Brasil ainda ficará atrasado sem incentivos fiscais de mobilidade, diz estudo
Na Europa os carros elétricos serão mais baratos do que os a gasolina até 2027, segundo estudo feito pela BloombergNEF (New Energy Finance) a pedido do Transport & Environment (T&E). O fator para baixar os preços é por causa das novas exigências governamentais para reduzir as emissões de gases poluentes e, também, pelo fim da comercialização de carros a combustão em países europeus.
Por aqui este efeito da transição deve ser mais lento, uma vez que o país ainda está em fase de transição de modelos a combustão para versões híbridas.
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O levantamento ainda aponta que os hatchbacks, sedãs médios e os SUVs eletrificados serão mais baratos um ano antes do prazo obtido pela pesquisa. Já os veículos do segmento B, que são menores e mais baratos, ficarão mais acessíveis daqui a seis anos. Vans elétricas terão vantagem sobre as movidas a diesel já em 2025 e as de porte maior em 2026.
Segundo o estudo a razão para a queda nos preços é a previsão do valor das baterias, que terão um decréscimo de 58% no preço até 2030 é isso irá influenciar diretamente no valor dos modelos. As novas plataformas desenvolvidas pelas montadoras para carros elétricos e a produção dedicada para eles também será um fator importante para baixar os valores e a unificação de produtos é uma tendência.
Além disso, com as metas de redução de emissões de CO2 estabelecidas e as medidas de incentivos aos carros deste porte pelos países europeus é outro ponto importante para a queda nos preços o que também dependerá de incentivos, o que já ocorre em países como Alemanha e Inglaterra. A pesquisa também relata que estes automóveis podem ajudar a região a atingir a meta de redução de gases poluentes até 2035.
E por aqui?
No Brasil, apesar de este quadrimestre ter recorde de vendas com 7.290 unidades comercializadas, os preços dos elétricos ainda não devem ter uma redução ante os carros a gasolina. Isso porque no nosso país não há um parque industrial adequado a estas novas tecnologias.
Outro entrave é a geração de energia extra para alimentar uma frota significativa de veículos elétricos no país. Mesmo com fonte limpa é preciso aumentar a capacidade de geração de energia e não só aumentar pontos de abastecimento.
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Ainda assim, o país caminha, mesmo que devagar, para a eletrificação, uma vez que passou de 350 postos de recarga em 2019 para 600 neste ano.
A frota também aumentou e chegou a marca de 49.559. Deste montante, os modelos mais vendidos foram híbridos com 53%, híbridos plug-in com 41% e os eletrificados com apenas 6%. Este ano ainda deve fechar com mais de 28 mil unidades licenciadas, o que será 42% maior do que em 2020. O segmento também aguarda medidas governamentais para deixá-lo mais competitivo, assim como é feito em países europeus, que possuem impostos mais baratos ou até isenção para carros desta categoria.
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