Quem curte automóvel sabe que o Ford Mustang é um dos mais icônicos modelos da indústria automotiva mundial. Afinal, o modelo do cavalinho selvagem ajudou a criar o mercado dos “muscle cars” norte-americanos, lançou numa proposta que passaram a ser incorporadas a outros modelos e atraiu uma multidão de fãs mundo afora.
Desde o seu lançamento há 53 anos atrás, em 1964, o Mustang já teve quase dez milhões de unidades vendidas e é um dos modelos mais longevos ainda em produção. Criado pelo mítico Lee Iacocca, então gerente geral da divisão Ford e mais tarde presidente da Chrysler, o cupê com pretensões esportivas foi criado a partir de uma fórmula simples, que se provou revolucionária.
Iacocca pediu aos seus engenheiros e designers um carro para quatro pessoas, com assentos individuais, alavanca de câmbio no chão (na época o padrão ainda era na coluna de direção), no máximo 4,5 m. de comprimento (antes a moda eram as “barcas”), peso de até 1.340 kg que custasse para os consumidores no máximo US$2500.
Para atingir essa meta de custos, a maioria dos componentes mecânicos foi emprestada de outros modelos da época, como Ford Falcon. Já o nome do novo modelo foi emprestado do famoso avião de caça americano P-51 Mustang, usado na 2ª Guerra Mundial, que por sua vez se inspirava no nome dado à famosa raça de cavalos selvagens.
Uma das principais inovações do Mustang foi no Marketing. Ele foi lançado na Feira Mundial de Nova Iorque nas versões cupê e conversível, seguidas seis meses depois pela fastback e oferecia motores que iam de um 6 cilindros em linha com meros 101hp até um “veoitão” de 271hp, sem falar em inúmeras opções de acabamento e acessórios.
Cinquentão, pero no mucho
Mais de meio século depois, o Mustang acaba de ter o seu modelo 2018 apresentado no Salão de Detroit, com a promessa de passar a ser importado para o Brasil no início do próximo ano na versão topo de linha. Isso não significa que o modelo a ser importado chegue aqui defasado: mesmo no Estados Unidos o Mustang 2018 só será vendido a partir de setembro de 2017.
Recheado com muita tecnologia, com estilo renovado principalmente na dianteira e na traseira, ganhos na aerodinâmica e ainda mais potência, o cinquentão não mostra o peso da idade. Pelo contrário, continua sendo um carrão atual e muito atraente.
Por fora o Mustang 2018 pode ser reconhecido pelo capô mais baixo, pela grade redesenhada e pela nova assinatura de luz, com faróis menores que têm ao lado três faixas de DRL e lanternas horizontais na parte inferior. Toda a iluminação dianteira passa a utilizar LEDs, do mesmo modo que na traseira, que também ganhou para-choques e aerofólio redesenhados. A carroceria ganha três novas opções de cor, entre elas a “Orange Fury” usada nas fotos de divulgação.
Entre as novidades mecânicas estão a transmissão automática opcional de 10 velocidades desenvolvida em parceria com a GM (que já a emprega no Camaro ZL1) e que já é oferecido na pick-up F-150 Raptor, a tecnologia de suspensão MagneRide, além de novos amortecedores, junta no eixo transversal da suspensão traseira e barras estabilizadoras.
Tecnologia e personalização
O que não falta no novo Mustang é conteúdo tecnológico. Ele é o primeiro carro da Ford a ter painel de instrumentos digital totalmente configurável, com tela de 12,3 polegadas. Chamado Mustang MyMode, o novo sistema oferece três modos de exibição (normal, esporte e pista) e memoriza as configurações preferidas do motorista, inclusive ajustes da suspensão e da direção.
O motorista também passa a contar com novos recursos de conectividade, os sistemas Ford SYNC 3 e SYNC Connect. Eles permitem, entre outras funções, dar a partida, travar, destravar e localizar o veículo remotamente, junto com o aplicativo FordPass para smartphones.
A lista de equipamentos computadorizados de assistência ao motorista agora inclui sistemas de frenagem de emergência, alerta de distância, manutenção na faixa e alerta de fadiga.
O que não falta ao Mustang são opções de customização. Só de rodas o comprador pode escolher entre 12 modelos diferentes. Um equipamento vendido como acessório permite configurar até o ronco do escapamento. Agora é só esperar até o próximo ano para ver uma dessas máquinas de perto ou, quem sabe, até ter uma na garagem!
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação