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Pesquisa do IEEE aponta objeções para carros autônomos

Carro autônomo Mercedes-Benz F-015

Carro autônomo Mercedes-Benz F-015

Uma pesquisa feita pelo IEEE – Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos, maior organização profissional do mundo dedicada ao avanço da tecnologia para benefício da humanidade, mostrou que muitos usuários ainda não se sentem suficientemente seguros para usar carros autônomos.

Os entrevistados disseram que não se sentiriam confortáveis com seus filhos sendo transportados em veículos sem motorista e que a segurança e confiança nesta tecnologia seriam as principais barreiras para a sua adoção.

A enquete foi realizada com membros da sociedade de Transportes Inteligentes do IEEE e de comunidades das mídias sociais do Instituto. Confira os principais achados da pesquisa:

· Quando questionados, em uma escala de 1 a 5, sobre o seu nível de conforto em ter transportes autônomos buscando ou deixando seus filhos (sendo 1 equivalente a “nada confortável” e 5 equivalente a “muito confortável”), 70,8% dos especialistas (e) e 59,7% dos seguidores de mídias sociais do IEEE (f) responderam com nota 3 ou menor.

· Quando perguntados sobre a principal preocupação sobre veículos autônomos nas ruas, a segurança aparece em primeiro (54,3% dos seguidores das redes sociais e 62,6% dos especialistas), seguido por confiança na tecnologia (20,7% dos pesquisados pelas redes sociais e 15,9% dos especialistas).

· Sobre qual deveria ser o processo padrão para os veículos autônomos passarem para o controle humano, a confirmação visual foi o método preferido tanto pelos seguidores de mídias sociais quanto pelos especialistas do IEEE (25,9% e 64,7%, respectivamente). Um sinal de áudio também foi uma opção bastante citada pelos especialistas (58,8%), seguido de comando verbal (49,6%) e simulação por toque (a mesma tecnologia das telas touchscreen), com 47,9%.

· Quando solicitados a classificarem diversos problemas em uma escala de 1 a 5 (sendo 1 equivalente a “o mais importante” e 5 equivalente a “o menos importante”) para que veículos autônomos fossem considerados seguros, os seguidores de mídias sociais e especialistas em transportes do IEEE disseram que a área de tecnologia de veículos sem motorista precisa ter um maior crescimento (2,4 e 2,3, respectivamente). Segurança cibernética (2,4) e privacidade (3,2) também constaram como importantes preocupações dos seguidores de canais de mídias sociais. Já os especialistas citaram segurança / responsabilidade (2,6) e privacidade (3,8) como preocupações.

“Nós queremos as tecnologias que estão por vir, mas a prioridade é ter certeza de que as pessoas estão seguras nas ruas”, afirma Bernard Soriano, vice-diretor do Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia. “Veículos autônomos apresentam diversas questões tecnológicas e práticas que precisam ser consideradas e resolvidas. Todos estes assuntos estão sendo discutidos com o intuito de se estabelecer regulamentações no futuro próximo para incentivar o desenvolvimento contínuo da indústria de veículos autônomos e, ao mesmo tempo, mantendo o transporte público seguro.”

Normas/Regras

Carro autônomo da Google

Os entrevistados acreditam que há outros aspectos além da tecnologia que precisam ser resolvidos, principalmente os relacionados às normas, regulamentação e responsabilidade. Os resultados da enquete indicam que:

· Ao apontar quem ou o quê seria responsável em caso de um acidente com um veículo autônomo, a maioria dos entrevistados escolheu duas categorias: o fabricante ou projetista do carro do software instalado no transporte (54,6% )

· Da mesma forma, mais de um quarto (26%) dos especialistas do IEEE acreditam que a regulamentação é a principal barreira para a adoção em massa de veículos autônomos. Em seguida, foram citados o nível de conforto (25%), tecnologia (17,3%) e confiabilidade (13,5%). Os seguidores de canais de mídias sociais do IEEE indicaram nível de conforto / confiança em veículos autônomos como a principal barreira, com 30,8%. A regulamentação representa 18,8%, seguida pela tecnologia (15,4%) e custo (11,1%).

“A questão-chave aqui é se as tecnologias atingiram um nível de risco que seja socialmente aceitável”, explicou Bryant Walker Smith, professor assistente de Direito na Universidade da Carolina do Sul e um dos maiores especialistas sobre os aspectos legais da crescente automação. “Os projetistas e legisladores irão considerar o quão seguro é este tipo de veículo e como seu desempenho pode ser determinado, demonstrado e documentado. Estas são questões fundamentais de projeto, legislação e políticas públicas, que obrigatoriamente envolvem não somente engenheiros e especialistas em leis, mas também o público em geral”.

Tecnologia

Embora existam preocupações com segurança, os seguidores dos canais de mídias sociais e especialistas do IEEE vislumbram a utilização futura de veículos autônomos no seu dia a dia. Os seguidores de mídias sociais também estão se tornando bem informados sobre as diferentes tecnologias autônomas disponíveis.

· De acordo com os resultados, 63,1% dos seguidores de mídias sociais do IEEE usariam carros sem motorista para ir ao trabalho, seguido por viagens em rodovias (61,2%) e atividades rotineiras (60,0%). 75,5% dos especialistas usariam veículos autônomos para atividades rotineiras,em seguida para deslocamentos diários para o trabalho (74,1%) e viagens rodoviárias (60,7%).

Como as tecnologias autônomas estão cada vez mais sendo implementadas nos carros modernos, os participantes da pesquisa foram solicitados a classificar vários problemas de 1 a 5 (sendo 1 equivalente a “o mais importante” e 5 equivalente a “não muito importante”) que tecnologias que acreditavam ser as mais importantes. Os seguidores de mídias sociais e especialistas do IEE indicaram que eram tecnologia de sensor, atribuindo, respectivamente, notas 2.3 e 2,2; e visão por computador (notas 2,8 e 2,4, respectivamente), o que indica uma forte dependência dos veículos autônomos em relação ao sensoriamento espacial. Frenagem automática (notas 2,8 e 3,0), tecnologia, centralização na faixa correta(3.4 e 3.8) e GPS (3.5 e 3,8) foram as outras opções citadas.

“Nos últimos 15 anos, temos visto um enorme crescimento da tecnologia, bem como da aceitação do consumidor de automação dos carros”, afirma Wei Zhang-Bin, membro do IEEE e gerente do programa PATH Califórnia, do Instituto de Estudos do Transporte da Universidade da Califórnia, em Berkeley. “A indústria vai continuar avançando à medida em que os consumidores sejam mais receptivos à automação dos veículos. Há apenas alguns anos, o sensor de estacionamento era uma nova tecnologia revolucionária. Agora, vem como como uma recurso padrão em alguns modelos. É assim que acredito que os veículos sem condutor serão aceitos no futuro”.

O futuro dos carros sem motorista
Os seguidores dos canais de mídias sociais e os especialistas do IEEE indicaram que os veículos autônomos estão a apenas alguns anos em um futuro próximo. A pesquisa aponta que:

· Mais da metade dos seguidores de mídias sociais do IEEE (61,6%) acredita que tais veículos estarão disponíveis até 2025. 83,7% dos especialistas indicam que os veículos sem condutor estarão disponíveis até 2030.

· Em relação a como veículos autônomos chegarão ao mercado, 86,7% dos seguidores de mídias sociais do IEEE e 92,2% dos especialistas acreditam que acontecerá uma inclusão gradual e contínua de tecnologias em vez dos fabricantes de automóveis imediatamente adotarem essas tecnologias para implementação e venda.

Os participantes da pesquisa pelas redes sociais acreditam os Estados Unidos sejam o primeiro país a ter uma frota majoritariamente com carros sem motoristas nas estradas, (32,2%), seguido pela Alemanha (22,6%) e Japão (9,6%). Os especialistas também indicaram que os EUA seria o primeiro país a adotar em massa os veículos autônomos, com 27,3% dos votos, seguido pelo Japão (18,2%) e Alemanha (15,2%).

“Eu acredito que nós definitivamente veremos veículos sem condutores nas estradas em um futuro próximo, possivelmente em menos de cinco anos. Estes veículos podem não ser completamente autônomos, ou seja, o motorista seria responsável por assumir o controle do veículo em algum momento durante o trajeto, mas podem ter autonomia total dentro de uma década “, observa Jeffrey Miller, membro do IEEE e professor associado de prática de engenharia na Universidade do Sul da Califórnia.

“Especialistas de todo o mundo estão contribuindo para essa indústria e será interessante ver qual país será capaz de oferecer veículos sem condutor em primeiro lugar. Meio Ambiente, regulamentações e aceitação do consumidor serão fatores-chave para o seu sucesso.”

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