Uma das muitas atrações do recente Salão de Nova York foi a nova versão do Nissan Murano, SUV desenvolvido pelo departamento de estilo mantido na Califórnia pela filial americana da montadora japonesa.
Montar filiais de seus departamentos de engenharia e – principalmente – estilo nos Estados Unidos, com engenheiros e designers americanos, foi um dos segredos das montadoras do Japão como Nissan, Honda e Toyota para oferecer veículos projetados sob-medida para atender o gosto do consumidor americano e conquistar o mercado local.
Graças a isso, de fabricantes de carrinhos (quando comparados aos carros full size que imperavam nos Estados Unidos) de design estranho e com aparência de frágeis, as marcas japonesas em poucas décadas conquistaram o mercado americano, o maior do mundo da época.
Talvez em nenhum outro mercado os SUVs façam tanto sucesso quanto nos Estados Unidos, o que torna o lançamento e a atualização de modelos uma tarefa complicada, na qual qualquer erro pode implicar em perda de participação e prejuízos milionários.
Por isso, a Nissan, que lá fora mostra muito mais desenvoltura e oferece uma linha de produtos muito mais ampla e diversificada do que no Brasil, caprichou em cada aspecto da nova versão desse crossover de porte médio, topo de linha entre os SUVs da empresa, que também fabrica o Juke, o Qashqai e o comportado X-Trail .
Estilo marcante
Baseado no concept Resonance, apresentado no Salão de Detroit do ano passado, o Murano mantém muito do seu estilo agressivo e as linhas marcadas e fluidas, com a frente e a traseira bem inclinadas, caixas de rodas bem pronunciadas com rodas de 18 ou 20 polegadas e jeitão de esportivo comportado, numa mistura bem equilibrada dos pontos mais marcantes para o público-alvo.
Um deles é o parabrisas grandão e bem inclinado, que parece continuar por todo o teto do carro, graças à proximidade com os dois tetos solares para as partes frontal e traseira do compartimento de passageiros. Debaixo do capô, a Nissan instalou um equilibrado V6 de 3,5 litros, comum a todas as versões do Murano, que desenvolve 260 hp, oferecendo um bom torque e ótimo consumo de combustível. O câmbio é um automático CVT e a tração AWD garante força bem distribuída em todas as rodas. Em breve a fábrica deve lançar o modelo na Europa, para onde estão previstas uma versão com motor diesel e, mais para a frente, uma de propulsão híbrida.
Interior
Se acertou no estilo e na plataforma mecânica, é no interior que a montadora parece ter caprichado mais, tanto em termos de espaço e conforto para os cinco ocupantes quanto de acabamento e equipamentos, a ponto de batizá-lo de “social lounge”, algo como salão social.
Entre os equipamentos oferecidos pela Nissan estão painel multimídia touchscreen de 8 polegadas com GPS 3D ativado por voz, som Bose com onze falantes, chave canivete com botões que acionam portas, porta-malas e ignição, monitores com DVD players na traseira dos apoios de cabeça dianteiros, duas saídas de alimentação 12V na parte dianteira e uma na traseira, câmara de ré e muito mais.
Os bancos foram projetados incorporando tecnologia desenvolvida para a NASA, que diminui o cansaço e o esforço muscular. Os bancos traseiros tem acionamento elétrico, inclusive para serem rebatidos.
A lista de equipamentos de segurança disponíveis para os ocupantes inclui monitor com visão 360 graus, aviso de ponto cego, frenagem de emergência com uso dos freios frontais, aviso de colisão preditivo alerta de tráfego transversal traseiro e muito mais.
Embora a fábrica tenha anunciado que o novo modelo deverá ser vendido em mais de cem países, no momento não há perspectivas do Murano ser importado pela Nissan para o mercado brasileiro.
A montadora está focada em emplacar modelos de maior volume de vendas, aproveitando a capacidade da recém-inaugurada fábrica de Resende/RJ e não deve comprometer as suas cotas de importação com um modelo que iria encontrar uma concorrência bem estabelecida num segmento muito disputado.
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