Cuidado extremo com todos os detalhes. É a primeira sensação ao entrar na sede da NH, iniciais do Sr. Norberto, fundador da empresa e sua esposa Hilda. Sr. Norberto que contribuiu com a empresa até o ano 2000, ano de sua partida. Sra. Hilda ainda entre nós e presenciou, desde 1961, estes 53 anos do grupo que hoje detém as marcas Hinor e Frahm.
A Frahm, sobrenome da família, possui linha completa de caixas amplificadas multiuso, caixas ativas e passivas, receivers além de produtos para sonorização de ambientes. E para suprir as necessidades da própria Frahm, nasceu a Hinor, novamente utilizando-se os nomes do casal, mas desta vez as sílabas. Esta por sua vez, completou recentemente, mais precisamente em 30 de outubro, 28 anos de conquistas e especialização em alto-falantes automotivos.
Seu mix de produtos contempla subwoofers, woofers, drivers, tweeters, cornetas, originais, 6×9 e caixas amplificadas automotivas. E a empresa segue ampliando sua linha, passando a atuar também no segmento de alarmes e amplificadores devido ao reconhecimento da qualidade atrelado à marca.
“Nosso negócio é feito de música” lembrou Idalva Longen, responsável por todo o marketing da empresa, e que trabalha há 20 anos na mesma, aliás fator que nos chamou a atenção, já que a indústria que mantem atualmente cerca de 400 empregos diretos em média, possui vários funcionários com mais de 20 anos de casa, fator raro hoje em dia na indústria nacional.
Para se ter uma ideia do que a fábrica representa em termos de emprego, a cidade de Rio do Sul, Santa Catarina, onde está situada a sede da indústria, a 90km de Blumenau, possui cerca de 60.000 habitantes.
Santo de casa não faz milagre? Faz sim. Em Santa Catarina a marca tem muita força. “Sabiamos que o Catarinense tinha que se orgulhar da nossa
empresa, então fizemos um grande trabalho que começou em casa e hoje, a marca tem nos números, o reflexo deste desafio”.
Vivemos em um país riquíssimo culturalmente, e, cada região do Brasil tem uma particularidade no aspecto musical. Por isso sabemos da
importância de desenvolver produtos adequados aos mais diversos estilos”, citou Idalva.
Grandes desafios e fatos marcaram a história da empresa ao longo destes 53 anos. Fatores bons, outros nem tanto, mas que somaram na experiência da empresa em lidar com desafios.
Produtos Consagrados, reconhecimento da Qualidade
Nossa entrevista seguiu com Dirceu Kniess, diretor comercial da empresa. Dirceu cita um segmento de produtos consagrados e de maior sucesso da Hinor que gerou grande reconhecimento de mercado: a linha de Drivers e Super Tweeters – segmento em que a marca é referência – , com destaque para o super tweeter Trynium que há mais de 10 anos é campeão de vendas, segundo ele, o mais potente do mercado.
Buscar diferencial em design, garantia, pós-venda, timbres de som, componentes, tudo isso faz a diferença. Parece óbvio, mas prestação de serviços ainda é um dos grandes diferenciais em meio a briga de preços, concorrência.
Nós cuidamos das nossas marcas e nossos clientes sabem que podem contar conosco. Hoje temos 45 representantes no Brasil, alguns trabalhando com as duas marcas outros com uma das marcas.
Ao ser perguntado sobre a estratégia da empresa no aftermarket, Dirceu enfatizou: “Estamos totalmente focados e priorizamos o aftermarket. Ja tivemos uma experiência no passado com OEM, mas não está nos nossos planos atualmente”.
Diferenciação com qualidade, marca registrada da NH
Como se diferenciar num mercado tão concorrido? “Qualidade acima de tudo”. Quem respondeu foi Cassiano Vargas Negri, diretor industrial. Nossa filosofia nunca foi a briga de preços. Nossa história iniciou-se com sr. Norberto, técnico formado, consertando radios. Ia de bicicleta na casa dos clientes, (que está exposta na sede da indústria) consertando ou trocando componentes que queimavam e assim começou fazer seus próprios rádios, com maior qualidade, ja está no DNA da empresa a questão da qualidade e inovação.
Seguindo este conceito, somos pioneiros em diversas tecnologias, a primeira caixa amplificada com bluetooth, primeira com wireless, primeira com USB, FM, primeira caixa com bateria, primeiro falante com borda extra large e por aí vai.
Este fator, entretanto, gera alguns problemas como a pirataria. Recentemente, encontramos produtos grafados como INOR, sem o H no Paraguai ou ainda mais criminoso, encontramos com a propria marca, e o consumidor infelizmente é o maior prejudicado.
A lentidão da nossa justiça gera isso. Não medimos esforços nesta questão, mas os processos no Brasil são muito lentos, fazendo com que o consumidor seja lesado. Tomamos todas as providências, gastamos com advogados, chegamos ao ponto de ter que registrar a marca copiada para tomar providências legais.
Por outro lado, só é copiado o que é muito bom! Investimos alto em equipamentos e pesquisa. Exemplo disso são as fontes chaveadas em nossos produtos, o que mantem as caixas estabilizadas, entre 90v a 240v, evitando problemas de uso indevido já que o Brasil possui grandes diferenças de fornecimento de tensão.
São Fontes especificas para cada produto. Somente a NH possui tal tecnologia no país. E isto nos trouxe uma tranquilidade enorme no quesito garantia. Falando ainda em diferencial, cito o Life test Hinor, padrão americano, são 100 horas de teste, ou 4 dias sem parar. Comprovadamente, aumentando a vida útil dos falantes.
Ampliando mercados
Hoje a situação de exportação da NH,é muito favorável, sendo hoje feita para toda a America Latina, menos a argentina, devido as exigências comerciais.
Economia X Planejamento
Receita para a competitividade. Quem dá a receita é o Sr. Helio José Pamplona, diretor financeiro. Dimensionamento dos custos: Nos últimos 3 anos, a NH investiu 12 milhões em seu parque fabril (equipamentos e instalações).
Estamos atualmente preparados para esta nova era, fazendo frente as importações, aumentando a competitividade. Desde o estudo de aproveitamento de materiais a reciclagem. Investimos com recursos próprios de forma saudável, assim estando preparados para o futuro.
Quem visita nossa fábrica hoje tem facilmente a sensação de tranquilidade ao trabalhar com nossos produtos.
Influências externas, política de câmbio, por exemplo, interferem, mas o Brasil é imprevisível, fazemos o possível para prever mas ja temos 53 anos de experiência no país , sabendo lidar com as flutuações. O governo deveria olhar mais para a indústria. Inevitavelmente o próximo governante vai ter que investir em infra estrutura e investimentos externos, pois são indispensáveis. Verticalização não é uma coisa simples que se faça de um dia para outro numa indústria do nosso porte.
Nova grande aposta – Design
Nossa matéria coincidiu com a apresentação em primeira mão com a mais nova linha da Hinor, que está sendo lançada este mês em parceria com seus principais clientes. Após 2 anos de desenvolvimento técnico e pesquisas a empresa apresenta mais uma linha inovadora, que certamente vai dar o que “falar”.
Idalva é quem inicia a apresentação : “Decidimos contratar uma equipe de designers que não eram do segmento automotivo para assumir este desafio desenhando a nova linha de forma inovadora e única, ou seja, livre de vícios no setor automotivo”.
“Sabemos que hoje os carros vem mais equipados, ouvimos os lojistas, precisávamos de produtos ainda melhores para reposição ou upgrade de fábrica”. Fomos então buscar no design as respostas para chegar a resultados diferentes e inovadores. A agência contratada que assumiu o enorme compromisso buscou entao, inspiração em super esportivos e até turbinas de avião. A primeira impressão é que os olhos procuram as formas tradicionais e não encontram.
“Uma mente que se abre à uma nova ideia, jamais volta ao original” – esta foi a frase de abertura da apresentação da agência. São falantes de 5”, 6”,6×9”, kits duas vias, além de subs seguindo o mesmo conceito, inclusive um novo produto mais pesado de 550W RMS.
Ao se observar o sub parado , parece que está em movimento, que está girando, fica claro isto na nova linha.
Finalizamos a matéria com a sensação de ter participado de mais um marco histórico na empresa e que no ENAN, estará com força total na comercialização.
Texto: Fabio Codellos
Fotos: Equipe AutoMOTIVO