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Mês é considerado fraco, mas o mercado continua a crescer

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Embora as vendas de veículos zero quilometro tenham apresentado uma leve queda, o mercado como um todo continuou crescendo em agosto. A queda no emplacamento de veículos de passeio e comerciais leves em relação a julho foi de 3,46%, mas os números da primeira quinzena de setembro já mostram uma recuperação. Além disso, o mercado de usados vai bem, obrigado, e o de caminhões, segmento que deve passar a ser olhado com mais atenção, está se reanimando.

A queda em relação a agosto do ano passado já era amplamente esperada, como lembrou Flavio Meneguetti, presidente da Fenabrave, durante a sua recente entrevista à AutoMOTIVO. Como você deve lembrar, em 2012 houve uma correria às lojas em função da expectativa de que fosse o último mês da vigência da redução da alíquota do IPI, o que acabou não acontecendo. Então, comparar um mês normal àquele que foi o melhor mês da história da indústria automobilística nacional logicamente vai gerar um resultado distorcido.

No que diz respeito aos veículos novos, já é possível perceber com clareza a resposta dos mercados a modelos mais recentes e às promoções das fábricas. Embora ainda seja o sexto colocado no acumulado de vendas, o Fiesta foi o quarto mais vendido nos dois últimos meses. Do mesmo modo, o Palio, ainda terceiro no acumulado, vem se mantendo o segundo lugar nos dois últimos meses.

O Siena é outro que vem mostrando bom desempenho: é oitavo no acumulado, mas foi sétimo em julho e em agosto já ocupa a quinta posição. O novo Prisma também vem evoluindo no ranking e já passa a concorrer à posição do Voyage, enquanto modelos menos atualizados vão caindo. Entre os médios, o Civic continua vendendo mais que o Corolla, que em agosto foi superado até pelo HB20S.

No total, foram emplacados 312.722 automóveis e comerciais leves em agosto, elevando o resultado acumulado a 2.344.436 unidades. Em termos de participação de mercado, a GM se consolidou no segundo lugar, com 18,71% de share, logo atrás da líder Fiat, que tem 21,11% e à frente da antiga ocupante do postos, a Volkswagen, que tem 17,82%.

Entre os comerciais leves, a liderança continua sendo da Strada, que vende quase o dobro da segundo colocado, o EcoSport. Embora longe do SUV da Ford, a Duster manteve o bom desempenho e é a quarta colocada, logo atrás da Saveiro. Mais abaixo na lista, a Ranger ganhou a posição da Amarok. A Kombi, que só vai ser produzida até o final do ano, vem a seguir e as vendas da primeira quinzena de setembro mostram que ela deve subir no ranking.

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“ O Siena é outro que vem mostrando bom desempenho: é oitavo no acumulado, mas foi sétimo em julho e em agosto já ocupa a quinta posição.”

Mercado de usados  continua em recuperação

Quando o assunto é vender acessórios, é bom não esquecer dos veículos usados, que respondem por importante parcela das vendas em alguns segmentos. Na hora em que compra um usado, muita gente faz questão de incrementá-lo. Há até quem acabe investindo em acessórios mais do que gastou na compra do seu “usado novo”.

A soma de veículos novos e usados resulta num mercado automotivo forte. Só em agosto, as vendas de veículos zero e usados somaram 1.168.171 unidades! Nesse mês, foram vendidos 855.449 automóveis e veículos comerciais leves usados no país, ante 838.444 no mês anterior.  O resultado acumulado dos oito primeiros  meses do ano registra 6.129.041 vendas desses dois tipos de veículos. Segundo a Fenabrave, a média é de 2,7 usados vendidos para cada veículo zero que é emplacado.

Bons prognósticos

Embora ainda haja quem insista em profetizar uma queda do mercado, tudo vem apontando em direção contrária, ainda que o crescimento se dê a taxas mais moderadas do que no passado.  As entidades que representam as montadoras (Anfavea) e as concessionárias (Fenabrave), que têm consultores de altíssimo nível a assessorá-las, concordam que o mercado deve continuar crescendo.

Outros fatores apontam na mesma direção: o PIB parece estar em recuperação, os consumidores se mostram confiantes e a concorrência cada vez maior no mercado brasileiro de veículos, que já soma nada menos de 49 marcas, ajuda a manter os preços dos veículos zero estáveis.

A curto prazo, lançamentos como o Tracker da GM e atualizações de diversos modelos prometem animar os consumidores. O Inovar-Auto parece estar dando resultados e até o momento, várias montadoras já confirmaram a decisão de passar a produzir no Brasil. A última a bater o martelo até agora foi a Audi, que se juntou à Mercedes-Benz, à BMW, à JAC e à Chery. A Land Rover e a Kia tendem a ser as próximas. Enquanto isso, a Nissan está aprontando sua fábrica no Rio de Janeiro, a Fiat vai inaugurar sua fábrica em Pernambuco, a Honda anunciou uma segunda fábrica no estado de São Paulo e outras empresas se movimentam para ampliar a capacidade de produção e nacionalizar novos produtos.

Hora de agir

Tudo isso representa bilhões de reais sendo investidos no mercado automotivo brasileiro, com toda certeza resultado de muitos estudos e análises. Apesar de sermos o quarto maior mercado de veículos no mundo, por mais atrativo que seja o nosso mercado, essas empresas não estão dispostas a queimar dinheiro e só fazem apostas baseadas em muito embasamento.

Portanto, se você anda dando ouvidos para boatos ou ainda está inseguro sobre o futuro do nosso mercado, pense novamente. E aja!

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Por: Amadeu Castanho Neto

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