Por que marcas fortes, empresas dominantes que ficaram anos no topo de suas categorias perdem essa gloriosa posição de forma tão surpreendente?
Por que pessoas famosas, envoltas em glória e fama, perdem a invejada posição? É claro que há muitas explicações. Mas, sem dúvida alguma, uma delas que nos salta aos olhos, é a arrogância.
Empresas líderes tornam-se arrogantes com muita facilidade. Pessoas também. O sucesso lhes sobe à cabeça. Não dão mais a devida atenção ao atendimento simpático e cortês; à assistência técnica rápida e eficaz; à visita constante aos clientes principais, etc., etc.
Elas começam a acreditar que o cliente e o mercado precisam mais dela do que ela do cliente e do mercado. Tornam-se soberbas e arrogantes; acreditam que sua marca seja capaz de aguentar todos os desaforos. Essas empresas e pessoas não se apercebem quando a arrogância toma conta de suas almas.
Dia destes assisti a um respeitável senhor da sociedade humilhando um manobrista de estacionamento. Já tive o desprazer de ver madames ricas ofendendo balconistas.
Já ouvi diretores de empresa dizer que não precisam de clientes. É o começo do fim! O mais grave é que essas pessoas são ensurdecidas e cegas pelo vírus da arrogância.
As pessoas que se deixaram inocular pelo vírus da arrogância não suportam mais suas velhas amizades, suas companheiras dos primeiros anos, os lugares simples que frequentavam. O vírus faz um estrago total na mente da vítima.
Tudo deve mudar – roupas novas, carros novos, mulheres novas, amigos novos, hábitos novos. E um dos maiores sintomas da arrogância é a cegueira mental que faz com que essas pessoas não se apercebam de que os novos amigos são falsos amigos e as novas mulheres só estarão ali enquanto a fama ou a riqueza durarem.
As empresas que se deixam contaminar pelo vírus da arrogância sofrem de perda total de memória. Não se lembram de quem as ajudou a crescer.
Esquecem-se dos primeiros clientes, dos velhos fornecedores, dos funcionários que, sem perspectiva alguma, acreditaram em seu futuro. Elas se esquecem do passado. É o começo do fim.
E a contaminada empresa, em vez de perceber a sua doença e buscar a cura, fica ainda mais arrogante. O vírus da arrogância, uma vez inoculado, não deixa mais aquela vítima, até matá-la.
E, para não se deixar contaminar, só há uma vacina: a humildade. E a humildade, por sua vez, só pode ser conseguida com muito esforço, espiritualidade, consciência da transitoriedade da fama e dos bens materiais e da sabedoria que nos avisa a todo instante de que é mais fácil chegar ao topo, que manter-se no topo.
Pense nisso. Sucesso!
Por: Luiz Marins, antropólogo mais conhecido como Professor Marins, é um dos mais conhecidos e populares palestrantes e consultores do Brasil.
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