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Longe de recuperar os números pré-pandemia, mercado vai crescer de forma limitada e com foco em carros mais caros
A falta de peças causada agora pela crise na Rússia e na Ucrânia prejudicam muito o segmento automotivo, assim como a baixa disponibilidade de matéria e preços altos. A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos) divulgou uma projeção recente onde mostra que as vendas de carros novos este ano deverá crescer apenas 4%, ainda longe de recuperar os números pré-pandemia.
Os licenciamentos mensais ficam sempre entre 180 e 200 mil unidades. No início do ano a projeção era que esses números chegassem a pelo menos 230 mil novas unidades por mês. Se por um lado o preço do carro zero não subiu mais, os valores não cederam e o mercado sofre com falta de peças e foca em modelos mais caros para compensar a ausência desses componentes.
Em novembro, a produção chegou a superar as 205 mil unidades, superando a marca de 200 mil apenas pela segunda vez no ano. No segundo trimestre, houve crescimento de 20% em relação ao primeiro mas o primeiro trimestre sofria com a economia mais fraca enquanto agora o problema está com a falta de peças. “A crise global dos semicondutores vem se prolongando mais do que esperávamos em janeiro, em função de novos fatores como a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China causados pela nova onda de covid, que afetam o fornecimento de insumos e a logística global”, explicou o Presidente da ANFAVEA, Márcio de Lima Leite.
Apesar da melhora discreta há dois indicadores bem positivos. O primeiro é o crescimento das exportações de carros feitos no Brasil em países da América Latina. Graças ao aumento dos envios a países como Colômbia, Chile, Peru, México e Uruguai, as associadas da ANFAVEA tiveram vendas melhores nos últimos meses. Isso se reflete na boa empregabilidade que vem crescendo devagar mas não interrompeu nenhum ciclo de alta este ano. Em geral são criadas cerca de 700 novas vagas por mês.
Para a produção, a nova expectativa da Anfavea é de fechar o ano com 2.340.000 unidades, alta de 4,1% sobre o mês passado. Para vendas internas, espera-se chegar a 2.140 mil autoveículos licenciados, crescimento de 1%. Já a expectativa para exportação é de 460 mil unidades embarcadas até o fim do ano, alta de 22,2% na comparação com 2021.
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