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A volta aos grandes volumes de produção

Após mais de dois anos com produção restrita, setor automotivo consegue ampliar volumes de produção e investe em carros que estavam distantes do consumidor: os modelos de entrada

Indústria já dá sinais de recuperação com aumento de produção

A indústria automotiva vem dando sinais de recuperação tal qual a economia como um todo. Ainda com algumas restrições pontuais por falta ou atraso na logística de entrega de peças as mais de 40 montadoras instaladas no pais dão os primeiros sinais de que o pior ficou para trás. Dados da Anfavea e Fenabrave, termômetro do mercado, indicam que o volume de produção vem sendo retomado aos poucos. Ao mesmo tempo, o mercado de usados indica que a FIPE deve continuar caindo após dois anos de alta que chegou a 28% mas que já foi derrubado em 10% nos últimos quatro meses. Como fruto desse termômetro temos visto novos produtos no segmento de modelos de entrada, ainda que bem caros, mas que mostram uma retomada ao volume de produção.

Segundo Anfavea, termômetro do mercado, indicam que o volume de produção vem sendo retomado aos poucos

Dados divulgados pela Fenabrave mostram que pela primeira vez no ano, o carro mais vendido do mercado emplacou mais de 13.000 unidades no mês, a Fiat Strada. Os outros três primeiros que são VW Gol e Chevrolet Onix ficaram perto das 9.000 unidades. Para se ter uma ideia dessa realidade, há um ano atrás a produção destes veículos ficava em no máximo 5.000 unidades por mês. O próprio Onix que foi o carro mais vendido do país por 4,5 anos, teve a produção interrompida por quase seis meses por falta de componentes elétricos como chicote, lâmpadas e componentes de iluminação bem como da multimídia, importados da Ásia.

Linhas de montagens tiveram produção interrompida por quase seis meses por falta de componentes elétricos

Mas o que mudou?
Com a maior disponibilidade de peças os volumes estão voltando aos patamares pré-pandemia e as montadoras já iniciaram a temporada de lançamento de modelos de entrada, algo que não acontecia desde o lançamento do próprio Chevrolet Onix, em novembro de 2019. Neste intervalo o segmento de carros de volume viu o “abandono” da Renault do segmento de carros de frota e Sandero e Logan perderam mercado enquanto a marca focou em carros mais equipados (e mais caros). A GM vem retomando os patamares anteriores de produção e teve pela segunda vez no ano seu Onix entre os modelos mais vendidos enquanto o Onix Plus (sedã) liderou as vendas à frente do Volkswagen Virtus e Fiat Cronos. Neste intervalo de tempo a Fiat só mudou emblemas do Argo e Cronos e demorou mais que o previsto para oferecer os modelos com câmbio CVT (hoje só disponível no sedã).

Taxa de emprego de 11% caiu para 9%

O jogo começou a mudar a partir de abril com a retomada mais assertiva da economia e dados de mercado mais consistentes de recuperação. A taxa de emprego de 11% caiu para 9%, os juros interromperam o ciclo de alta e a confiança do consumidor subiu 10 pontos enquanto a previsão de inflação que estava em 12% agora está em 7,5%. Antes dessa mudança só a Renault promoveu mudanças no Kwid com preços hoje a partir de R$ 64 mil. A Hyundai relançou o HB20 com novo estilo, maior lista de equipamentos que incluem até controle de cruzeiro adaptativo e já ofereceu seu compacto desde as versões de entrada (preços na faixa de R$ 76,6 mil) e manteve seu patamar de vendas.

Mercado de usados indica que a FIPE deve continuar caindo após dois anos de alta que chegou a 28%

Nova ofensiva foi tomada pelo lançamento do Citroën C3 de nova geração por preços competitivos a partir de R$68,9 mil. O carro que deveria ser lançado em março sofreu atrasos pois alguns componentes seriam importados da China e Índia.

C3 é produzido no Rio de Janeiro

A Stellantis então promoveu uma nacionalização de alguns itens permitindo que a montagem fosse acelerada por aqui e ainda anunciou durante o lançamento do carro que iria dobrar a capacidade de produção da fábrica de Porto Real de 40 para 80.000 unidades por ano. Ainda assim, a capacidade da produção fluminense será de 150.000 unidades por ano quando produção se normalizar totalmente.

Atrasos também tiveram reflexo na Volkswagen que ano passado deixou de fabricar Gol e Voyage por quatro meses assim como T-Cross e Polo. As mudanças do Polo e Virtus que deveriam chegar em meados de abril foram reprogramadas para outubro e novembro deste ano. O Gol já deve sair de linha e dar origem ao “Polo Track” que será o modelo da geração antiga por um preço mais acessível em torno de R$ 75 mil para se manter competitivo entre os modelos de entrada.

Agora os indicadores mostram que o segmento de modelos de entrada receberá novos entrantes em outros segmentos. Mas a boa notícia é a movimentação acelerada das marcas em carros de maior volume de vendas e menor lucratividade, algo que não víamos nos últimos 2 anos e meio desde a chegada da pandemia.

Acompanhe as últimas notícias do mercado automotivo no site da revista AutoMOTIVO, na nova edição de setembro, nas redes sociaise também no canal do Youtube da TV AutoMOTIVO.

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