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Produção de veículos continua crescendo

Até o final da primeira quinzena de julho, foram emplacados 1.853.670 veículos de passeio e comerciais leves, mais que 50 mil unidades a mais que no mesmo período em 2012.

Até o momento, o mercado automotivo continua dando sinais de fôlego – e de muito. Apesar de alguns indicadores econômicos mostrarem sinais de desaceleração econômica, aparentemente nada disso afetou o mercado de automóveis, SUVs e pick-ups.

Talvez um dos segredos para essa curva ascendente contínua esteja no perfil dos consumidores de veículos do segmento de entrada, que é a base da pirâmide e responde por grande parte do volume de veículos vendidos.

Nesse segmento, é muito grande a presença da chamada “nova classe média”, com consumidores acostumados a se endividar e que costumam ver carro como sinal de “status”. Muitos deles trocam de carro ou irão equipá-lo para concorrer com os vizinhos ou colegas de trabalho, o que é uma ótima notícia para o mercado de som e acessórios automotivos a curto, médio e longo prazo.

Outro fator a ser levado em consideração é a abundância de novos modelos e de versões especiais. Isso ajuda a aquecer o mercado, do mesmo modo que as cada vez mais frequentes promoções e feirões de fábrica.

No outro extremo da pirâmide, as coisas também vão bem. As marcas importadas de luxo estão vendendo bastante, apesar de ainda não terem se recuperado plenamente do aumento da alíquota do IPI para 30% e do efeito da antecipação de compras que o anúncio dessa elevação provocou.

Em resumo, montadoras e importadoras não têm do que reclamar. O primeiro semestre do ano fechou com vendas quase 5% superiores às do mesmo período do ano passado. Até o final da primeira quinzena de julho, foram vendidos e emplacados 1.853.670 veículos de passeio e comerciais leves, total que supera em mais de 50 mil unidades o resultado do mesmo período em 2012.

Até o final do mês, o total de veículos vendidos deve ultrapassar os 2 milhões de unidades. E a cada mês que passa, a média diária de vendas aumenta. Vale a pena não esquecer que no início do ano o Presidente da Fiat e então Presidente da poderosa Anfavea, Cledorvino Belini, declarou que “o grande desafio da indústria automotiva brasileira em 2013 será o de superar as 4 milhões de unidades comercializadas”. Pense bem, quatro milhões de novos veículos nas ruas! Se a meta não for batida este ano, fica para 2014, mas a bola deve passar perto…

O ritmo está tão bom que até a Fenabrave ( Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), muito bem assessorada pela consultoria MB Associados, do economista José Roberto Mendonça de Barros, teve de reajustar para cima a sua previsão de crescimento anual do mercado. Era de 2,6% e passou para 3,3%.

Para ajudar, os preços praticados para veículos novos e usados estão diminuindo ou estacionados. Pouco, mas estão. É uma forma das montadoras e importadoras reagirem ao aumento de competição, que só tende a crescer conforme o tempo passar e novas fábricas aumentarem ainda mais a oferta de modelos no mercado. E isso tudo acaba sendo refletido nos resultados das vendas.

Perspectivas para som e acessórios

Se as montadoras e importadoras não têm do que reclamar, muito provavelmente quem fornece, distribui, vende e instala equipamentos de som e acessórios para esses veículos também não, pois a maioria absoluta deles mais cedo ou mais tarde vai ganhar um som mais incrementado, um alarme, um acessório que a fábrica só incluía naquele pacotão completo que aumentava o preço final do carro em 5 ou 10%, um jogo de rodas, umas faixas, uma tela de vídeo no apoio de cabeça…

Afinal de contas, desde o modelo mais básico até o mais caro e sofisticado, todos os veículos acabam tendo alguma coisa que o dono acha que está faltando. Nos modelos de entrada, então, nem se fala, apesar de Ônix e HB20 já sairem da linha de montagem com uma relação bem razoável de equipamentos instalados em comparação com o resto do segmento.

Portanto, com tantos carro novo saindo das concessionárias, só dá para ser otimista. Além disso, na maioria das vezes, quando alguém compra um zero, passa para a frente um usado. E esse usado vai encontrar um novo dono, que dificilmente vai ter as mesmas preferências do anterior em termos de som, rodas e outros acessórios e mais cedo ou mais tarde também vai acabar parando numa loja de som e acessórios.

Em detalhes

Por enquanto, o ranking das vendas de automóveis não traz nenhuma novidade. Os compactos permanecem como os líderes de venda (e vão continuar sendo por muito tempo) e embora os novos modelos da Hyundai e da GM continuem tendo o Fox na alça de mira, o HB20 e o Ônix ainda precisam ganhar fôlego para encostar no compacto da Volkswagen.

No entanto, com a chegada do VW Up! e a aposentadoria compulsória em janeiro de 2014 do Fiat Uno – que há um bom tempo é o segundo colocado entre os mais vendidos -, a lista dos mais vendidos deve começar a mostrar mais alterações.

        

Por Amadeu Castanho Neto

Fotos: Divulgação

fabio codellos

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