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Uma conversa franca com Sérgio Mallman, da FKS

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Uma conversa franca sobre o real momento do mercado de acessórios no Brasil com o Diretor da FKS, um dos grandes players do setor de equipamentos eletrônicos de segurança e conforto, automotivo e residencial.

No último dia 13 de julho, estivemos na sede da FKS em Canoas, no Rio Grande do Sul (próximo à capital, Porto Alegre), onde tivemos a oportunidade de conversar com o Diretor Sérgio Mallmann que, numa franca entrevista, nos falou sobre algumas dificuldades que o mercado enfrenta neste momento.

A FKS desenvolve, fabrica e comercializa sistemas eletrônicos de segurança automotiva e patrimonial, além de prestar serviços de assistência técnica por meio de profissionais altamente qualificados.

Fundada em janeiro de 1994, a empresa está hoje entre os cinco maiores fabricantes de sistemas eletrônicos de segurança automotiva do Brasil. É fornecedora de produtos de qualidade para o mercado de autopeças e acessórios no País e no exterior. Confira a entrevista.

Sérgio nos contou sobre os maiores desafios que enfrenta hoje para fabricar e distribuir os seus produtos. “É fato que, apesar do mercado ser grande, estamos todos sofrendo com o desemprego, a falta de confiança e de crédito. Isto tudo tem se refletido na venda de carros novos. E afeta o mercado como um todo.

Alguns dos nossos produtos têm sua maior procura na venda de 0km. O que fazemos, já há algum tempo, é procurar parceiros no exterior e nossa empresa tem sido bem sucedida na exportação”.

Dificuldade tributária e informalidade

“Temos que fazer consulta tributária em cada Estado que vendemos. Em alguns Estados, como é o caso de São Paulo e Rio Grande do Sul , é utilizado o Protocolo de ICMS 85/2011. Em outros Estados optou-se pelo Protocolo de ICMS 97/2010.

Portanto, em alguns Estados, sobre a venda do produto acaba incidindo mais cerca de 20% de imposto. É o caso de Santa Catarina, nosso vizinho. Imagine a empresa que é informal e vende sem nota! Isto gera uma discrepância muito grande, impedindo-nos de competir.

E não há no Brasil uma fiscalização séria, que intimide quem é adepto à prática. Esta é uma forma de concorrência desleal que nos impede, algumas vezes, de expandir. E olha que o governo está precisando arrecadar mais! Porém, não existe fiscalização séria.”

Quem quer ser grande, trabalha na legalidade

“Como construir uma empresa sem pensar no crescimento a longo prazo? Não há como uma empresa crescer na informalidade.

Nossa empresa sempre trabalhou de forma legal, juntamente com alguns concorrentes que também trabalham da forma correta e honesta. Isto torna a competição saudável, já que a briga fica pela qualidade, pelo atendimento, etc. E estes concorrentes se respeitam. Prova disso, é a reunião informal que fazemos durante o ENAN, onde trocamos muitas ideias que favorecem indiretamente o setor com um todo.

Já outras empresas insistem na informalidade, evitam marketing, investimentos em feiras, publicidade. Alguns distribuidores, infelizmente, não veem desta forma e alimentam a prática, fazendo com que o mercado demore a se profissionalizar. E o pior: isto afeta a venda deles mesmos.

A boa loja quer oferecer produtos de marcas conceituadas. Além do mais, fabricar no Brasil exige um série de cuidados e know how que adquirimos ao longo destes 22 anos de FKS.
Prova disso, é que somos uma das poucas empresas que já está preparada para a nova lei do Antiesmagamento. (*Veja matéria da edição anterior). Conhecimento se adquire com o tempo. Somos uma empresa que quer continuar oferecendo o melhor e seguindo um crescimento sustentável”.

Inadimplência

“Infelizmente, no momento atual, mais empresas estão passando dificuldades. Estamos em tempos de crise no Brasil. Isto já é típico. É difícil, mas as empresas precisam pensar mais a longo prazo para construírem caixa.

Desta forma, ficam menos dolorosos os momentos de baixa. Veja: alguns clientes querem que aumentemos mais e mais o crédito de venda, devido ao relacionamento, etc.

Claro que este é um fator que tem que ser levado em conta e nós nos sensibilizamos, mas somos fábrica. Fica difícil abrir créditos e mais créditos a muitos clientes. As fábricas não têm este capital, ainda menos agora, num momento delicado. Nós fabricantes já estamos assumindo custos há algum tempo, diminuindo margens.

No caso do distribuidor, é preciso ficar atento as mudanças de mercado, inovar, ampliar seu estudo em logística e se profissionalizar ainda mais nas questões tributárias, também”.
Um mercado ainda promissor

“Acredito que estamos vivendo um cenário no Brasil que nos mostra a realidade. Acabou o tempo de maquiagem. Portanto, fica mais fácil para o empresário compreender certas situações e trabalhar a médio prazo.

Ainda sim, acreditamos no nosso potencial e acreditamos estar caminhando para um futuro melhor. Nossa empresa continua saudável, sempre a buscar novos produtos, sair na frente, atender o mercado com qualidade.

Estes sempre foram nossos diferenciais e premissas que nos mantêm competitivos, sempre”.

 

Texto: Fábio R. Codellos
Imagens: Equipe AM

Matéria publicada originalmente na revista AutoMOTIVO, a publicação B2B do mercado brasileiro de som e acessórios automotivos
Felipe Negri Vicentini

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Felipe Negri Vicentini

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