Uma supermáquina inglesa está destinada a ser uma das atrações mais disputadas da 88ª edição do Salão de Genebra, na Suíça, que abre a temporada europeia de Salões de Automóveis no início do próximo mês de março. Ela alia dois nomes mundialmente reconhecidos como representantes do suprassumo do automobilismo mundial.
O primeiro é de Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula Um pela equipe McLaren, um dos mais talentosos e competentes que já disputaram a categoria mais importante do automobilismo mundial e sem dúvida alguma o melhor piloto da sua geração.
O segundo é o da McLaren, icônica marca criada pelo piloto neozelandês Bruce McLaren, que venceu seu primeiro Grand Prix aos 22 anos de idade. Depois de ser usada em monopostos e carros esporte protótipo que disputaram algumas das principais corridas do mundo, a partir de 2010 ela passou a também batizar uma linha de veículos esportivos de alto desempenho produzida em Viking, na Inglaterra. Foi pilotando um dos monopostos da McLaren que Ayrton Senna se sagrou tricampeão mundial de Fórmula Um.
Superlativa
Batizada de McLaren Senna, a nova supermáquina foi criada para se juntar à icônica P1, completando a Ultimate Series da fabricante inglesa e passando a ser o seu novo modelo de topo de linha. Resumo de todo o know-how e a tecnologia acumulados pela fábrica dentro e fora das pistas, o modelo terá uma série limitada a apenas 500 unidades fabricadas artesanalmente e preço de tabela básico de um milhão de dólares. Apesar do preço salgado, todas as unidades da McLaren Senna já foram reservadas.
O supercarro com o sobrenome de Ayrton Senna foi idealizado, projetado e desenvolvido tendo um único objetivo: ser o melhor carro já produzido pela McLaren. Como o piloto brasileiro, o novo modelo da McLaren foi criado para ser muito veloz, altamente adaptável, preciso e pronto para render o máximo em qualquer tipo de pista ou estrada.
Pesando apenas 1.198 quilos, a McLaren Senna vai ser o modelo mais leve já produzido pela marca desde o emblemático McLaren F1, graças ao emprego maciço de fibra de carbono no chassi monocoque e na carroceria.
Também vai ser o mais potente, graças ao motor biturbo V8 4.0 de 790 cv e torque de mais de 80 kgfm, derivado do utilizado na McLaren 720S e equipado com muitos componentes derivados dos usados nos mais avançados motores de competição. As portas abrem para cima e contam com janelas de vidro de duas peças, com a parte superior fixa e a inferior móvel. Opcionalmente, as partes superior e inferior da porta podem ser de vidro, aumentando a sensação de espaço dentro do cockpit.
Uma curiosidade da McLaren Senna é que tanto o botão de partida quanto os botões de abertura das portas e os acionadores dos vidros das janelas estão posicionados em um console de fibra de carbono acima da cabeça do motorista.
Outra é a ausência de porta-malas. Quem pilotar esta supermáquina só vai ter à disposição espaço atrás dos dois bancos tipo concha cuidadosamente calculado para dois capacetes e dois macacões. Em contrapartida, vai poder aproveitar alguns poucos equipamentos comuns em carros de passeio, como painel de instrumentos com tela de alta definição, central de infotainment e câmera de ré.
Para poucos
Desde o primeiro contato visual, a McLaren Senna já deixa bem claro que não é um carro para passear. Não há como associar o seu design agressivo, quase bruto, sem firulas ou concessões estéticas, a um carro de rua. Claramente, ela está muito mais próxima de um bólido de competição do que de uma máquina esportiva para curtir no fim de semana.
Nada nela é gratuito. Para a McLaren, forma e função estão profundamente associadas. Cada milímetro e cada componente foi cuidadosamente estudado para beneficiar aspectos como aerodinâmica, velocidade, estabilidade, refrigeração e adesão à pista. Exatamente como num monoposto de competição.
Os mínimos detalhes reforçam a mensagem de que essa supermáquina não é para qualquer um. Seu refinamento técnico tem como objetivo bem definido: buscar o desempenho absoluto. Exatamente como fazia Ayrton Senna.
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação