A maioria de nós já sabe que o modelo mais vendido no Brasil é o Chevrolet Ônix e que o Ford Ka e o Hyundai HB 20 são os dois modelos que disputam a segunda e terceira posições do ranking de emplacamentos.
E quanto às marcas? Quais são as montadoras que dominam o mercado automotivo brasileiro? A julgar pelo ranking de emplacamentos, deveriam ser General Motors, Ford e Hyundai, correto? Não! No ranking de marcas não adianta ter apenas um modelo bom de vendas, é preciso ter vários. Do mesmo modo, não adianta ter nas concessionárias uma grande lista de modelos, mas sem nenhum que seja bom de venda.
Em vez de General Motors, Ford e Hyundai, no ranking de marcas de automóveis são a General Motors, a Volkswagem e a Ford que ficam com os três primeiros lugares. No ranking de marcas de veículos comerciais leves, muda uma empresa e a ordem: a Ford, a Volkswagen e a General Motors fazem o trio de líderes. Já quando se considera automóveis e veículos comerciais leves, a Fiat nas três primeiras posições.
A briga das marcas
A briga das marcas pelo domínio do mercado e pela conquista dos consumidores pode ser melhor percebida quando se observa a variação no ranking de marcas no segmento de automóveis nos últimos seis anos. De 2012 a 2014, a líder do ranking foi a Fiat, com a Volkswagen como segunda colocada em 2012, sendo substituída pela General Motors em 2013 e 2014. De 2015 a 2018, a liderança do ranking tem uma nova dona, a General Motors, que deixa a segunda posição primeiro para a Fiat em 2015 e depois para a Hyundai e a Volkswagen, em 2016 e 2017, respectivamente.
A Fiat mostra o reflexo do envelhecimento da sua linha de produtos, caindo do segundo lugar no ranking em 2015 para o terceiro em 2016 e o quinto em 2017. Atualmente, a marca amarga só a sexta posição. Vale ressalvar, porém, que quando são considerados os veículos comerciais leves, a Fiat fica com a liderança, graças ao bom desempenho das pick-ups Strada e Toro nos emplacamentos.
As tabelas também mostram o bom desempenho de marcas como a Hyundai e a Toyota, que saem de posições intermediárias para, em progressão constante, começarem a disputar as posições mais altas do ranking. A Hyundai começa o período analisado em sétimo lugar, subindo para o sexto lugar em 2013 e terminando 2014 já na quinta posição. Depois de manter a posição em 2015, a marca deu um salto para a segunda posição em 2016 e depois caiu para a terceira em 2017. Este ano, a Hyundai até agora é a quarta colocada.
A Toyota mostra uma progressão semelhante no mesmo período. É a nona colocada em 2012, a oitava em 2013, a sétima em 2014, depois volta a ser a oitava em 2015, saltando duas posições para ser a sexta colocada no ranking de 2016, posição que manteve em 2017. No ranking de marcas de 2018, a Toyota fechou abril na sétima posição.
Vale a pena ressaltar o desempenho da Volkswagen no período analisado: com uma linha com muitos modelos, mas sem nenhum que fosse realmente bom de vendas, a marca passou de segunda colocada no ranking de automóveis em 2012 para terceira em 2013, 2014 e 2015. Em 2016, caiu para a quarta posição e em 2017 começou a sua recuperação, voltando ao segundo lugar.
Agora, com o bom desempenho de vendas do novo Polo, a Volkswagen vai dar trabalho para os competidores que queiram conquistar a posição, principalmente quando se considera que a marca vem investindo pesado no lançamento de novos modelos até 2020. Do mesmo modo, os novos modelos lançados este ano, bem como os que ainda devem ser lançados, devem ajudar a acirrar a guerra das marcas.
E qual o reflexo disso tudo no mercado brasileiro de equipamentos de som e acessórios automotivos?
Para começo de conversa, tudo o que o nosso mercado não precisa é de acomodação. Quanto mais disputa houver entre as marcas, mais publicidade será feita, mais promoções serão lançadas, mais os consumidores serão estimulados a botar a mão no bolso, seja para comprar um carro novo ou para equipar o seu seminovo ou usado, para compensar a “distância” psicológica com um zero quilômetro. Portanto, viva a briga de marcas!
As 20 marcas mais vendidas até Abril de 2018
Variação no ranking nos últimos seis anos
Texto: Amadeu Castanho Neto
Imagens: Divulgação