Conheça melhor os objetivos da Technoise e da Fiamon, que são administradas pelos irmãos Parley e Leonardo, estimulados pelo pai, o Sr. Arno Fiamoncini
Um mercado amplo e com muito a se trabalhar. Esta é a conclusão otimista que se tem ao conhecer pessoalmente a família Fiamoncini e seu DNA empreendedor, colaborando com o crescimento de sua região. muito a se trabalhar. Esta é a conclusão otimista que se tem ao conhecer pessoalmente a família Fiamoncini e seu DNA empreendedor, colaborando com o crescimento de sua região.
Raízes da Technoise
O grupo FPL, que já atua há 10 anos no mercado, teve seus pilares construídos no comércio exterior, oferecendo vários serviços de importação e exportação que permitiram, adquirir muito know- how e uma equipe muito bem treinada. Quem nos conta melhor nesta entrevista exclusiva é o proprietário e diretor da empresa Parley Fiamoncini. Ele nos dá detalhes capitais sobre o mercado passando pelo marketing até a venda, chegando na maior novidade: a fabricação no Brasil.
“Nosso grupo atua forte com consultoria mas eu vi a grande necessidade de produtos específicos para o mercado automotivo, já que conheço bem este mercado. Muitos não sabem, mas já fui instalador. A idéia foi dar valor à conectividade, o que não era tão valorizado no nosso ramo a começar pelo trabalho de marca,” conta Parley.
“A conectividade tem muita importância na qualidade do som automotivo, todos sabem, mas às vezes não recebe o devido valor. E com investimento na marca, quem ganha é o consumidor, pois existe uma empresa responsável ali, um nome a zelar.”
Cabeamento é o DNA da Technoise, que está situada em Rodeio, em Santa Catarina, cidade vizinha de Timbó e a 60km de distância do aeroporto de Navegantes. Apesar desse DNA, a empresa possui mais de 300 produtos em seu portfólio, o que inclui porta fusíveis, chicotes e até xenon.
Segredos do sucesso
Durante a conversa, Parley vai revelando aos poucos os fatores que estão por trás do sucesso e do crescimento do grupo. Ele revela que o conhecimento de importação é ainda um dos diferenciais mais competitivos: “O importador precisa ter alto volume para ser competitivo: trouxemos 200containers somente no inicio do ano passado, enquanto outros importadores traziam apenas três ou quatro”.
“Hoje a alta do dólar para mim é vantagem. E assim, conseguimos não reajustar os preços na mesma proporção da alta do dólar. Não somos importadores pontuais que jogam produtos no mercado num momento, como existem muitos. Nossa empresa é estruturada e a gestão controlada,” complementa.
Outro fator é a importância com que o Marketing é tratado na sua empresa: “Vejo empresas grandes que não têm Planejamento de Marketing, que é fundamental hoje em dia. É preciso direcionar a comunicação para haver mais resultado de mídia e se comunicar de forma correta com todos os envolvidos. Este ano a estratégia de publicidade é atingir várias frentes – do consumidor até o B2B . Estamos com uma nova equipe de Marketing atuando com planejamento a longo prazo”.
Tão importante quanto o Marketing é a qualificação da equipe da Technoise: “Nossa equipe, incluindo eu mesmo, é formada por ex-instaladores de som, portanto, conhecemos a fundo as necessidades na ponta,” conta Parley.
Outro fator considerado muito importante é o treinamento. Dois dias antes do início do ENAN 2015, os 17 representantes da empresa estarão em convenção ao longo de 3 dias para treinamento técnico em produto.
Ele justifica a importância dada ao treinamento: “Nossos produtos têm muitas particularidades e foram desenvolvidos especificamente para o mercado brasileiro. Essa é uma preocupação nossa, e por isso a Technoise vem crescendo. Não é só comprar lá fora e trazer para cá. Não queríamos trazer as mesmas coisas.”
Preocupação com o lojista
Outro fator é a preocupação com o lojista que revende os produtos Technoise. “Nossa preocupação é que a loja atinja o maior objetivo: faturamento, claro. Ou seja, a loja tem que fazer o maior número de carros por dia. O som de grande porte é importante mas o volume é que traz maior faturamento,” conta Parley. “Para isso, estamos iniciando este mês um programa de cursos que pretende atingir todo o Brasil. As lojas precisam se especializar e vamos fazer nossa parte como fornecedor. O lojista tem que se especializar em processo, e isto exige conhecimento em administração de empresas. Vamos tentar colaborar neste sentido e auxiliá-lo, levando informação que lhe permita melhorar a qualidade das suas instalações,” revela.
Ele continua: “Vamos iniciar esta série, dando dicas de gestão do negócio. Um exemplo: O lojista poderia ter 3 ou 4 projetos e vender projeto, a receita já pronta. Assim conseguiria mensurar tempo. A grande maioria dos lojistas não faz isso. As oportunidades existem, devem ser melhor exploradas”.
“Outro exemplo: desenvolvemos um conversor de sinal, de 4, 6 e 10 volts para suprir o erro de cálculo feito por instaladores. Em alguns casos, a instalação é tão equivocada que se perde duas ou três horas a mais num determinado trabalho. Calcule isto num mês! Outro fato curioso: Todo instalador perde grande quantidade de fita isolante no carro. Então porque comprar só o rolo grande de 20 metros e perder dinheiro todo dia?”
Parley é incisivo: “O instalador tem que valorizar o seu serviço. Produtos podem seguir os preços praticados na internet, mas a mão de obra deve ser valorizada e as pessoas pagam pelo atendimento presencial. Hoje é até fácil, pois a loja tem referência de tudo, incluindo o preço. A loja tem que entender isso como uma vantagem.”
Distribuição moderna
Discutindo os problemas e oportunidades do mercado brasileiro de som e acessórios automotivos, Parley conta que graças ao ENAN sua empresa está presente em 80% dos distribuidores brasileiros e aponta a necessidade deles passarem a dar mais atenção à qualidade dos produtos e não só o preço. “Não se trata do mercado brasileiro não aceitar o melhor, é preciso educar o mercado. Tivemos que trazer uma ampla linha para o mercado brasileiro para que pudesse haver escolha. Isto inclui produtos Hi-End. Tem produtos que o instalador sonha em ter, mas a distribuição deveria investir mais, haver um movimento pra vender qualidade também. E a loja vai aceitar”, explica.
E complementa: “Lamentavelmente, a distribuição tem vícios, sendo que há outras oportunidades enormes, mas é preciso um trabalho específico. Falo isso com base nos contatos que recebemos diariamente através de nossos canais.” “O mercado está mudando rápido, a nova geração precisa estar atenta a estas mudanças de consumo para repensar o negócio a curto prazo. E assim, a empresa vai se diferenciar, e aumentar a competitividade com o e-commerce, que para muitos distribuidores é o vilão. Todos os fabricantes estão dispostos a fabricarem produtos diferentes e melhores. Olha que vantagem! O distribuidor precisa apoiar e trabalhar como verdadeiro parceiro,” alerta Parley.
Mercado promissor e produtos Hi-End
Ele aponta alguns dos motivos pelos quais continua apostando no mercado: “O consumo não diminuiu. O brasileiro é apaixonado por carro. A economia e o governo não estão ajudando, mas vamos ter trabalhar um pouco mais, investir mais e identificar as necessidades que o mercado está exigindo.” Mostrando de que não “fala da boca para fora”, Parley lembra que está apostando – e investindo – no crescimento no mercado de produtos para som automotivo Hi-End: “Hoje temos a linha de baterias XS Power, americanas, as melhores do mundo. Representamos também a Diamond no Brasil. Quem conhece sabe a força destas marcas.” “Para vender estes produtos Hi-End, que o distribuidor não quer devido ao preço tivemos que criar um e-commerce e estamos vendendo bem. O que estamos fazendo é mostrar ao lojista o porquê este produto é mais caro. Ou seja, estamos fazendo um trabalho em cima,” revela.
Ampliando a aposta no mercado local
Mostrando que para ser empresário também é preciso ter jogo de cintura e ousar quando é necessário, o diretor da Technoise conta duas novidades. A primeira é a produção local de baterias de alta qualidade, reagindo ao que poderia ser considerado um fim de linha por muitos: “Recentemente, o INMETRO mudou as normas de certificação. Para importar bateria, é preciso fazer um investimento alto e hoje as vendas não cobrem o valor investido.
Made in Brazil
”Devido a isso, no segundo semestre, estaremos homologando um fabricante de peso mundial de baterias, para produzir com a marca Technoise, viabilizando o comércio no Brasil e com a mesma qualidade de uma XS.”
A segunda é ainda mais impactante: pudemos presenciar o nascimento de uma nova indústria. A fabricação no Brasil de cabos similares aos importados. Parley resume a idéia, explicando que serão cabos com as mesmas matérias primas e aspecto de importado, mas fabricados aqui.
Ele conta que isso será possível graças ao investimento nos equipamentos mais modernos existentes no mundo e ressalta que a família tem tradição no ramo industrial: “Será um grande desafio mas sabemos como fazer. Há 3 anos atrás já sabíamos que teríamos que partir para fabricação e estamos nos preparando para esta nova fase.”
“Nossos investimentos em equipamentos de ponta vão permitir a fabricação de produtos altamente modernos. E nossa indústria vai ter uma ampla linha de cabos, não só para automotivo. Vamos fornecer para vários mercados, como o de informática, fornecer parte elétrica para linha branca, etc. E poderemos fornecer com a marca do cliente caso opte por ter estes produtos em seu portfólio. E tudo isto será apresentado no ENAN agora em Março”, revela.
Seus planos incluem até exportar para o mercado americano. Ele explica que para competir internacionalmente com China, o grande ponto é a mão de obra e que produtos que não exigem muita mão de obra, como no caso dos cabos, podem ser competitivos.
Ele aponta a necessidade de normas também para esse tipo de produto: “Já existem normas para o mercado europeu, americano, etc. Fabricar dentro da norma gera um custo 5 vezes maior. No Brasil ainda não existe regulamentação. Posso dizer que 99% dos fabricantes nacionais não seguem esta norma. E isto deveria existir! Qual a diferença entre uma casa e um carro no quesito segurança? O carro é até mais perigoso. Existe norma para uma casa de R$50 mil, mas não há uma norma para um carro de R$ 700 mil.”
Para concluir, Parley de forma otimista faz questão de frisar: “É injusto dizer que o mercado não está bom”. O que falta na verdade é os empresários planejarem melhor seu negócio, pararem de brigar pelas mesmas coisas. Este mercado é muito promissor.”
Saímos da entrevista otimistas e com a certeza da colaboração que a empresa tem dado ao mercado brasileiro de som automotivo e a sua região.
Confira na sequência as matérias com a Fiamon e o carro show da Technoise, lançado no final do ano passado.
Texto: Fabio Codellos
Fotos: Equipe AutoMOTIVO