Estes últimos anos têm sido para as empresas e empresários anos de aprendizagem. Nunca, na história da humanidade, tivemos um mercado tão competitivo e global. Com muitos concorrentes, qualidade semelhante e preços similares, as empresas sabem que precisam ser diferentes, com uma proposta única de valor que surpreenda e encante o mercado.
Terá medo da concorrência a empresa que não compreender que é preciso construir hoje a empresa do amanhã. É preciso que entendamos que as empresas vencedoras hoje não foram aquelas que perguntaram o que seus clientes queriam.
São vencedoras as empresas que surpreenderam o mercado com produtos e serviços fundamentalmente novos e diferentes que nem os clientes imaginavam como possíveis.
As empresas que têm sucesso hoje foram aquelas que literalmente reinventaram o seu setor. Não foram empresas que apenas fizeram melhor, mais rapidamente, com menos custo, aquilo que já faziam. Elas fizeram coisas fundamentalmente diferentes.
Essa é, na verdade, a grande tarefa do marketing na empresa de hoje. Se essa é a tarefa, é bastante claro que o marketing não pode ser confinado a um departamento ou diretoria. É preciso que toda a empresa tenha uma visão de marketing, ou seja, que toda a empresa seja voltada para o mercado.
Tenho tido a oportunidade e o prazer de participar de cursos e seminários com renomados professores como Philip Kotler, John Stanton, Roger Blackwell, Heinz Goldmann, Peter Drucker, Al Ries, Ted Levitt, Prahalad, Peter Senge, Michael Porter, Marc Bertoneche, e outros.
Dedico algumas semanas de meu ano fazendo cursos como aluno, aprendendo, visitando empresas, conversando e entrevistando executivos de sucesso. Acredito que um professor, como eu, quanto mais pensa saber, mais vê que nada ou pouco sabe. Aprender é uma atitude eterna que nós professores compreendemos muito bem.
A massa de informação, conceitos, definições que esses maiores “gurus” internacionais nos passam é simplesmente incrível. Mas o que mais tem me impressionado é que todos eles, sem exceção, reforçam conceitos simples e básicos e que fazem o sucesso de uma empresa nos dias atuais, como por exemplo:
1-Tenha foco. Sem foco nenhuma empresa vencerá no século XXI;
2- Tenha em sua empresa somente os melhores. Contrate sempre pessoas melhores do que você;
3- Forme, aperfeiçoe, desenvolva líderes em sua empresa;
4- Faça o seu cliente ganhar tempo com você;
5- Não basta “satisfazer seus clientes”. É preciso “encantá-los”. “Surpreendê-los” com produtos e serviços fundamentalmente novos e diferentes;
6- No mundo de hoje o que mais conta é o “relacionamento” entre pessoas. Por isso se você quiser ter sucesso conheça cada um de seus clientes e relacione-se bem com ele;
7- Cuide bem da sua marca. Esse será seu grande capital;
8- Faça mais ações de “Relações Públicas”. Elas valem mais hoje do que muitas ações de “propaganda e publicidade” tradicionais;
9- Tenha dados e informações sobre tudo – clientes, mercado, concorrência. E coloque “inteligência” sobre esses dados. Analise.
10- Lembre-se que “informação” será o grande e único produto daqui para frente. Será capaz de vender para mim quem souber o que eu quero, como quero, onde quero, como posso pagar, etc.;
11 – Acredite: O sucesso hoje não garante o sucesso amanhã. Você deve “criar” o futuro de sua empresa;
12 – Acredite: Quanto melhor você for no seu negócio, no seu setor, no seu ramo de atividade, melhor você será capaz de ser. Se você já é o melhor, provavelmente está aquém do que poderia ser;
13 – Faça de sua empresa uma empresa leve, agradável, diferente com a qual o seu cliente tenha “prazer” em relacionar-se;
14 – Tenha uma política de “caixa”. O que conta numa empresa é a sua capacidade de gerar caixa;
15 – Seja simples. Em tudo!
Cada um destes temas; cada uma destas idéias pode e deve ser assunto para um artigo isolado, para uma profunda reflexão, para um verdadeiro exame de consciência empresarial.
No fundo o que eles ensinam é que somente com idéias e ações claras, simples, foco, relacionamento, gente excelente, política de caixa, planejamento, uso consciente de métodos e técnicas avançadas de gestão é que as empresas poderão se diferenciar e vencer os desafios da competição global deste século XXI.
Professor Marins – O antropólogo Luiz Marins, mais conhecido como Professor Marins, é um dos mais conhecidos e populares palestrantes e consultores do Brasil e colaborador fixo da AutoMOTIVO.
Perguntas relativas ao assunto podem ser encaminhados ao e-mail: consultoresrevistaautomotivo.com.br
Bom dia.
Não tive a oportunidade de participar da palestra preparada pelo prof. Marins para o ENAN. Mas já participei de outras. Todas sempre muito empolgantes.
Ele apresentou um comparativo entre alguns números referentes ao Brasil e aos seus estados com os de outros países.
Na minha opinião os números que apresentou têm significado sim, porém não em valores absolutos, como foi feito. Em valores relativos a situação é muito diferente do que apresentou.
Exemplos:
> “A classe média brasileira cresce e já é maior do que a população da França”. Quais os critérios para classificação de classe média no Brasil e na França ? O poder aquisitivo da classe média da França é muitas vezes maiores que a do Brasil. E os critérios para enquadrar a população dentro dessas classes também é diferente. Essa comparação, portanto, não faz sentido.
> “A economia dos estados brasileiros equivale a de muitos países” . É bastante evidente que isso aconteça. Somos um país de dimensões continentais. Mas a questão é a mesma: em valores relativos, como ficamos perante os países citados nessa comparação ?
> “Se São Paulo fosse um país, seria o 17o mais rico….à frente da Bélgica”. De fato o estado de São Paulo tem números muito respeitáveis. Mas considerando que a Bélgica tem uma população 4 vezes menor que a do estado de SP e uma área territorial 8 vezes menor , a comparação deixa de ter sentido. Se fosse apenas pelo aspecto populacional , a economia de SP seria 4 vezes menor que a da Bélgica, admitindo que ambos têm o PIB parecido. Riqueza não se mede exclusivamente pelo tamanho do PIB. Se assim fosse, a China estaria sentada com os países do G7 ( A Rússia foi excluída, como sabemos, do G8, que voltou a ser, portanto, G7)
É muito louvável tentar motivar baseado em avanços que vimos de fato conquistando. Mas não se pode “camuflar” os números e induzir a platéia a pensar que o país está no paraíso ou a caminho dele. Estamos, como sabemos, muito, mas muito longe disso.
Caro Christian,
Em primeiro lugar, muito obrigado pelo seu comentário.
O propósito da área de comentários é exatamente fomentar a participação dos nossos leitores!
Foi uma pena que você não tenha podido participar desta edição do ENAN e assistir à palestra do Professor Marins.
Infelizmente, por questão de espaço, as matérias publicadas sobre a palestra são resumidas e não reproduzem a totalidade do seu conteúdo, nem todas as observações e colocações feitas.
A primeira parte da palestra, foi voltada para motivar os participantes, mostrando o potencial de crescimento do nosso mercado.
Como você mesmo escreve, os números apresentados têm significado sim, porém não em valores absolutos, já que o propósito não era de ser um estudo sobre o assunto, mas uma comparação ilustrativa.
E é sob esse ponto de vista que ela deve ser interpretada.
Confira a íntegra da palestra clicando aqui.
Abraços,
Amadeu Castanho Neto