Uma das maiores distribuidoras de produtos automotivos do país é a RMP, sigla da Real Moto Peças, que atua em âmbito nacional tanto no mercado de acessórios quanto no de autopeças, representando algumas das principais indústrias de
peças e acessórios do mercado.
A empresa foi criada em 1962, como Real Moto Peças, na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, fundada pelos empresários João Gomide e Otaide Gomide. Passados 51 anos, a empresa tem 16 unidades espalhadas pelos principais
mercados do país.
Além da matriz em Uberlândia, a empresa tem outra em Belo Horizonte, quatro unidades no estado de São Paulo (São Paulo, São Bernardo do Campo, Campinas e Ribeirão Preto), bem como outras em Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Goiânia, Brasília, Salvador, Recife, Natal, Fortaleza e Belém.
Acessórios
Sua atuação no mercado de acessórios, através da RMP Acessórios, também conhecida como Real Acessórios, tem apenas seis anos e é consequência da compra da distribuidora paulista Eurasia, uma das primeiras do país a se dedicar
exclusivamente ao mercado de acessórios automotivos e que chegou a ter sete filiais.
A operação fica sob o comando de Rogério Gomide, Diretor de Acessórios, que tem ao seu lado João Henrique Coelho, Diretor Comercial e Carlos Eduardo Pintucci, o Carlito, Gerente Comercial baseado em São Paulo.
Carlito era o dono da distribuidora Eurasia, aberta em 1974 em sociedade com sua irmã Ciça, e que formou o arcabouço
da RMP Acessórios, inclusive em termos de linha de produtos, com forte foco no segmento de som.
Hoje a empresa continua trabalhando com marcas bem conhecidas, como Kenwood, Taramp’s, Olimpus, Pioneer, Positron, Selenium, Valeo e Dina, entre outras.
Por dentro da empresa
Para conhecer um pouco melhor a RMP Acessórios, fomos visitar a filial de São Paulo, onde Carlito, um profissional muito conhecido no mercado, conversou conosco e falou um pouco sobre a empresa e o mercado de acessórios.
De acordo com ele, o mercado de acessórios está aquecido e passando por uma boa fase. “Julho foi o melhor mês do ano e agosto está “com pinta” de ser melhor ainda. Está havendo um crescimento bom e sentimos que o resultado só não é melhor por causa de falta de abastecimento por alguns fornecedores, especialmente de CD players e mesmo outros produtos”, explicou.
Com total transparência, comentou que “isso dá um pouco de receio de depois chegar toda a mercadoria [pedida] e no final do ano [a demanda] caia, mas as estatísticas dos automóveis não indicam isso. Indicam que o mercado está crescente. A inadimplência não está indicando nada, estamos sem problemas.
Em resumo, o mercado está bom”. Ele considera que quem atua no mercado de acessórios está bem, “aceleradinho”, embora “não esteja no céu”. E admite: “estamos crescendo, mas algumas coisas poderiam ser melhores. Por exemplo, na parte de multimídia, não está bem, por causa dos importados.
Nós vendemos religiosamente com nota fiscal, como outras boas distribuidoras, então perdemos muito mercado para
produtos importados diretamente”. “Outra coisa, além disso, é que estamos tendo um crescimento também do outro lado da nossa empresa, o de autopeças, o que reforça a tendência de abrirmos novas unidades e estarmos presentes em outras regiões do Brasil”, explicou.
“Estamos nos aproveitando da regionalização dos pedidos causada pela substituição tributária. As unidades são completamente autônomas, atuando como distribuidores regionais, mas, com o suporte da Matriz. Em cada unidade há um gerente de Filial e um supervisor ou coordenador de vendas de acessórios. O que unidade tem, todas têm”, complementou.
Ajustes regionais
Carlito explica que embora todas as unidades da empresa contem com uma estrutura idêntica, o estoque é ajustado às características de cada mercado regional: “há marcas que vendem bem em determinadas regiões e outras não. E produtos que giram bem em determinadas regiões, mas são mais fracos em outras.
CD Players, por exemplo, em São Paulo costuma ser do tipo 2 DIN, enquanto que no Nordeste o que vende são os de 1 DIN”.
O crescimento da empresa tem sido constante e promete continuar no mesmo ritmo, sempre começando do zero
em vez de optar pela compra de empresas já estabelecidas nos mercados alvo da expansão. “Desde que eu entrei para a
empresa, abrimos mais seis unidades em cinco anos”, explica Carlito.
Ele conta que a atuação nacional com unidades nos principais mercados é uma necessidade estratégica: “chegar mais
perto do cliente vai ser cada vez mais importante. Ele está exigindo mais rapidez e querendo muito utilizar o estoque
do distribuidor. Em algumas regiões isso é por causa de roubos, mas manter um estoque hoje é muito caro”.
“A variedade de produtos e marcas é muito grande e não é interessante para o cliente manter um estoque de aparelhos
caros na loja dele. Hoje só um multimídia top custa R$3 mil. Então ele tem em estoque produtos mais baratos como cabos e conectores e os aparelhos ele compra do distribuidor e são entregues por motoboys. Para nós isso uma realidade muito positiva”, complementa.
E dá a opinião de quem já tentou utilizar uma estratégia diferente: “Uma empresa distribuidora de acessórios com
atuação nacional já não tem lugar no mercado. Ela só vai conseguir sobreviver e crescer se estiver sob o guarda-chuva
de uma distribuidora de autopeças com atuação nacional”.
Um pouco de história
Carlito não se furta a falar dos tempos heroicos, quando o mercado de distribuição de acessórios automotivos ainda engatinhava no país. Conta que seu grande incentivador foi José Kazakevic, mais conhecido como JK, que o visitou e sugeriu a exploração do novo mercado, recomendando a compra de tweeters da Selenium.
Ideia aceita, ele depois o ciceroneou pelas lojas especializadas, indicando outros produtos como antenas Truffi, alto-falantes da Bravox, rádios da Motoradio, toca-fitas TKR. Mais tarde, vieram os alto-falantes Arlen, amplificadores
Telestasi e Cash Box, equalizadores Tojo e triaxiais da Novik. Carlito cita cada marca e vai lembrando os nomes dos donos das empresas, dos gerentes de vendas, e até dos códigos dos produtos.
Na sua opinião, o marco regulatório do mercado de acessórios foi a entrada da multinacional alemã Robert Bosch nesse
mercado, com produtos da marca Blaupunkt, como os rádios e players cassete São Francisco, Rio de Janeiro e outros.
Por Amadeu Castanho Neto
Fotos: Equipe AutoMOTIVO
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Bom dia. Desejo enviar meu currículo para a unidade aqui de Salvador Ba. vocês estão aceitando? Caso sim há algum e-mail? grato pela atenção Arlindo Neto.