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Crise das multimídias

Montadoras sinalizam problemas na oferta de telas de entretenimento e trocam (às vezes) por modelos mais em conta ou aumentam o preço

Não é segredo para ninguém que a falta de peças ocasionado pela crise mundial dos semicondutores leva a uma demora na entrega de carros novos no mercado. Para o segmento de som e acessórios a boa notícia é que muitos carros vêm perdendo itens eletrônicos para que o modelo seja entregue emmenor tempo na concessionária. O principal deles é a multimídia, item importado e que depende destes itens para ser oferecido no veículo.

É o caso da linha Volkswagen Polo que perde a multimídia de série nos modelos de entrada e também da Toyota que substituiu a tela do Corolla Cross por um modelo mais barato e menos conectado. Outras marcas optaram por subir o preço como foi o caso recente da Hyundai com o HB20 e Creta, Chevrolet com Tracker e HB20 e também a Fiat com o Argo e com a troca da multimídia do Mobi também por um modelo mais simples.

Linha Polo sem multimídia de série

Mesmo com aumento de preços de até R$ 3.200 a linha Volkswagen Polo 2022 perdeu a multimídia, item que era oferecido de série no modelo desde a versão 1.0 MPI. Antes, o Polo vinha com o sistema Composition touch, multimídia mais simples, e que agora sai de cena nos modelos de entrada que custam R$ 67.620,00. No caso do modelo de entrada, o preço caiu R$ 120. Já no modelo mais caro, o Highline 1.0TSIm o valor passa a R$ 103.490. Na linha Virtus o modelo 1.6MSi de entrada sai por R$ 85.470 sem multimídia e a versão mais cara 1.0 Highline passa a R$ 115.290.

Corolla Cross sem multimídia original 

A Toyota também resolveu o problema do Corolla Cross com a substituição do sistema Toyota Play original de 8 polegadas por um sistema inferior, de maior tamanho, com 10 polegadas. Assim, o sistema original que tem botões físicos e traz espelhamento Android e Apple CarPlay, foi substituído por uma tela Android com sistema nativo e conexão Google Play. A própria Toyota admitiu o problema em um comunicado de imprensa justificando que para “não parar o processo de produção e causar ainda mais desconforto aos clientes, a Toyota buscou um parceiro para fornecer o item (multimídia), cuja instalação será feita na rede de concessionários”.

E a solução

Infelizmente a médio prazo não há perspectiva de solução para a crise dos equipamentos de entretenimento. Esse tipo de componente utiliza chips e peças que estão sendo disputadas no mercado internacional abalado pela crise causada pela pandemia. Com o crescimento das vendas de dispositivos como notebooks, tablets e smartphones que tem maior valor agregado, as fábricas passaram a atender as empresas desses equipamentos deixando a indústria automobilística (que cancelou boa parte dos pedidos futuros em função do fechamento das economias no mundo todo) em segundo plano. Assim, com a retomada, toda a produção já estava comprometida. Como as fabricantes de carros compram altos volumes mas negociam cada centavo dos seus pedidos, as indústrias e de chips e produtos de alto valor deixaram de atende-las além de promover aumento generalizado nos preços. A Anfavea estima que as perdas com essa mudança chegarão a R$ 280 bilhões no mundo e a situação só começará a se normalizar em meados de 2022. O mercado de aftermarket que é composto por empresas menores consegue pagar mais pelos componentes e tem conseguido manter sua produção. Por essa razão as fábricas independentes tem oferecido produtos no mercado ainda que por preços mais altos. 

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