Que os amplificadores são uma parte importante do setor de acessórios automotivos, todos sabem. Suas funções e quais modelos são indicados para cada tipo de amplificação também é sabido pelos instaladores e empresários do setor. O que essa matéria pretende trazer aos leitores do setor automotivo é qual o cenário atual deste mercado, quais tecnologias e investimentos têm sido feitos e ainda, qual a tendência mundial para o setor de amplificadores automotivos.
Quem conta os detalhes deste mercado em entrevista à AutoMOTIVO são três importantes empresários fornecedores de amplificadores: Reinaldo Miyazaki, sócio-diretor da Audiophonic, Thiago Calza, assistente de marketing da Stetsom e Carlos Alberto Silva, gerente comercial da Taramp’s.
Ao longo dos anos e com o avanço das tecnologias, todos os setores de negócios tiveram que se adaptar às mudanças dos novos tempos, tanto na forma de se comunicar, como com a constante transformação que estes avanços tecnológicos proporcionam. Todo o mercado automotivo sofreu mudanças, o que não foi diferente com o setor de amplificadores. Segundo Carlos Alberto, da Taramp’s, o segmento de amplificadores seguiu a tendência natural da evolução do mercado de áudio. “O mercado passou a exigir novos amplificadores, com potências mais elevadas e que ao mesmo tempo tivessem recursos e tamanhos compactos. Alta eficiência com baixo consumo de energia foi fator preponderante para contribuir com novos recursos implantados, tudo isso a um preço atraente e competitivo”, explica.
Devido a essas mudanças, amplificadores que antes eram considerados TOP de mercado, se tornaram obsoletos ou precisaram se readequar a nova necessidade do consumidor. Na Audiophonic os produtos ganharam atualizações tecnológicas e não precisaram sair de circulação, “como o VW Gol, que evoluiu de 1980 para cá e continua em linha”, afirma Reinaldo Miyazaki. Já para a Stetsom investir em amplificadores digitais foi um ótimo negócio, já que desde 2008, quando passaram a fabricar estes modelos, tiveram crescimento de 400% na fabricação: “Os amplificadores classificados como Boosters já foram de grande sucesso para a empresa. Hoje com a crescente investida em amplificadores Digitais, a venda de produtos com tecnologia Booster entrou em declínio” conta Thiago Calza. Na Taramp’s não foi muito diferente, Carlos Alberto conta o caminho que fizeram os amplificadores da marca: “A nossa linha de amplificadores de classe AB que foi um grande sucesso foi ‘aposentada’ após a introdução dos novos amplificadores em classe D. Iniciamos com a linha T depois passamos para linha TA e hoje estamos com a linha HD”.
Como é possível perceber, há um consenso entre os fornecedores de amplificadores quando se trata de ‘Amplificadores Digitais’. Todos acreditam que essa é uma tecnologia que chegou para ficar e que tem trazido excelentes resultados para o setor. Segundo Carlos, da Taramp’s, com a tecnologia digital, surgiram amplificadores com potências inimagináveis nos últimos anos. “Há 10 anos o mercado era dominado pelos amplificadores classe AB, tinham superaquecimento e sua área de alumínio era grande para dissipar o calor. Na evolução ocorreu a consolidação dos amplificadores classe D, menores, com uma área menor para dissipação de calor, melhor aproveitamento de potência e, sobre tudo, melhor custo benefício”. A única ressalva feita por Reinaldo, da Audiophonic, é que no Brasil o consumidor ainda busca potência no amplificador e não qualidade sonora. “Se houvessem mais pessoas buscando qualidade, o giro seria maior e consequentemente o custo menor”.
E esta é uma tendência observada pelo diretor da Audiophonic: os amplificadores dedicados à qualidade. Mas segundo ele mesmo afirma, “ainda temos uma demanda muito grande com foco em potência, a oferta de amplificadores com foco em qualidade e audiofilia ainda tem um mercado muito restrito. Isso mudará com o amadurecimento do mercado. Mas no Brasil leva-se um pouco mais de tempo”.
Thiago Calza cita como substancial para a Stetsom a implantação da tecnologia EQ na linha de produtos denominada Vulcan. “Ela proporciona a equalização em três bandas através do próprio amplificador. Essa tecnologia agitou o mercado nacional de amplificadores, pois originou uma inovação para o consumidor: ter maior interação e controle do amplificador”. Mas completa que estão de olho na tecnologia de transmissão de áudio por meio de fibra ótica, pois “as vantagens são grandes, como a maior supressão de ruídos e velocidade da transmissão de áudio. Amplificadores mais sofisticados em mercados internacionais já a utilizam, mas ainda é difícil saber se isso se tornará tendência no âmbito nacional”, finaliza.
Para Carlos Alberto, a tendência está mais perto da realidade, já que as mudanças ocorrem num tempo muito rápido. “Surgirão amplificadores cada vez menores e mais eficientes e isso mostra que a otimização de espaço dentro do veículo vai ser cada vez mais valorizada”. Por tudo isso, a Taramp’s faz constantes investimentos no setor. “Investimos em pátio fabril, mão de obra especializada, tecnologia, engenharia. Isso tudo não pode parar, pois temos cada vez mais consumidores e exigentes conhecedores sobre áudio. O mercado tem nos passado um padrão de consumidor que procura cada vez mais informação sobre o que procura e compra, esse retorno é muito importante para nós, pois nos direciona para onde devemos seguir nos dando resultados”, completa.
Como o foco da Audiophonic é a qualidade de áudio, o investimento realizado ainda não tem o resultado esperado, como afirma Reinaldo. “A qualidade de áudio resulta em qualidade de vida. Como o trio elétrico e SPL ainda predominam, semileigos ou leigos em som automotivo veem som automotivo ainda torcendo o nariz e não trazem o retorno desejado”.
Já para a Stetsom buscar novas tecnologias e inovações está ligado a atender uma demanda do consumidor e por isso sempre tem um ótimo retorno. “A Stetsom vem crescendo mais de dois dígitos ao ano, desde os últimos três anos e grande parte disto é fruto do desenvolvimento de produtos de valor para nosso consumidor” finaliza Thiago.
Por Denise Andrade
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