Os acessórios para transporte de animais de estimação podem ser um complemento interessante para a linha de produtos comercializada pelas lojas especializadas em som e acessórios automotivos.
Num mercado concorrido, muito provavelmente o mais difícil é atrair o consumidor e conseguir que ele entre na sua loja de acessórios e não em uma outra. O passo seguinte é conseguir vender o que ele procura.
No entanto, é importante tirar vantagem do momento e não deixar de aproveitar a oportunidade de vender mais acessórios. Quem sabe quando aquele cliente vai voltar a entrar na sua loja ou quanto de tempo, dinheiro ou esforço isso iria custar para você?
Portanto, é a hora de examinar o veículo do cliente e ver quais acessórios podem ser oferecidos para complementá-lo e para atender às necessidades dos usuários.
Usuários? É! Normalmente pensamos só no motorista, mas há muitas oportunidades para vender acessórios que serão usados pelo passageiro do banco da frente (que tal um quebra-sol com espelho?) ou do banco traseiro (caso das entradas USB ou monitores instalados nos apoios de cabeça dos bancos dianteiros).
Além desses e outros produtos normalmente oferecidos nesses casos, se esse cliente precisar de um acessório para transportar o seu animal de estimação – um hábito cada vez mais comum – por que deixar que ele vá até um pet shop em vez de comprar na sua loja?
E como é que você sabe se ele tem um “pet”? Além de simplesmente perguntar, você pode colocar bem à vista uma foto sua com um. Com certeza isso vai gerar comentários. Ou então, sendo mais direto, vá direto na jugular e faça um banner anunciando: “Pense na segurança do seu amigo! Temos acessórios para transporte de pets.”
Nesse caso, a coisa pode se inverter e logo você pode estar perguntando para os clientes se, além da coleira peitoral para ser conectada ao cinto de segurança e do protetor de banco traseiro, se eles não querem dar uma incrementada no som, colocar acionamento elétrico nos vidros ou instalar protetores de batente ou um engate.
Grande potencial
Potencial para vender é o que não falta: com mais de 132,4 milhões de animais de estimação, o Brasil tem uma das maiores populações de pets do mundo e é o quarto colocado no ranking mundial. Embora não estejamos na liderança, somos os segundos no que diz respeito à população de cães e gatos, atrás apenas dos Estados Unidos.
Segundo dados do IBGE, em 2013 essa população era 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos, além de outros milhões de aves, peixes, pequenos mamíferos e répteis. Como gatos não gostam de ser levados para passear, vamos olhar mais de perto só os cães, que representam uma média de 1,8 cão por domicílio no país.
Isso mesmo, quase dois cães por casa ou apartamento! Dos domicílios brasileiros localizados na área rural, 65% têm pelo menos um cachorro, enquanto que nas zonas urbanas 41% dos domicílios têm ao menos um cão. Na região Sul, esse percentual chega a 58,6%, num total de 28,9 milhões domicílios, e no Nordeste ele cai para 36,4%.
A população canina varia conforme a região do País. Ela está mais concentrada na Sudeste, que fica com 40%, seguida pela Sul, com 23%; Nordeste, com 20%, Centro-Oeste, com 9% e Norte, com 8%.
O estado de São Paulo é o que tem a maior população canina no País, com mais de 10,55 milhões de animais, com Minas Gerais ficando em segundo lugar, com quase 6 milhões, e o Rio Grande do Sul em terceiro, com cerca de 5,2 milhões.
Faturando alto
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), a indústria de produtos e serviços para “pets” faturou incríveis R$18 bilhões no ano passado, o que representou um crescimento de 7,6% em relação a 2014, mesmo apesar de o ano passado ter sido período no qual os consumidores tomaram mais cuidado na hora de gastar.
E a expectativa é de que esse mercado continue crescendo em 2016. Desse total, 8% correspondem ao setor de Pet Care, que inclui os diversos tipos de acessórios para o transporte de animais.
Pode parecer pouco, mas isso representa nada menos que R$ 1,44 bilhões! É interessante notar que, de acordo com a ABINPET, aproximadamente 60% do faturamento do mercado de pets é gerado por consumidores das classes C, D e E.
Segundo a entidade, esses consumidores consideram seus animais de estimação como membros da família, o que explica um gasto tão alto. Se você tem um animal de estimação, provavelmente já sabe disso.
Será que vale a pena?
Se não tem, muito provavelmente tem um parente, amigo ou conhecido para perguntar qual é o seu gasto anual ou mensal com o seu animal de estimação. Provavelmente, você vai ficar assustado com o resultado da sua pesquisa.
Para entender melhor todo o potencial de produtos para animais de estimação, aproveite e visite um pet shop e confira os produtos oferecidos e respectivos preços. Muito provavelmente você vai perceber que a maioria deles é de utilidade duvidosa e tem preços bastante salgados.
Ao final dessa sua pesquisa informal, provavelmente você vai chegar à conclusão de que quem gasta tanto dinheiro com acessórios para o seu animal tem grande probabilidade de investir na segurança dele.
Além disso, nós sabemos que os brasileiros são apaixonados por carros. Se juntarmos isso ao enorme interesse que eles têm demonstrado pelos seus animais de estimação, acessórios que ajudem a manter limpo e sem odores o veículo no qual se transporta animais têm grande probabilidade de serem bem aceitos. Portanto, por que não tentar?
A lei e argumentos de venda
- O uso de acessórios como cintos de segurança, caixas ou cadeiras não é obrigatório por lei, que só proíbe que o motorista dirija com animais à sua esquerda, entre os braços ou pernas. Quem for flagrado nessa situação perde quatro pontos e é multado.
- No entanto, é muito importante que o animal seja transportado no banco traseiro ou no compartimento de cargas (no caso de peruas e vans), onde estará mais afastado do motorista, evitando situações que possam comprometer a segurança dos ocupantes ou causar acidentes.
- Portanto, a venda de acessórios para transporte de animais está relacionada ao interesse pela segurança do animal e dos ocupantes do veículo, além do que diz respeito à limpeza e combate a odores.
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação