Entre centenas de veículos expostos que chamaram a atenção do público e dos jornalistas especializados durante o 87º Salão de Genebra um modelo se destacou. Atração no stand da italiana Pagani Automobili S.p.A., o belo Pagani Huayra Roadster tem tudo para justificar tanta atenção, a começar pelo preço.
Quem desejar tem um hiper-esportivo destes na garagem vai precisar ter uma carteira bem recheada para encarar o preço de tabela de nada menos que 2,41 milhões de dólares. Esse é só o preço-base, pois cada modelo da fábrica é configurado de modo a atender as exigências de acabamento de cada um dos compradores.
Além disso, vai ter de entrar na luta para garantir um lugar na lista dos 100 afortunados (em ambos os sentidos da palavra) compradores do Pagani Huayra Roadster, que já chegou à apresentação oficial em Genebra com as vendas esgotadas.
Se conseguir, além de poder desfrutar um hiper-esportivo de edição limitada e ter certeza de chamar a atenção por onde passar, vai ter à sua disposição uma máquina capaz de chegar aos 360 km/h, o que com toda certeza o coloca entre os veículos mais rápidos do mundo.
Com carroceria moldada em fibra de carbono, o conversível conta com um motor turbo Mercedes-Benz AMG V12 de 6 litros que desenvolve 764 cv a 6.200 rpm e 101,9 mkgf de torque disponíveis a apenas 2.400 rpm. A transmissão é uma X-Trac Next Generation de sete velocidades. O estilo do Pagani Huayra Roadster é ainda mais agressivo do que o da versão original de teto rígido. Com 1.280 kg, o conversível ainda é mais leve que a versão tradicional, além de também ser mais rápido, embora a Pagani não revele dados oficiais a esse respeito.
Um dos pontos altos da carroceria é o capô traseiro, com duas “corcovas” com entradas de ventilação para o motor, exibido debaixo de uma peça de vidro transparente. Outro é a traseira, onde se destacam as três lanternas redondas de cada lado e as quatro saídas de escapamento centrais. Na frente, chamam a atenção os dois pequenos faróis redondos, que se destacam como um toque retrô nos paralamas.
Segundo o argentino Horacio Pagani, responsável pelos modelos da marca que leva o seu nome, esse é o projeto mais complicado já desenvolvido pela sua fábrica. “Isso exigiu seis anos de trabalho e significou um esforço impressionante para uma empresa como a nossa, do ponto de vista técnico e humano”, destacou.
Pagani se mudou da Argentina para a Itália em 1983, levando muito talento, apenas algumas roupas, sua barraca de camping e uma carta de recomendação do seu amigo e compatriota, o pentacampeão mundial de automobilismo Juan Manuel Fangio.
A carta lhe abriu as portas como trabalhador tercerizado na Lamborghini, onde deixou sua marca em veículos como a reestilização da Countach e a concepção da Diablo.
Outra porta aberta por Fangio foi a da Mercedes-Benz, marca pela qual ele correu e da qual foi mais tarde concessionário. Até hoje, a Pagani é uma das poucas empresas que podem utilizar os motores desenvolvidos pela divisão AMG da Mercedes.
O primeiro carro projetado e construído por ele fora da Lamborghini deveria se chamar Fangio F1, mas, com a morte do grande campeão, acabou sendo batizado de Zonda C12, que foi apresentado publicamente no Salão de Genebra de 1999 e foi o primeiro a ostentar a marca Pagani.
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação