenvolvido e apresentado em primeira mão para os participantes do ENAN pelo engenheiro e consultor alemão Stephan Keese, sócio-diretor e responsável pelo segmento automotivo na empresa no Brasil, o estudo preenche uma importante lacuna do mercado, que é carente de números. Durante aproximadamente trinta minutos, Keese mostrou a centenas dos principais players do mercado as perspectivas para os próximos anos, exibiu os indicadores que justificavam suas conclusões, abordou tendências e analisou detalhes do mercado de acessórios automotivos no Brasil e no Exterior.

 

 

Segundo o estudo, o mercado deve crescer fortemente nos próximos anos, se expandido a taxas bem superiores às do mercado automotivo em geral. Hoje, o mercado brasileiro de peças e acessórios já supera 21 bilhões de reais em vendas, crescendo a uma taxa média de 11% ao ano, bem acima do crescimento do mercado das montadoras, cujo mercado no ano passado cresceu só 4,43% (automóveis e comerciais leves).
Nos próximos anos, esse panorama deve se manter, alavancado pelo tamanho da frota, por mudanças regulatórias e de comportamento do consumidor e pelo aumento do poder aquisitivo da população.

As principais alavancas de crescimento no mercado devem ser o poder de compra crescente do consumidores, o crescimento do parque automotivo, o aumento do valor desse parque automotivo, as mudanças na legislação e o aumento das garantias oferecidas pelas montadoras e as mudanças que acontecem no comportamento do consumidor.

 

Conforme explicou o consultor da Roland Berger, como a renda per capita deverá continuar a crescer, um grande número de brasileiros passará a integrar a classe média. Ao mesmo tempo, a frota automotiva brasileira crescerá a uma taxa média anual de 5,6%, incorporando uma porcentagem maior de carros de luxo e de novos lançamentos no chamado “segmento de volume”, impulsionando a incorporação de novas funcionalidades e opções em equipamentos aos hábitos do consumidor.

Segundo mostrou Keese, os principais indicadores que sustentam essa afirmação são o Produto Interno Bruto – PIB, um dos principais indicadores de desempenho da economia, que deve continuar crescendo nos próximos anos, assim como a renda por habitante – que deve aumentar mais de 60% entre 2010 e 2015 -, e o número de brasileiros de classe média – que deve representar 66% da população em 2015 -, enquanto a taxa de juros (SELIC) praticadas pelo mercado deve ser mantida em níveis toleráveis.

O forte crescimento do parque automotivo brasileiro é uma alavanca adicional para o crescimento do mercado de autopeças e acessórios, afirmou. Em 2015 a frota brasileira deve somar 33 milhões de veículos – um crescimento de 7 milhões de unidades desde 2010. Ao mesmo tempo, sua idade média continuará a cair, ultrapassando a da frota dos Estados Unidos e quase igualando à da União Européia.

Ao mesmo tempo, o valor do parque automotivo brasileiro tem aumentado. Os carros brasileiros melhoram progressivamente e as preferências do consumidor têm mudado em todos os segmentos.

Segundo Stephan Keese, o mercado pode ser dividido em três grandes segmentos:

> O segmento Premium /Luxo, movido pelos consumidores de classes A/B e no qual o aumento do volume de vendas alavanca importações e contribui para a introdução de mais veículos premium

> O segmento de volume, movido pelos consumidores das classes B/C, no qual a variedade de veículos oferecidos aumenta, oferece mais opções para os compradores. Progressivamente, os veículos desse segmento passam a utilizar plataformas globais, incorporando mais equipamentos e tecnologia

> O segmento de entrada, movido pelos consumidores de classes C/D, muitos dos quais compram o seu primeiro carro zero quilometro. A entrada de novos players, como a Hyundai, a Toyota e a Nissan, mudam o mercado, com a oferta de carros bem equipados, que fazem o consumidor se acostumar com um novo padrão.

Mercado de acessórios movimenta R$2 bi

Segundo o estudo da Roland Berger, o mercado brasileiro de som e acessórios representa 10% do mercado total de autopeças e componentes automotivos, movimentando um total de 2 bilhões de reais anualmente, contra 20 bilhões de reais do mercado total.

Os tipos de acessórios mais procurados são as rodas de alumínio, equipamentos multimídia, ítens de conforto e segurança, produtos para otimização (tuning) e equipamentos para transporte. Esses dados são muito importantes, já que essa foi a primeira vez que um estudo dimensiona o nosso mercado.

Stephan Keese apontou durante a apresentação do exclusivo estudo que os consumidores de acessórios são em sua maioria jovens, predominantemente do sexo masculino, pertencentes às classes B e C, que são as que estão atualmente em crescimento e cujos consumidores têm maior acesso a crédito.

 

> O estudo revelou que os motores (“drivers”) de crescimento de consumo na categoria são:

> O lançamento de novos produtos, principalmente do segmento de infotainment
> O crescimento das vendas online (via internert e smartphones), representativas no setor de acessórios automotivos
> O aumento da importância da classe C.
> A facilidade de acesso ao crédito para financiamento automotivo
> A adaptação aos veículos de entrada (compactos) de características (“featuirees”) e equipamentos típicos dos carros das categorias supereiores
O consultor fez questão de frisar que o mercado brasileiro de acessórios passa por mudanças significativas, que irão incentivar o seu crescimento e complexidade.

Segundo ele, atualmente as principais tendências do mercado brasileiro de som e acessórios são:

> As OEMs (fornecedoras de equipamentos originais para as montadoras) e as concessionárias passarão a ter um papel cada vez mais significativo
> Os consumidores jovens, com maior afinidade com as compras online, terão cada vez mais influência
> Os acessórios tendem a ser cada vez mais complexos
> O mercado de acessórios de continuar a crescer continuamente
> Os ciclos de vida de produtos passarão a ser mais curtos, com fortes mudanças tecnológicas
> A configuração dos veículos se tornara crescentemente mais complexa

Concessionárias conquistam mercado

O estudo destaca que as concessionárias autorizadas terão importância crescente dentro do mercado de acessórios, à medida que buscam novas fontes de receitas. Se em 2010 elas representavam 17% desse mercado, em 2016 deverão responder por 23% do total das vendas, enquanto os varejistas não ligados às montadoras devem ver a sua participação encolher de 83% para 77% no mesmo período.

Sob forte pressão nas margens, as concessionárias passam a sofrer pressões para serem mais competitivas e começam a reconhecer a venda de acessórios como uma importante fonte adicional de receita. Nos Estados Unidos, uma concessionária média gera mais de 260 mil dólares em vendas anuais com a venda de acessórios para compradores de carros novos – somando-se à peças pré-instaladas e as opcionais.

Por sua vez, os lojistas independentes, não ligados à revenda de veiculos, tenderão a passar a focar no segmento de carros usados à medida que os compradores de carros novos passem a compra-los nas revendas, aproveitando para inclui-los no valor do financiamento do veículo.
Ao analisar os varejistas de som e acessórios, o consultor chamou atenção para a crescente importância dos produtos do nosso mercado nas vendas online. Em recente pesquisa divulgada por importante empresa de comércio eletrônico, os acessórios automotivos já figuram em 2º lugar entre os produtos mais vendidos.

 

Se referindo à internet, Keese mencionou alguns pontos que devem ser levados em consideração:

> Mesmo quando não compram online, consumidores (e profissionais) utilizam a internet para pesquisar e comparar preços
> Embora o segmento DIY (“do it yourself” – faça você mesmo) seja mais avançado em outros países, é esperado um crescimento significativo no Brasil, especialmente no que se refere a acessórios.


Por: Amadeu Castanho Neto
Fotos: Divulgação

fabio codellos

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