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Centrais Multimídia, cada dia mais poderosas

As centrais multimidia automotivas estão cada dia mais completas e poderosas
No começo, era só um rádio. Grandão, com válvulas, som ruim e botões protuberantes que eram um verdadeiro perigo a cada freada. Depois de muito tempo, surgiram os toca-discos de compactos de 33 rpm., seguidos pelos “toca-fitas de cartucho”, ambos independentes dos rádios.
Muitos anos depois, a grande revolução do player de fitas cassete incorporado ao rádio, que já era bem menor e tinha botões mais discretos e seguros para os ocupantes.
Décadas depois, embora ainda existam rádios, as fitas cassete foram aposentadas e substituidas por CDs, pen drives e conexões para I-Pods e outros player digitais, mas um novo componente passou a chamar atenção nos painéis dos veículos: a chamada central multimídia, que começou como uma central de entretenimento reunindo os comandos de som e vídeo, mas que promete agregar cada dia mais componentes e funções .
Quanto mais se desenvolve a indústria automotiva, novas necessidades vão sendo criadas, seja pela incorporação de novas tecnologias, pela sofisticação cada vez maior dos consumidores ou por necessidades criadas por estratégias de Marketing.
A lista não para de crescer: são sensores de proximidade, câmeras de ré, sensores de estacionamento, radar anti-colisão, interfaces sem fio com telefones celulares e smartphones, acesso ao conteúdo de dispositivos de memória portáteis, reprodutores de filmes e de música, navegadores via satélite, internet e muito mais vem por aí.
Em tese, a cada novidade adicionada, o relacionamento (“interface”) com o motorista deveria ficar mais complexa, com um número cada vez maiores de instrumentos e respectivos mostradores ocupando espaço no painel, a ponto de acabar aproximando-o da aparência do painel de instrumentos de um avião.
No entanto, não é isso que vem acontecendo. Enquanto informações relacionadas ao funcionamento do veículo acabam confinadas a painéis digitais e a projeções no vidro do parabrisas, as funções de entretenimento, conforto, comunicação, navegação e facilidade de estacionamento são concentradas em um único display em poderosas centrais multimídia, também chamadas centrais de “infotainment”, termo em Inglês que associa informações e entretenimento.
Com mais recursos do que a maioria absoluta dos computadores mais antigos, graças a poderosos processadores, as modernas centrais multimídia pouco têm a ver com o antigo auto-rádio ou mesmo com o cd player, seus antepassados distantes. São tantos recursos que o usuário comum provavelmente irá levar algum tempo para aprender a usa-los.
Hoje em dia, essas centrais já chegam incorporar dezenas de funções de outros aparelhos, como  GPS, rádio, player de música, reprodutor de vídeo, televisão, alerta de radar, telefone celular e computador, sensor de proximidade, sensor de estacionamento, câmera de ré, etc.
Com o recurso chamado de “dual zone”, permitem que os passageiros da frente tenham acesso a uma funcionalidade enquanto os do traseiro acessam outra. Por exemplo, enquanto o motorista se orienta com auxílio do GPS, nos bancos de trás seus filhos assistem um DVD ou ouvem música, com direito a usar fones de ouvido sem fio. E com certeza, logo essa zona dupla irá se multiplicar, de modo que o motorista e cada um dos passageiros disponham de conteúdo personalizado.
Uma das novidades já existentes no exterior é o acesso ao rádio via Internet, que no próximo ano já será oferecido no mercado norte-americano em carros da Honda, Subaru e Acura, entre outros fabricantes.
Também conhecida como “quarta banda”, o rádio via Internet irá se somar às opções de rádio AM, FM e via satélite, possibilitando o acesso a um número praticamente infinito de estações de música e notícias, bem como a inúmeras outras opções de conteúdo, entre as quais boletins de trânsito e meteorologia personalizados, audio books, recomendações de restaurantes customizadas de acordo com o gosto e a região em que trafega o motorista, etc.
O que vem por aí…
Aproveitando que os telefones celulares tendem a se tornar um tipo de “carteira eletrônica” do usuário, armazenando a sua documentação, preferências, informações sobre saúde e até créditos de valores, uma das grandes tendências das centrais multimídia é que dentro de poucos anos, cada vez mais poderosas,  elas passem a atuar de uma forma ainda mais ampla, interagindo com o usuário e o seu telefone celular e, com base nas informações armazenadas no aparelho, ajustem diversos equipamentos do carro de acordo com as preferências do motorista.
A idéia é de que, uma vez que o motorista entre  no carro, através de sinais NFC (“Near Field Communication”), a central personalize totalmente o veículo ao usuário, começando por ajustes de desempenho (mais “comportado” ou mais esportivo), relação de marchas (mais curtas ou longas), dureza da suspensão, dureza da direção, economia de combustível, etc.
Ao mesmo tempo, o sistema irá comandar ítens de conforto como posicionamento  dos bancos,  inclinação dos encostos, altura dos apoios de cabeça,  uso de apoios de braço e ajuste  dos retrovisores, enquanto liga o ar condicionado já na temperatura preferida, baixa da Internet as informações mais recentes de trânsito sobre os caminhos utilizados com mais frequência pelo motorista, carrega a lista de estações de rádio e seleções de músicas preferidas do motorista.
Enquanto a tela da central, chamada tecnicamente de HMI (“Human Machine Interface”), é automaticamente ajustada para exibir as informações com as cores, lay-out e números de telas secundárias preferidos, via Internet as últimas mensagens de e-mail e atualizações de mídias sociais serão baixadas e “lidas” com a voz desejada quando o motorista achar mais oportuno.
Desse modo, o carro se ajustará automaticamente aos gostos e preferências de cada motorista, sem necessidade que ele acione um botão, toque uma tela ou diga uma só palavra, tornando a utilização do veículo muito mais fácil, segura e produtiva.  O conteúdo disponível passará a ser extremamente mais rico, ao mesmo tempo em que será muito mais personalizado.
No que diz respeito à navegação, mais do que um simples GPS as novas centrais irão “aprender” como o motorista dirige o veículo, suas rotas e pontos de parada costumeiros, a velocidade que ele costuma usar, onde e como ele freia. Através de sensores que captarão movimentos de direção, frenagens e até timbre de voz, elas também monitorarão se o motorista está alerta e poderão sugerir uma mudança de percurso e até mesmo sugerir uma parada para descanso.
Aprendendo os hábitos e preferências do motorista e os combinando com dados de posicionamento combinados com outros obtidos na Internet, será possível que as centrais ofereçam em tempo real conteúdo relacionado à rota, como por exemplo a localização e preços dos postos de combustível, lanchonetes e restaurantes no caminho.
A conexão com o celular do motorista permitirá o pagamento de tarifas de pedágio e até de combustível em postos.
A manipulação de botões ou toques na tela serão substituidos por controles vocais ou por gesto. Do  mesmo modo, será possível ditar e enviar mensagens de e-mail e postar mensagens em mídias sociais como Facebook e o Twitter.  Estacionar ficará mais fácil, pois será possível detetar via Internet vagas existentes nas vizinhanças.
Do mesmo modo que a central utilizará o telefone do motorista para personalizar o carro, as ações feitas enquanto ele estiver no carro também serão armazenadas no celular, como pagamentos feitos, roteiro e até mesmo mapas da região onde se estacionou o veículo, para facilitar a sua localização caso o motorista não se lembre de onde parou.
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação

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