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Valorização da mão de obra no mercado automotivo

O investimento na profissionalização de instaladores gera resultados e minimiza prejuízos

Acessórios internos instalados

 

Mesmo com o aumento cada vez mais constante da oferta de carros já equipados com acessórios, por parte das montadoras, a grande maioria dos consumidores ainda opta por comprar um carro básico e ir colocando os acessórios a sua maneira, deixando o automóvel personalizado. Mas na contramão deste crescimento está o profissional de instalação, que precisa atualizar os conhecimentos constantemente.

O instalador, por sua vez, afirma que são poucas ainda as fábricas e lojas que investem no profissional, e os poucos que se preocupam com este investimento acabam recebendo do consumidor o título de ‘careiro’, ou seja, de supervalorizar a mão de obra.

Mas qual seria o melhor caminho?

  • -Oferecer um serviço simples a preços populares – correndo o risco do prejuízo;
  • Ou oferecer um serviço de qualidade especializado, valorizando e dando a ele um custo compatível com o investimento anterior?

Seja qual for a escolha ou necessidade do lojista, é preciso estar ciente das consequências de sua opção e, por isso, algumas questões importantes foram levantadas nesta matéria:

Oferecer um serviço de qualidade é mais caro sim, pois necessita de um investimento anterior, mas também pode ser usado como atrativo na hora da venda do serviço, gerando garantia para o consumidor de que o produto comprado na loja, ou não, será bem instalado e no prazo.

Na instalação de um sistema de DVD, um aterramento errado pode prejudicar o funcionamento dos airbags e do ABS, por exemplo.

Foi o que aconteceu na Usina do Som Equipadora de João Pessoa/PB. A loja recebeu um Ford Fusion para instalar uma central multimídia, serviço que, em média na cidade, custa em torno de R$ 200,00.

Mas como é um carro com muitas particularidades, é preciso que o instalador saiba bem o que está fazendo. O que não aconteceu com o instalador, que ao invés de cortar o fio que ligaria a central ao automóvel, cortou o fio do air bag. Acabou ocorrendo uma explosão no local e o dono da loja que teria um lucro de R$ 200,00 acabou com um prejuízo de quase R$ 20mil.

Maurício Renato, proprietário da loja, afirmou que depois do ocorrido investiu mais na profissionalização de seus funcionários. “Por iniciativa própria, passei eu mesmo a reunir meus funcionários e treiná-los com vídeos de instalação e leituras especializadas. Por mais que muitas fábricas reclamem da falta de mão de obra especializada, não há por parte deles nenhum incentivo nesta área”.

Maurício afirmou ainda, que atualmente a sua loja se tornou especialista em instalações especiais, como as de sistemas de som, e que por conta disso o valor do serviço prestado pela loja dele ficou mais alto. “Até acreditei que poderia perder clientes aumentando o custo, mas o investimento valeu a pena. O consumidor prefere pagar mais caro tendo a certeza de que o serviço será garantido, e eu como prestador de serviço também fico mais tranquilo quanto ao mínimo risco que passei a correr”, finalizou.

Outra questão bastante relevante é conhecer a procedência dos produtos que a loja irá instalar no veículo. A Stop Car Audio Design de São Paulo/SP, por exemplo, possui uma política de só trabalhar com produtos que atendam especificações de qualidade e certificações, pois equipamentos de procedência duvidosa podem colocar a integridade do carro e até mesmo dos ocupantes em xeque.

“Aqui na loja, damos preferência aos produtos que nós vendemos, ou que tenham garantida sua qualidade e procedência. Com isso conseguimos evitar qualquer tipo de dano ao veículo e prejuízo. Graças a essa política de trabalho, nunca tivemos nenhum problema com nenhuma instalação”, afirmaram Serginho e Billa, sócios proprietários da Stop Car.

Os carros importados estão mais propensos a essas ciladas, até porque, por virem de fora, há menor disponibilidade de acessórios, mas segundo Serginho e Billa, a regra também vale para esses casos.

“O consumidor que investe num automóvel importado de valor aquisitivo maior, não se preocupa com o investimento que terá na instalação de acessórios de qualidade, ele só espera que o serviço seja bem executado, que tenha perfeito acabamento e funcione a contento, por isso não consideramos cobrar mais caro, cobramos o justo a nossa qualidade e nosso conhecimento”, finalizaram.

Acessórios internos instalados

O que o mercado oferece?

A preocupação com a profissionalização de mão de obra é um fato, mas o que o mercado está fazendo para solucionar essa carência? Hoje muitas fábricas já procuram fornecer treinamento para os instaladores, até como uma forma de minimizar problemas que associem um dano ao veículo à marca do produto, e não ao erro do instalador não qualificado. Por isso o investimento tem aumentado.

O investimento em qualificação de mão de obra é muito importante e atualmente todos concordam com isso. É o caso da Quantum, sendo esta uma preocupação há mais de 20 anos, segundo o supervisor de vendas, Cleber Oliveira, o idealizador dos treinamentos oferecidos pela empresa começou com o CEO da empresa, Marcos Liron. “A cada ano aprimoramos. Sempre focando a inovação tecnologica”.

A empresa é uma das já conhecidas pelos treinamentos mensais que realiza em todo o Brasil e acreditam que incentivar o desenvolvimento da parte técnica do instalador não é somente ajudar o mercado automotivo, mas sim uma oportunidade de conhecimento do produto.

“Esses eventos tem como objetivo aproximar o instalador das inovações tecnológicas, coletar informações e sugestões para a melhoria contínua, inclusive ideias para novos produtos”. Ou seja, para a Empresa, quem ganha não são só os profissionais que investiram em suas carreiras participando dos cursos, mas a fábrica que além de garantir conhecimento, divulga a marca e a qualidade dos produtos.

Para Cleber Oliveira, a procura por treinamentos e cursos específicos sempre existiu no mercado. Com o avanço da tecnologia dos carros atuais, os instaladores sempre recorreram as fábricas para auxiliá-los. “O que a Tecnologia Quantum busca é acompanhar as inovações eletrônicas das grandes montadoras, com constante atualização de seus produtos e para isso também conta com a parceria do lojista e instalador.

Instituições como o Sesi e Senai, preocupadas com o bom andamento da indústria também identificaram a preocupação do setor com a profissionalização dos instaladores e tem buscado soluções para sanar a escassez de mão de obra qualificada.

Uma das ações é buscar junto as empresas políticas de incentivo para que seus profissionais participem de cursos de aperfeiçoamento, outra é oferecer cada vez mais uma cartela maior de cursos que abranjam todas as áreas de instalação de som e acessórios. Atualmente, os poucos cursos que existem tem suas turmas lotadas, o que já é um ótimo sinalizador para o mercado.

Treinamento realizado em Uberlândia

 

Como manter-se competitivo agregando qualidade

É claro que mesmo com toda preocupação, ainda existem aqueles que andam na contramão do progresso do setor automotivo e ainda oferecem serviços “baratos” e mão de obra sem nenhuma especialização. Isso ainda é muito ruim, mas o que tudo indica é que essescasos tendem a acabar, poiscausa prejuízo a todos:

  • Ao fabricante que terá a sua marca associada a um produto que não funciona ou que apresenta problemas constantes. Para evitar isso, o fabricante vai se preocupar cada vez mais em oferecer informação e treinamentos;
  • Ao próprio lojista, que ficará com o prejuízo do dano causado por não ter investido em qualificação e perceberá que o barato saiu muito caro.
  • Ao consumidor que não terá o serviço concluído, nem o produto funcionando e deixará cada vez mais de procurar o instalador que causou tantos problemas.

A tendência é o reconhecimento por parte de todos que serviço bem prestado e com qualidade profissional tem um custo e este não é caro, é o justo pelo trabalho realizado.

 

Por: Denise Andrade
Equipe: Divulgação

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