Versão mais equipada muda visual e mantém motor 1.6 MSI com câmbio manual
A atual geração da Volkswagen Saveiro estreou em 2009. Trata-se do produto da marca mais antigo no Brasil. E para seguir com a mesma plataforma, a marca fez mudanças profundas nas versões da linha 2024. Agora vamos testar a versão mais completa e equipada da Saveiro, denominada Extreme que aposenta a conhecida “Saveiro Cross”
Apesar das novas cores, novos acessórios originais como apliques, adesivos, uma nova dianteira mais “bicuda” com nova grade, é a mesma boa e velha Saveiro. Literalmente.
Pode parecer estranho mas mudar apenas o para-choque, o capô e dar à Saveiro alguns adereços estéticos melhoraram o visual da pickup. Na versão Extreme, a cor verde também é exclusiva bem como os adereços visuais como o rack de teto integrado ao santantônio, capota marítima e as rodas com acabamento diamantado de 15 polegadas.
Interior com mudanças mais discretas
Por dentro a mudança cosmética segue com novos bancos em couro, acabamento lateral nas forrações de porta, volante com revestimento em couro, pedais com capa metálica e multimídia Composition Touch de 6,5´ com conexão Apple CarPlay e Android Auto por cabo. Ela não tem Volksplay pois a arquitetura antiga não permite o uso da Volksplay.
A versão traz boa ergonomia com regulagem de altura e profundidade da coluna de direção, monitoramento de pressão dos pneus, som com 4 alto-falantes e 2 tweeters e bloqueio eletrônico de diferencial. Itens como acendimento de farol automático, sensor de chuva, retrovisor fotocrômico e controle de descida com função off road são cobrados à parte no Pacote tech (R$ 2.160).
Saveiro Extreme 2024: medidas
Sem mudar o projeto, a Saveiro Extreme segue com os mesmos 2,75, de entre-eixos mas agora são 4,49m de comprimento, 1,72m de largura e 1,56m de altura. A pickup leva 638kg de carga ou 580 litros de volume.
Motor MSI: nada de turbina
O motor na Saveiro 2024 é o mesmo 1.6MSi quatro cilindros aspirado e flex que rende 110/116cv e 16,1kgfm de torque combinado com transmissão manual de cinco marchas. Sem opção de câmbio automático (que já esteve conectado a esse mesmíssimo motor no Gol e Voyage), fica a pergunta do porque a VW teria optado por deixar a Saveiro só com transmissão manual.
Apesar do conjunto mecânico conhecido não se pode negar que há equilíbrio. O câmbio dócil, típico de Volkswagen, tem engates suaves e convidam o motorista a encontrar a marcha ideal com prazer. A suspensão e a direção são bem precisas, o uso de molas helicoidais confirmam uma condução agradável. O motor pode ser antigo mas tem entrega de potência na medida para a Saveiro Extreme. Mas sim, poderia ter câmbio automático como os clientes apreciam.
Antiguidades
A Saveiro Extreme 2024 mantém algumas antiguidades como as duas portas (e não quatro na rival Fiat Strada), o nicho de manivela nas portas e a capa do pino de porta, o vidro traseiro basculante e o pequeno banco traseiro em ângulo reto, apertado para os passageiros.
Até mesmo os farois halógenos, amarelados, denunciam a idade da Saveiro Extreme. Há farois de neblina para equilibrar.
Conclusão: vale a pena?
No fim das contas a Saveiro continua em linha para atender mesmo quem precisa trabalhar com a pickup. As escolhas conservadoras, o motor aspirado, a ausência de câmbio automático também são virtudes sob essa ótica. Ela terá baixa manutenção além da renomada virtude da robustez. Custa R$ 116 mil no modelo avaliado com o Pacote Tech. Fica honesto diante dos R$ 132,9 mil cobrados pela rival Fiat Strada Ranch ou Ultra e ainda mais em conta se comparado com a Chevrolet Montana 1.2 turbo e câmbio automático ou Renault Oroch, ambas a um custo superior aos R$ 140 mil.
Para concluir fica mais evidente que a VW só mudou a Saveiro para lhe dar novos ares, sem a pretensão de atingir um novo tipo de consumidor. Os mais conectados não não se encontrar na Saveiro mas o consumidor tradicional continuará se sentindo em casa a bordo da renovada pickup.