Ligando Chicotes de som em veículos

 Conheça mais algumas técnicas para a instalação em carros top de linha e importados

Nas duas edições anteriores, apresentamos técnicas e soluções para as dificuldades mais comuns encontradas por instaladores ao se depararem com a ligação de chicotes de som em veículos mais diferenciados. A partir de agora, você acompanha mais algumas técnicas infalíveis para o sucesso de sua instalação e, principalmente, para a satisfação do cliente.

– Fios CAN Bus – Em veículos que o aparelho original comunica com o veiculo e que o veículo possui Rede CAN, há este fio no chicote, com o multímetro ainda na mesma escala, ou seja, tensão. Com a ponta preta no chassi ou pólo negativo, verifique os fios que apresentam valores de tensão baixa – 1,5 volts / 3,5 volts; estes fios são da rede CAN. Etiquete-os, separe-os, não os corte e não utilize estes sinais para nenhuma outra função. Não acione nenhum dispositivo com eles.

– Remote de antena – Ligue o chicote no aparelho; dentre os fios que sobraram nas identificações anteriores, com o aparelho ligado tente achar os 12 volts de novo. Achando-o, desta vez desligue o rádio – a tensão deve descer a zero; este é o fio remote, que suporta uma corrente de aproximadamente 0,5A (500 miliAmpéres) e que muitos (erroneamente) penduram o acionamento de vários dispositivos sem utilizar um relé. Não o sobrecarregue acionando vários aparelhos: se isto for necessário, use um relé.

Há chicotes originais que não possuem o fio remote, pois a antena que vem de fábrica não é amplificada ou, ainda, o remote para o rádio original que estava no veículo vem junto com o ACC do chicote deste veículo. Veja também se o fio remote se mantém energizado ao sair da função rádio; há aparelhos que, ao inserir o CD, o remote cessa os 12v.

Após localizar os fios de corrente e sinais, o risco com o veículo se torna menor. Passa-se agora a localizar os oito fios de alto falantes originais do veiculo. Para não colocar em risco agora o aparelho à ser instalado.

– Falantes – Todos os aparelhos (players) atuais utilizam uma etapa de saída com sistema de amplificação em ponte (BTL – Bridge Tied Load) em virtude de serem de potência maior que os antigos, onde o lado negativo do alto falante não é terra (chassi) nem pode ser aterrado. E, com o aparelho ligado, eles fornecem uma tensão de áudio entre 5.5 e 7.0 Volts (tratanto-se de players para auto). Portanto para identificação da fiação dos falantes, com o aparelho original ainda conectado meça a tensão na escala de tensão contínua do multímetro, achando um valor próximo a este em oito fios – estes são os dos alto falantes. Outro fato é que nem todo chicote traz junto cada par de fios de um alto falante, mas sim em pinos e cores diferentes e em pontos separados no conector. Se, ao desligar o aparelho, a tensão contínua nestes fios cessa, não há problema agora em utilizar a escala de resistência para separar os pares de falantes pela resistência ôhmica informada no multímetro. Muda a escala do multímetro para a de resistência, mudando-o para escala de 100 ou 200 ohm, e localiza-se os pares que serão ligados a cada alto-falante achando-se uma resistência entre 4 e 8 Ohms. Caso não consiga medir esta resistência (dependendo do veículo), suspeite que a montadora colocou mais um amplificador entre o aparelho e os alto-falantes, rastreando o chicote de som do veículo, ou procure o manual de serviços do veículo.

Outra informação técnica importante, é verificar o isolamento de cada fio de falantes com a lata do veiculo antes de efetuar a ligação, utilizando o multímetro. Se não houver este procedimento e caso haja condução ou curto de um dos oito terminais em relação ao chassi, haverá a queima do canal do aparelho – ou ele ficará cortando/desarmando, ou ainda não acionará ao dar power on. Para isto, utilize uma escala alta do multímetro para medir resistência: primeiro teste encostando uma ponta na outra – a resistência deve ser zero; agora, coloque a ponta preta no negativo ou chassis e meça cada um destes oito fios; eles não devem apresentar nenhuma resistência ou, o certo é o multímetro continuar no mesmo status de mostrador sem alterar.

Há casos ainda que é necessário um cabo original para fazer interface e evitar conflitos elétricos com o novo aparelho instalado no veículo, pois há veículos que há interferência no alarme e trava se o player não for instalado de acordo com normas técnicas (e não respeitada a disposição de pinagen do conector).

Espero que tenham gostado desta série de matérias dedicadas, exclusivamente, para sanar suas dúvidas em relação a instalações mais complexas. Não perca as próximas edições, com mais novidades!